Hoje o Demonstre trás 10 poesias sobre água. São poesias para enfatizar a importância deste recurso e seu uso consciente.
Há anos teme-se que a água (ou pelo menos a água potável) venha a acabar. Prova disso, são as inúmeras campanhas de conscientização contra o desperdício e poluição, que promovem a preservação deste patrimônio e seus ciclos. Tal preocupação foi o que motivou a Organização das Nações Unidas (ONU) a estabelecer o dia 22 de março como Dia Mundial da Água. A data tem por escopo levantar discussões acerca deste trama.
Poesias sobre Água
Com o intuito de realçar o valor deste elemento e sua indispensabilidade para a vida, seguem abaixo poesias sobre a água.
1. Poesias sobre água – João Batista Melo
A primeira poesia da nossa lista é de João Batista Melo, escritor mineiro. É um poema que, como o próprio título sugere, aborda a falta d’água e as questões geopolíticas levantadas por conta disso.
A falta d’água no mundo
De novo bem realista
a ONU vem alertar
que na África e na China
a água pode faltar
e conforme este argumento
não tendo planejamento
muita gente vai dançar
Sonho um Brasil d’água limpa
e vida cheia de moral
vencendo a poluição
e qualquer um temporal
se no mundo água faltar
vamos daqui sustentar
a demanda mundial
E vamos exportar água
em garrafões ou barril
com a marca registrada
” the água made in Brazil”
pra ditadores malvados
nem tendo Euros trocados
não vendemos nem um til
Recuperar nossas águas
é nosso grande dever
e convido a juventude
para lutar e vencer
e se alguém quiser mais água
seja China ou Nicarágua
termos pra dar e vender
E não se deve estranhar
se a escassez do produto,
levar potência estrangeira
a construir aguaduto
até por baixo do mar
a fim de daqui levar
água mais pra seu reduto
Temos de ser otimistas
em qualquer situação
só queremos que alguém
nos indique a direção
faça um cordel bem bonito
ilustrado e bem escrito
e mostre a população
Pois nosso caso é dramático
Não dá pra se brincar
A FALTA D’ ÁGUA NO MUNDO
é coisa de arrepiar
se não houver uma ação
até em nossa nação
a água pode faltar
2. Poesia sobre água – Kátia Silva Pereira
Água
Sou Cristalina e fresca,
Salgada e doce.
Todos dependem de mim;
Sou vida.
Existo nas nuvens em forma de gotas,
E quando caio me chamam de chuva,
Existo nos rios, nos lagos, no mares,
Nas geladeiras e até nos lençóis subterrâneos.
Corro nos leitos e pulo de altas quedar;
Banho-te todos os dias e mato sua sede;
Alegro as plantas quando as rego,
E balanço os barcos nos mares.
Você acha que sou farta, por isso me desperdiça.
Você me polui, me maltrata.
Estou morrendo e você nem percebe.
3. Poesia sobre água – Maria da Conceição do Amparo
A poesia a seguir é de Maria da Conceição do Amparo, poetisa baiana. Os versos representam a versatilidade da água.
Água nossa de cada dia
4. Poesia sobre água – Evelyn Heine
A poesia de Evelyn Heine, escritora paulistana, traz uma mensagem de conscientização voltada ao público infantil. Foi musicalizada por Liliana Akstein, e está acompanhada por um vídeo.
Água doce, doce água
De mar é feita a terra,
De água é feita a gente.
Abaixo o desperdício!
Poupar água: coisa urgente!
Clara, doce ou gelada,
Verde, azul ou transparente,
Sem a água não há nada.
Nem floresta, nem semente.
Água doce mata a sede,
Água doce é a que lava.
Cachoeira, rio ou fonte…
Só não pode ser salgada.
Tanto bate até que fura,
Diz ditado popular…
Cuida dela! Você jura?
Vamos economizar!
5. Poesia sobre água – Manuel Maria Barbosa du Bocage
A poesia que se segue é do português Bocage. Seus versos são um tributo prestado à água, retrata suas incontáveis utilidades, e nos faz indagar o que seria do mundo sem esse elemento.
A água
Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.
Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.
Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho
Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber ás fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.
6. Poesia sobre água – Everaldo da Silva Cerqueira
A poesia de Everaldo da Silva Cerqueira também presta homenagem à água. Mostra como a água é fundamental para a vida na Terra, e como está ptesesnte em nosso dia a dia.
Água
É a essência da existência,
Em todas as coisas e seres…
Das passantes das nuvens,
Até o solo e subsolo…
É a substância da trindade,
Do amor, do louvor e da dor…
Da vida, crença e da morte…
A água da vida:
É a que todos se servem,
A flora, a fauna e o homem,
É a que se deve ter cuidado…
Com os rios e as cachoeiras,
Com os lençóis e as chuvas
E a água mineral e medicinal.
A água do lazer ao prazer,
É as das piscinas…
Das neves…
E das praias…
A água da crença:
É a do batismo para renovação…
É a milagrosa para a cura…
É a benta para santificação…
É a da crença na purificação…
É água da morte:
É a água do horror e da dor,
Da falta de consciência,
Do mercúrio da ganância,
Da falta de cidadania,
Da irresponsabilidade,
Que é feito com muita maldade…
E a falta de educação,
Que provoca a imensa destruição…
7. Poesia sobre água – Guilherme Arantes
A próxima poesia é, na verdade, a letra de uma música de Guilherme Arantes. Pode que parecer que são palavras batidas, saturadas, mas sua mensagem ainda possui imenso valor.
Planeta água
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranquilas
No leito dos lagos
No leito dos lagos
Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d’água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas na inundação
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
8. Poesia sobre água – Paula Belmino
A próxima poesia é de Paula Belmino, poetisa natural do Rio Grande do Norte.
9. Poesia sobre água – José Couto
A poesia de José Couto é uma das poucas em nossa lista que não aborda temas como desperdício e/ou falta d’água. São versos que preitejam o frescor e a naturalidade da água.
Água fresca
Água que molhas o chão,
vem lavar o meu rosto,
sentir-te na palma da mão,
assim fresca é um gosto.
Água que regas as plantas,
deixas os campos verdejantes,
com a tua frescura encantas,
e nada fica como d’antes.
Água que nas nuvens viajas,
e regressas ao chão a chover,
todos te dizem, bem hajas,
és tu que nos dás de comer.
Água que matas a minha sede,
saída bem fresca da fonte
e mesmo no cano da parede,
eu sei que vieste do monte.
10. Poesia sobre água – Lenine e Carlos Rennó
Para finalizar nossa lista, segue abaixo a letra da música Quede Água, de Lenine, que foi composta juntamente de Carlos Rennó.
Quede água
A seca avança em Minas, Rio, São Paulo.
O Nordeste é aqui, agora.
No tráfego parado onde me enjaulo,
Vejo o tempo que evapora.
Meu automóvel novo mal se move,
Enquanto no duro barro
Do chão rachado da represa onde não chove,
Surgem carcaças de carro.
Os rios voadores da Hileia
Mal deságuam por aqui,
E seca pouco a pouco em cada veia
O Aquífero Guarani.
Assim, do São Francisco a San Francisco,
Um quadro aterra a terra:
Por água, por um córrego, um chuvisco,
Nações entrarão em guerra.
Quede água? Quede água?
Agora o clima muda tão depressa,
Que cada ação é tardia,
Que dá paralisia na cabeça,
Que é mais do que se previa.
Algo que parecia tão distante
Periga agora tá perto;
Flora que verdejava radiante
Desata a virar deserto.
O lucro a curto prazo, o corte raso,
O agrotóxiconegócio;
A grana a qualquer preço, o petrogaso-
Carbocombustível fóssil.
O esgoto de carbono a céu aberto
Na atmosfera, no alto;
O rio enterrado e encoberto
Por cimento e por asfalto.
Quede água? Quede água?
Quando em razão de toda a ação “humana”
E de tanta desrazão,
A selva não for salva e se tornar savana;