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Melhoria na saúde: Papo Carreira: Mariane Tarabal

hoje nós embarcamos no mundo melhoria na saúde. Vamos falar sobre a importância de uma boa gestão em saúde, como que isso impacta no dia a dia, não só dentro de uma equipe, mas claro, para o paciente e na importância um atendimento que seja eficaz e ao mesmo tempo humanizado.

Nossa convidada é a Mariane Tarabau. Ela é executiva da área da saúde, é médica, graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG. A Mariana também é especialista em medicina da família e comunidade tem residência médica pelo Hospital das Clínicas também da UFMG e é especialista em segurança do paciente pela Fiocruz.

Quais as experiências que você destaca no começo da sua carreira?

Eu fugi um pouco do padrão. Eu me formei medicina, fiz residência médica, fiz no Hospital das Clínicas da UFMG, me formei na UFMG também. Mas desde a formatura eu já tinha a intenção de trabalhar com gestão em saúde. Então, assim que eu terminei a residência eu já estava fazendo MBA na Fundação Getúlio Vargas em Gestão de Serviços de Saúde e já tive a oportunidade de terminar e já assumir um cargo de gestão.

Hoje fala-se muito mais em ter eh atividades de gestão na medicina, mas na minha época não se falava era um desafio. Não tínhamos a quem buscar, a quem recorrer, o fluxo regular era o médico se formar e o médico que que se destacava, era convidado a assumir um cargo de gestão. Então estudar para isso, buscar conhecimento, buscar formação pra ser um gestor em saúde não fazia parte das discussões dos acadêmicos de medicina na minha época. Hoje eu já vejo isso acontecer com mais facilidade. Então essa trajetória não muito óbvia foi desafiadora.

Como você começou seu contato com a melhoria?

Eu sempre trabalhei com uma gestão muito mão na massa sabe? Eu gosto de estar lá no no chão de fábrica de estar junto com com as equipes assistenciais e na medicina, na saúde a Gente tem processos o tempo todo. Nós comparamos com fábricas, na saúde não temos isso de uma forma tão clara, mas a gente tem processos desde assistência direta ao paciente até o os bastidores, nos processos de faturamento, processos fluxos de conta, então precisamos trabalhar os processos de melhoria em toda todas essas etapas.

Quando começamos a mapear os processos de uma instituição de saúde. Entendendo o mapa de fluxo de valor, o que que é valor pro cliente interno, o que que é valor pro nosso cliente externo que é o paciente, entender isso e trabalhar os processos de melhoria é essencial pra termos uma instituição de saúde diferenciada. Não só aquela visão assistencial tradicional. De que para uma instituição ser boa basta eu colocar bons médicos, bons enfermeiros, bons técnicos e tudo vai correr bem.

Você pode ilustrar alguns resultados interessantes, que você destacaria?

Quando a gente trabalha o Lean Healthcare que é o lean voltado pra área da saúde muitos profissionais ainda enxergam o tema como novo quando a gente começa a discutir isso com as equipes é a o alicerce mais importante é trazer conhecimento, é trazer formação. falar sobre o que é isso, qual é o propósito disso, como vamos trabalhar o processo de melhoria dentro de uma instituição de saúde e qual que é o papel de cada um. Então, essa base de formação, de educação, de conhecimento, é essencial.

Acho que um dos locais que a gente consegue perceber a melhoria com Lean Healthcare é o pronto atendimento. Um pronto-socorro. Nesse setor vemos filas com muita facilidade. a fila do paciente que está aguardando o atendimento, que está esperando um resultado de exame então temos muita gestão de filas e oportunidades de enxergar os desperdícios que estão ali o tempo todo. Todo tempo que o paciente está envolvido numa atividade que pra ele não tem valor.

Quais são os principais desafios da aplicação de melhoria em saúde?

O primeiro desafio é controlar a ansiedade. Quando falamos em gestão da melhoria as pessoas estão muito imediatistas. Quando a gente fala que a espera no pronto atendimento está alta, todo mundo acha que sabe o motivo. A solução pra gente melhorar os processos é sempre colocar mais pessoas, certo? Sempre essa é a solução. Claro que às vezes a gente vai precisar colocar mais pessoas, mas na imensa maioria das vezes não é necessário. É necessário ajustar a equipe que a gente tem. Então acho que a o primeiro ponto é vamos segurar a ansiedade. Nós vamos fazer as mudanças nos momentos em que precisa ser serem feitas.

O segundo ponto é nós precisamos entender de fato o problema então nós vamos ter que nos despir dos nossos preconceitos, por exemplo: “não o meu conceito é a espera é alta porque só tem um médico atendendo.” mas espera aí pra esse volume que eu tenho eu preciso de dois eu preciso de três eu preciso de quatro ou um é suficiente se eu reorganizar? Então vamos tirar os conceitos que a gente acha que são eles que estão levando a uma demora no atendimento. E vamos de fato exercitar. Nessa hora é hora da gente ir pro chão. Se eu estou fazendo uma melhoria num pronto atendimento eu vou fazer o meu mapa lá no pronto atendimento.
Eu vou lá com o cronômetro, eu vou ficar observando. Eu vou segurar minha ansiedade, de mudar o que precisa ser mudado e vou perder meu tempo lá só observando, só entendendo, entrevistando as pessoas pra poder saber como que as coisas de fato acontecem. Então acho que o grande desafio é esse. As pessoas são muito ansiosas pela melhoria. O segundo é segurar a contratação. Se a gente trabalhar melhor as nossas pessoas, se a gente der condições de trabalho pra essas pessoas com fluxos organizados e processos bem definidos, o resultado surge. E se a gente coloca mais pessoas no cenário de caos, só vai ter mais gente perdida no caos. Então, o desafio de fato é é colocar ordem na casa primeiro.

Como que a gente traz ou mesmo mantem essa humanização no atendimento em saúde?

É triste a gente ter que falar de humanização. porque eh parece que a gente não é humano então na saúde infelizmente a gente vê ainda com muita frequência pessoas que vão assistir pacientes abrindo um documento  e são desrespeitosas ou não tem aquele calor humano e a gente precisa ter pra poder fazer um atendimento. Acho que cada vez mais a gente tem ouvido palavras como empatia, conceitos de humanização e isso é essencial. Acho que o grande ponto disso é quando a gente pensa em humanização é a visão nova que se tem na saúde. Já se trabalhava a experiência do cliente há muitos anos e agora a gente está trabalhando muito a experiência do paciente.

Temos foco nessa experiência do paciente porque enquanto ele está na nossa instituição o paciente precisa ter uma boa experiência. E às vezes é difícil a gente pensar: “poxa como é que alguém vai ter uma boa experiência num hospital.” A pessoa está indo com dor, está doente. Mas mesmo assim a gente tem que promover uma boa experiência, temos que buscar fazer com que o tempo dele dentro da nossa instituição seja o mais agradável.

Quando a gente está falando de humanização está completamente alinhado a isso, se eu não tenho equipe treinada pra poder acolher, pra poder tratar de uma forma respeitosa, pra poder ter empatia com o paciente, eu não vou ter um atendimento humanizado. Então eu não vou ter uma boa experiência. Isso vai refletir na minha pesquisa de satisfação. Isso vai refletir no meu número de cliente.

Como você concilia essa carreira técnica com a parte de gestão?

Então é um desafio. Assim quando a gente pensa em equilibrar o os pratos as vezes a gente tem que pensar. Em que momento eu tendo mais pra um lado que hora que eu tendo mais pro outro? Hoje eu vejo muitos muitos colegas, enfermeiros, médicos que conciliam isso de uma forma bem bacana. Eu acho que o principal ponto é você fazer gestão gostando do que faz. Eu acho que isso é muito cruel na área da saúde, porque se você é bom tecnicamente, você é enfermeiro que tem uma relação ótima com o paciente trabalha com tranquilidade, passe uma sonda super bem, você vai ser promovido a gestor. E na gestão e fala: “poxa eu gosto mesmo é de passar sonda, eu gosto mesmo é de ficar ali de medicar.” Saiba separar isso né? Assim se você está na gestão faça por gosto ou faça porque te encanta, te brilha os olhos porque senão vira um fardo muito pesado.
As pessoas pensam que gestão muitas vezes quem não está na gestão pensa nossa escolheu a vida fácil. O gestor é aquele que fica na cadeira sentado. E muito longe disso, gestão é pesado, é desafiador, cansa, envelhece, então a gente tem que tem que tá disposto a muita coisa. Assim se você consegue conciliar as duas atividades é melhor. Hoje eu estou exclusivamente na gestão. Eu não assisto mais pacientes mas durante grande parte da minha carreira eu fiz as duas coisas. Eu tinha pacientes e trabalhava com gestão. E acho que um uma forma boa de você fazer isso é fazer gestão na área que você assiste.

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