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Matemática é uma matéria tão ruim, que se fosse uma pessoa seria Hitler

Esta frase foi deixada na sessão de comentários (com um print) de uma antiga postagem do blog no Pinterest, pois recentemente esta rede social passou a aceitar comentários com imagens. A imagem (print do WhatsApp) foi seguida pelo comentário "Meu nível de ódio por matemática".

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Tal comparação traz seu "ódio" por Matemática e ao mesmo traz seu conhecimento sobre Hitler (como figura tenebrosa), pois certamente se identificou com as aulas de História, quando o professor falou sobre a Segunda Guerra Mundial.

Lamentavelmente foi feita por uma criança ou adolescente. No entanto, esse fato não é exclusivo deles, pois também já vi adultos com este tipo de comportamento, principalmente nas redes sociais.

Bate uma tristeza quando vejo isso e no mesmo instante pensamos em diversas "respostas conclusivas" sem fazer a pergunta correta:
  • É culpa do governo que não investe em Educação.
  • É culpa da escola!
  • É culpa do professor que não ensina direito.
  • É culpa do aluno que não quer estudar.
  • É culpa do pais!
E qual a pergunta correta?

Imagem: www.freepik.com.

Não sei! Estou pensado. Só sei que apontar culpados nunca resolve nada nesse sentido. Fato é, que, se pais, governos, escolas, professores e alunos fizessem cada um a sua parte da melhor forma possível, casos como estes não seriam tão frequentes.

Já escrevi sobre este "odeio matemática" no blog em 2012, no post Por que odeio Matemática?. Nele comentei que este fato não é comum apenas no Brasil, mas também em países desenvolvidos, como Estados Unidos, por exemplo.

Transcrevi alguns trechos, para evitar pular de link em link.

Problemas na Educação não é só coisa de países subdesenvolvidos. Tenho lido ultimamente muitos jornais estrangeiros que discutem como o ensino-aprendizagem em alguns países, vem dando maus resultados nos maiores testes de avaliação internacional sobre, em específico, a Educação Matemática. [Ver post Ensino de Matemática com o contexto e aplicações]

Alunos e ex-alunos falam livremente para mim:

- Professor, eu adoro suas aulas, você é legal, elas passam rapidamente, mas eu não gosto de Matemática.

E uma dúvida gigante fica cravada na minha cabeça.

Medo da Matemática transmitido por adultos e falta de interesse da família agravam péssimas taxas de aprendizagem da disciplina... [Ver post Medo da Matemática afeta aprendizagem de alunos]

O mais "engraçado" é que a maioria das pessoas que ouço falarem assim, não tem graves dificuldades em Matemática. São estudantes que estão na média escolar ou acima dela. O que acontece com essa classe de estudantes que mesmo se saindo bem em centenas de teorias matemáticas, ainda dizem odiarem a Matemática?

Tenho algumas ideias, citarei uma para não alongar esse texto.

A Matemática deveria ser ensinada, assim como acontece com a Física (na maioria das vezes), ou seja, em um laboratório de experimentos, onde fosse possível mostrar como a Matemática e outras matérias são aplicadas e úteis em nossas vidas.

Durante todo o Ensino Médio eu tive aulas de Física, Química e Biologia em laboratório de escola pública. Professores universitários vinham assistir nossos trabalhos. Isso era incrível. Isso motivava e inspirava. Quantas escolas públicas hoje em dia tem laboratórios?

Já imaginou uma aula sobre equação do 2º grau, construindo um protótipo de uma antena parabólica no laboratório de Física? E um simples teodolito caseiro para as aulas de trigonometria? Seria uma aula atrativa, dinâmica e com retorno de aprendizagem.

Claro que isso não depende apenas do querer de um professor, mas de toda esfera educacional. Trazer a Matemática para as aplicações do nosso dia a dia é a maneira que vejo de aproximar o aluno pelo gosto em aprender Matemática.

Um currículo de matemática focado em problemas da vida real ainda exporia os estudantes às ferramentas abstratas da matemática, especialmente à manipulação de quantidades desconhecidas. Mas há um mundo de diferença entre ensinar matemática "pura", sem contexto, e ensinar problemas relevantes que levarão os alunos a apreciar como uma fórmula matemática modela e esclarece situações do mundo real. [Por Sol Garfunkel e David Mumford em How to Fix Our Math Education - nytimes.com]

É uma ideia utópica?

Mas é assim que eu vejo um futuro melhor para as aulas de Matemática, Física, Química, Biologia, etc. Uma restruturação na grade de conteúdos, que afetam as disciplinas mais interligadas é uma saída. Melhorar a formação dos professores nas universidades, que formam os futuros professores do país também é importante. Tudo isso aliado a uma estrutura técnica que possibilite crescer. Claro que não se resolve isso da noite para o dia. Uma ideia apenas não é suficiente.

Se um país tem a meta de fazer com que a produção de ciência e tecnologia acompanhe o crescimento econômico do Brasil, essa intolerância à Matemática e outras, precisa ser combatida com urgência, dizem os especialistas.

Esta última citação reflete meu pensamento:

Com o objetivo de conquistar os jovens - e evitar calafrios cada vez que for necessário fazer um cálculo -, professores têm buscado maneiras diferentes de trabalhar o conteúdo. O segredo, dizem, está na abordagem: nada de decorar fórmulas. É preciso compreender aquilo que está na lousa. Melhor ainda se, depois da tradicional explicação, for possível transformar a teoria em prática. [Alunos aprendem em aulas práticas e exatas deixam de ser vilãs]

Enquanto não temos tudo isso, o que nós, professores, podemos fazer?

Suas atitudes como professores preocupados, transformam e inspiram seus alunos. Recomendo que leia o artigo 5 motivos que fazem alunos odiarem as aulas de Matemática postado em julho de 2014.


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