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Moby Dick – Resenha completa do livro

Moby Dick – você já ouviu, leu ou viu filme. Agora entenda!

Fala pessoal, tudo bem? Espero que sim! A pauta de hoje é sobre o terror dos mares, o livro que se misturou com lenda, ou, a lenda que se misturou livro. A vida de marinheiro não costuma ser fácil e, é ainda pior quando há uma Moby Dick em seu caminho. E sem mais delongas, vamos direto para a análise do livro!

Moby Dick: o clássico escrito por Herman Melville e como você poderá trabalhá-lo em sala de aula

O resumo do livro Moby Dick que construí está dividido em seções para que você possa procurar mais facilmente o que procura.

  1. Quem é Herman Melville
  2. Resenha crítica do romance
  3. Simbolismo no Navio e na baleia
  4. Os principais personagens de Moby Dick
  5. Como trabalhar o romance em sala de aula
  6. Material de apoio

Quem foi Herman Melville

Herman Melville nasceu em Nova York, em 1819. Teve de começar a trabalhar aos 13 anos, após a morte do pai, devido às dificuldades enfrentadas pela família. Aos 21 anos, Melville embarcou num navio baleeiro, numa viajem ao redor do continente sul-americano. O autor e um amigo abandonaram a embarcação e foram parar nas Ilhas Marquesas, onde Melville passou um mês vivendo entre uma tribo autóctone, conhecida por praticar a antropofagia. Esta experiência mais tarde formaria o núcleo de seu primeiro romance, Typee, publicado em 1846, o mais popular e bem-sucedido de seus livros. Quando Melville publicou Moby Dick, em 1851, foi um verdadeiro fracasso, de vendas e crítica. O livro permaneceu ignorado até 1920, quando redescoberto por historiadores da Literatura. Moby Dick é hoje reconhecido como uma das obras mais significativas da literatura estadunidense, tendo sido feitas adaptações de múltiplas formas por diferentes meios audiovisuais.

Resenha crítica de Moby Dick

O narrador da história é Ismael, um jovem com experiência na marinha mercante, que decide que sua próxima viagem será em um navio baleeiro. Igualmente se convence de que deve ir a Nantucket, Massachussets, ilha famosa por sua indústria baleeira. Antes de alcançar seu destino, Ismael conhece o experiente arpoador polinésio Queequeg, com quem começa a estabelecer uma estreita amizade, apesar da aparência de Queequeg o ter assustado num primeiro momento. Ismael ingressa no baleeiro Pequod, com uma tripulação formada pelas mais diversas nacionalidades e etnias; seus arpoadores são: o “canibal” Queequeg, o “pele vermelha” Tashtego e o “negro selvagem” Dagoo. O Pequod é dirigido pelo misterioso e autoritário capitão Ahab, um velho lobo do mar com uma perna postiça feita da mandíbula de uma baleia cachalote. Ahab revelará a sua tripulação que o objetivo principal da viajem, além da caça de baleias em geral, é a perseguição e captura de Moby Dick, a baleia que lhe arrancou a perna e que diziam ter causado estragos a cada um dos baleeiros que um dia tentaram caçá-la.

“Bebei, arpoadores! Bebei e jurai, homens que tomais lugar à proa da baleeira vingadora – Morte a Moby Dick! Que Deus nos cace, se não caçarmos Moby Dick até a morte”! Os longos e afiados cálices de metal foram erguidos; e, proferindo gritos e maldições contra a baleia branca, o álcool lhes desceu pela garganta ao mesmo tempo com um sibilo”.

A história segue com o relato dessa longa viagem, da qual Ismael será o único sobrevivente.

Moby Dick fala dos limites do conhecimento. Nas páginas de abertura, ao apresentar uma coleção de trechos literários que citam baleias, Ismael descobre que, ao longo da história, a baleia tem assumido uma incrível multiplicidade de significados.

Ao longo do romance, ele faz uso de praticamente todas as disciplinas conhecidas pelo homem em suas tentativas de entender a natureza essencial da baleia. Cada um desses sistemas de conhecimento, no entanto, incluindo a arte e a taxonomia, não conseguem dar uma explicação adequada. A multiplicidade de abordagens que Ismael leva, juntamente com a sua necessidade compulsiva de afirmar a sua autoridade como um narrador e as frequentes referências aos limites de observação (“os homens não podem ver as profundezas do oceano”, por exemplo), sugerem que o conhecimento humano é sempre limitado e insuficiente. Quando se trata de Moby Dick em si, esta limitação tem um significado alegórico. As formas de Moby Dick, como aquelas do Deus cristão, não podem ser conhecidas pelo homem, e, assim, tentar interpretá-las, como Ahab faz, é inevitavelmente fútil e muitas vezes fatal.

A narrativa de Ismael contém muitas referências ao destino, criando a impressão de que a desgraça do Pequod é inevitável. Muitos dos marinheiros acreditam em profecias, e alguns chegam a afirmar a capacidade de prever o futuro. Uma série de coisas sugerem, no entanto, que os personagens estão, na verdade, se iludindo quando pensam que eles veem o trabalho do destino e que o destino é uma das muitas forças sobre as quais os seres humanos não têm conhecimento. Ahab, por exemplo, explora claramente a crença dos marinheiros em destino para manipulá-los a pensar que a busca de Moby Dick é o seu destino comum. Além disso, as profecias de Fedallah e outros parecem demonstrar que os seres humanos projetam o que eles querem ver quando tentam interpretar sinais e presságios.

À primeira vista, o Pequod parece ser uma ilha de igualdade e comunhão no meio de um mundo racista hierarquicamente estruturado. A tripulação do navio inclui homens de todos os cantos do globo e todas as etnias que parecem conviver harmoniosamente. Ismael sente-se inicialmente desconfortável ao encontrar Queequeg, mas ele rapidamente percebe que é melhor ter um “canibal sóbrio do que um cristão bêbado” como companheiro. Além disso, as condições de trabalho a bordo do Pequod parecem promover um determinado tipo de igualitarismo, já que os homens são promovidos e pagos de acordo com sua habilidade. No entanto, o trabalho de caça às baleias é paralelo à mineração de ouro e ao comércio desleal com os povos indígenas que caracteriza a expansão imperialista. Além disso, os não-brancos executam a maioria das tarefas sujas ou perigosas a bordo do navio.

O símbolismo no livro Moby Dick

Entre os elementos simbólicos da história, podemos citar o próprio návio Pequod e a baleia Moby Dick como os principais referências de simbolismo.

O simbolismo macabro no nome de Pequod

Levando o nome de uma tribo de nativos americanos em Massachusetts, que não sobreviveu por muito tempo a chegada do homem branco, o Pequod é um símbolo de desgraça. É pintado de um preto sombrio e coberto de dentes de baleia e ossos, literalmente, eriçado com as lembranças de morte violenta. É, de fato, marcado para morrer.

Os significados da baleia Moby Dick no romance do Herman Melville

Moby Dick possui vários significados simbólicos para vários indivíduos. Para a tripulação do Pequod, a baleia branca lendária é um conceito para o qual podem deslocar suas ansiedades sobre seus trabalhos perigosos e muitas vezes assustadores. Como eles não têm ilusões sobre Moby Dick agindo malevolamente contra os homens, ou, literalmente, contendo o mal, contos sobre a baleia lhes permitem enfrentar seu medo, controlá-lo, e continuar a funcionar. Ahabe, por outro lado, acredita que Moby Dick é uma manifestação de tudo o que está errado com o mundo, e sente que é seu destino erradicar este mal simbólico.

Moby Dick também abre espaço para interpretações não associadas a caracteres específicos. Em seu silêncio e misteriosos hábitos inescrutáveis, por exemplo, a baleia branca pode ser lida como uma representação alegórica de um Deus desconhecido. Como uma mercadoria rentável, se encaixa no esquema de expansão econômica e exploração no século XIX. Como parte do mundo natural, representa a destruição do meio ambiente por tal expansão arrogante.

Os principais personagens do romance Moby Dick?

Moby Dick tem vários personagens, cada um com uma importância chave para o romance. Neste momento vou apresentar dois dos mais importantes, que dão pano para manga para dezenas de atividades em sala de aula:

Quem é Ismael – O narrador de Moby Dick?

Apesar de sua centralidade para a história, Ismael não revela muito sobre si mesmo ao leitor. Sabemos que ele foi para o mar fugindo de algum mal-estar espiritual profundo e que o transporte a bordo de um baleeiro é a sua versão de cometer suicídio, ele acredita que os homens a bordo de um navio baleeiro estão perdidos para o mundo. Ismael demonstra dominar uma ampla gama de assuntos: arte, geologia e anatomia, códigos legais e literatura; certamente ele é inteligente e bem-educado, mas afirma que um navio baleeiro tem sido seu local de aprendizagem, “uma Yale College ou Harvard”. Ele parece ser um homem da Renascença autodidata, bom em tudo, mas comprometidos com nada. Tendo em conta os aspectos míticos, romântico de Moby-Dick, talvez seja apropriado que o seu narrador deva ser um enigma.

Quem é Ahab – O capitão de Moby Dick

O capitão obcecado do Pequod representa ao mesmo tempo um antigo e um tipo essencialmente moderno de herói. Como os heróis da tragédia grega ou de Shakespeare, Ahab sofre de uma única falha fatal, que ele divide com esses personagens lendários como Édipo e Fausto. Seu enorme excesso de confiança ou arrogância, leva-o a desafiar o senso comum e acreditar que, como um deus, ele pode cumprir a sua vontade e permanecer imune às forças da natureza. Ele considera Moby Dick a personificação do mal no mundo, e persegue a baleia branca porque ele acredita ser o seu destino inevitável destruir este mal.

Ao contrário dos heróis mais velhos em obras trágicas, no entanto, Ahab sofre de uma falha fatal que não é necessariamente inata, mas em vez disso decorre de danos, em seu caso, tanto psicológicos quanto físicos, infligidos pela vida em um mundo cruel. Ele é tão vítima como ele é um agressor, e a oposição simbólica que ele constrói entre ele e Moby Dick impulsiona-o para o que ele considera uma extremidade predestinada.

Como trabalhar Moby Dick em sala de aula?

Moby Dick pode ser trabalhado no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio, nas aulas de Ciências, Biologia, Língua Portuguesa, Literatura e Filosofia, permitindo assim um trabalho muiltidisciplinar entre a equipe, e inclusive partindo para comunidade através de seu temas.

É interessante analisar com os alunos a narrativa do livro, construída a partir de diferentes gêneros textuais, presentes no livro e no meio web: como carta, resenha, crítica literária, resumo.

Por ser uma leitura relativamente longa e por vezes cansativa, é melhor trabalhar com capítulos do livro. Oferecer quizes, destacar trechos e diálogos do livro, desenvolver rodas de conversas e criar um slide acompanhando a narrativa é ótimo para despertar a curiosidade e manter o engajamento.

Pode-se situar a posição que o livro ocupa na história da Literatura, sobretudo nos EUA, e discutir os motivos pelos quais na época de seu lançamento ele foi tão mal recebido, trazendo questões como inserção no canone, adequação, preconceito e sociedade da época, fazendo um ótimo diálogo com disciplinas de história, geografia e sociologia.

As versões da história feitas para o cinema permitem abordar o papel das releituras na Arte e podem complementar a leitura do texto. Trabalhar a reescrita pode se uma ótima saída também.

O livro traz importantes questões existenciais que podem ser desenvolvidas nas aulas de filosofia de modo mais aprofundado, fazendo categorizações e estudando a identificação dos estudantes com esses temas.

Por fim, a caça das baleias, elemento central em Moby Dick, ainda é praticada nos dias atuais, embora proibida na maioria dos países. Pode-se trabalhar esse tema a partir do livro, fazendo uma comparação de como a questão era vista na época em que a obra foi escrita e nos dias atuais. Um projeto de preservação pode ser muito bem desenvolvido.

Material de Apoio na WEB

  • No Coração do Mar Trailer Oficialhttps://youtu.be/YgSgcfWdgeY
  • O pesquisador da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Bruno Gambarotto, fala sobre o escritor norte-americano Herman Melville e seu livro Moby-Dick. https://youtu.be/eyN1QsUeLow

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