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Caravana Mineira de 25 out a 03 nov 2014


Numa tarde de domingo, mês de outubro, nosso grupo se reuniu  para definir o  roteiro da  viagem. A reunião foi longa mas chegamos a um acordo, quer dizer, definimos um roteiro: Rio de Janeiro-Belo Horizonte-Brumadinho-Tiradentes e...Miguel Pereira? Ah, foi incluído depois, mas foi bom, dois dias na companhia de pessoas maravilhosas. Nesse mesmo dia já fizemos contato com algumas Pousadas.
O nome Caravana Mineira foi ideia da Virgínia que criou um grupo no Whats App para troca de mensagens pelos viajantes. E aqui estamos nós, da esquerda para direita: Leo, Marcia, Carmita, Miriam, Virgínia, Gílson e Alexandre.



Caravana Mineira


Belo Horizonte

Sábado, dia 25/10 -  Chegamos em Belo Horizonte. Voltas e mais voltas para encontrar o estacionamento do hotel, e isso tudo em clima de eleições. Sem problemas, estávamos chegando e tínhamos todo o tempo do mundo. Nos hospedamos no Íbis, bairro Savassi. Procedimentos iniciais, acomodações e, vamos a luta...destino, Contagem, casa da Iaiá e da Kátia. Fomos convidados para um almoço, e que almoço! Tinha uma massa deliciosa que não me lembro o nome mas guardei o sabor...hummmm, dá água na boca. E a carne? E as sobremesas? Aquele sorvete maravilhoso, tortinha de limão, quantidades enormes de calorias bem recebidas pelos nossos corpinhos.


Depois do almoço, Gílson até tirou um soninho. Miriam não dormiu, só fechou os olhos e o restante continuou papeando, exceto Iaiá que dispensou ajuda para arrumar a cozinha.  Mas não ficou por aí não, de noite, antes de irmos embora, ainda saiu um café com direito a pão de queijo.

Domingo, dia 26/10 - O dia amanheceu nublado com ameaça de chuva. Fomos para a Feira de Artes e Artesanato que fica na Av. Afonso Pena. Chegando lá a chuva caiu e caiu com vontade. Todo mundo teve que comprar uma capinha. Aliás parece que quem faturou mesmo foi só quem vendia capas de chuva. A feira é bem diversificada e gostaria de tê-la visitado em um dia sem chuva. Acho que a Virgínia foi a única que fez umas comprinhas.

Feira de Artesanato em dia de sol


Reuniãozinha rápida para decidir a próxima parada. Optamos pelo Mercado Central. A pé ou de táxi? Eu, Miriam e minha mãe fomos de táxi e os outros...foram caminhando...só tem atleta!
Inaugurado em 1929, o Mercado Central ocupa uma área privilegiada na região central da cidade. São mais de 400 lojas que vendem de tudo, desde hortifrutigranjeiros, produtos típicos como os queijos e doces mineiros, passando pelo artesanato, ervas e raízes.

Mercado central


Restaurante Xapuri - Pampulha
A tarde fomos almoçar com a Iaiá e a Kátia no Restaurante Xapuri, que é referência na culinária mineira. A chuva continuava caindo. O restaurante fica na Pampulha, tem um ambiente rústico, com uma área aberta que dá para ver a cozinha com o fogão de lenha. Comida deliciosa. No local tem ainda uma loja de artesanatos e atrações para as crianças.
A noite fomos ao shopping na Savassi, onde encontramos uma loja bem interessante, a Tool Box. Iaiá e Kátia estavam conosco...ah, e depois comemos uma pizza.






Segunda, dia 27/10 - Pela manhã fomos a Praça da Liberdade. O local reúne vários museus e espaços culturais, consagrando-se como o maior circuito cultural do país. Inaugurado em 2010, o Circuito Cultural Praça da Liberdade, foi criado com o objetivo de explorar a diversidade cultural, com opções interativas e abertas ao público, em uma área de enorme valor simbólico, histórico e arquitetônico de Belo Horizonte.





Brumadinho/Inhotim


Malas arrumadas, fomos almoçar e depois partimos para Brumadinho, onde está localizado um dos mais importantes museus de arte contemporânea do mundo, o Instituto Inhotim. O nome do município é devido ao antigo povoado de Brumado Velho. Conforme a história, os bandeirantes colocaram este nome na localidade devido ás brumas que se formavam na região.
 Nos  hospedamos na Pousada Nossa Fazendinha.


   






Para chegar a piscina  da Pousada tinha que andar um pouco, mas o clima de tranquilidade do local era convidativo. Virgínia, como sempre ligada em 220V, mal chegou e já foi na cidade comprar um biquíni para aproveitar a piscina e fazer uma sauna.



A noite ficamos na Pousada e comemos pizza. Economizamos nossas perninhas para o dia seguinte.



Terça, 28/10 - Após o café da manhã, fomos para o Instituto Inhotim, mas antes passamos na Casa de Cultura Carmita Passos que funciona como centro de atendimento ao turista e espaço para exposições diversas, aulas de artesanato e outras atividades culturais.

Inhotim é um espaço que combina arte contemporânea, um maravilhoso jardim botânico e desenvolvimento humano. Idealizado pelo mineiro Bernardo Paz, empresário da área de mineração, foi aberto ao público em 2006. Seu projeto paisagístico teve o toque de Roberto Burle Marx. O acervo artístico abrange cerca de 500 obras de 97 artistas, de 30 nacionalidades.  A arquitetura e o rico jardim botânico foram planejados para dialogar com os trabalhos de artistas do mundo todo. Estar no meio de belos jardins e se deparar com  galerias e obras de arte ao ar livre, é surpreendente.  Inhotim é hoje reconhecido como um dos principais destinos de arte do mundo. A estrutura é de primeira...atendimento, limpeza, organização, tudo perfeito. 

Mapa na mão, vamos começar?


Logo no início os bancos do designer Hugo França chamam atenção, convidando sempre a um descanso dentro desse imenso parque. Nascido em Porto Alegre, mudou-se para Trancoso, no início da década de 80, onde viveu por 15 anos. Lá descobriu o pequi-vinagreiro, árvore comum na Mata Atlântica baiana, mas pouco útil na marcenaria usual por ser muito irregular. Começou, então, a aproveitar raízes desenterradas, troncos ocos, galhos e o que mais encontrasse para criar peças únicas, que valorizam as texturas e formas naturais dessas plantas, a princípio rejeitadas. 
Os primeiros cortes são feitos onde a madeira é encontrada. Alguns blocos chegam a pesar acima de uma tonelada e precisam ser divididos para serem transportados. Ainda na mata, já começam a se transformar em bancos e mesas e são finalizados em uma das oficinas de Hugo França. De lá, suas esculturas seguem para o mundo. Das mais de 1.000 já produzidas até hoje, 98 estão no Instituto Inhotim, detentor da maior coleção de trabalhos do designer.





Aqui no Rio de Janeiro, árvores tombadas na Avenida Borges de Medeiros, durante ventania que atingiu a cidade no início de setembro, estão se transformando em lindos bancos pelas mãos de desse designer. O trabalho do artista plástico é o primeiro a ser realizado na cidade, numa parceria com a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos. Os bancos ficarão definitivamente instalados na Lagoa.
O parque possui um serviço de transporte interno, operado por veículos elétricos, que circulam por toda a área. Este serviço é cobrado à parte. Pessoas com dificuldade de locomoção podem usar o serviço gratuitamente, com direito a um acompanhante. No primeiro dia optamos por esses carrinhos com guias para os lugares mais distantes. Mas não pense que ficamos na "molezinha" não, era carrinho e caminhada. Olhem a disposição do casal!
 
 
 
 A ordem colocada aqui não é a mesma da visitação, mas apenas o que a minha cabecinha vai lembrando. Então vamos seguir em frente, intercalando galerias e jardins.
A obra de Zhang Huan chama atenção. Na cultura chinesa, monumentos monolíticos carregados por uma tartaruga são comuns em lugares sagrados e espaços públicos, servindo como fonte de contextualização histórica do local e simbolizando poder político ou religioso. A tartaruga representa longevidade, resistência e solidez, daí sua presença em tais monumentos.
 
 
Zhang Huan, Gui Tuo Bei, 2001, Pedra

Verde, muito verde, como é bom estar em contato com a natureza. Com mais de 4500 espécies nativas e exóticas, Inhotim possui a maior coleção de espécies vivas do Brasil e também a maior coleção de palmeiras do mundo, com cerca de 1500 espécies,  além de espaços que recriam os ambientes da floresta amazônica e da mata atlântica.
 
 



Localizada na área central do Instituto, o Tamboril, uma das maiores e mais belas árvores do parque, convida quem passa por ela a tirar muitas e muitas fotos.
A história do Tamboril, ou Enterolobium contortisiliquum, se confunde com a história do próprio Inhotim. Acredita-se que o exemplar tenha entre 80 e 100 anos de vida, representando, assim, um dos mais antigos do acervo. Plantada no mesmo local desde a época em que a região era apenas uma vila, a árvore dá nome a um dos restaurantes do parque além de estampar peças de cerâmica produzidas no local.

   


  





Galeria Cosmococa 
Cosmococa é o nome dado por Hélio Oiticica e o cineasta Neville d’Almeida a uma série de obras datadas de 1973, que misturam experiências táteis como almofadas, redes e até uma piscina com trilha sonora e projeção de slides. "Quasi-cinema", ideia  desenvolvida por Oiticica e D’Almeida, que pretendia investigar a relação do público com a imagem-espetáculo.




Continuando nossa caminhada encontramos o Jardim de Pedras. Os exemplares que compõem o Jardim são originários de desertos e também de regiões áridas do Brasil. O local foi inspirado nas paisagens desérticas do México.
 



Adriana Varejão elegeu o campo da pintura para desenvolver sua obra. Sua produção contém fotografia, escultura e instalação, mas sobretudo a pintura.  Nos trabalhos reunidos em Inhotim, é possível acompanhar a diversidade de interesses de sua obra e a variedade de fontes de sua pesquisa.
No início do percurso está Panacea  phantastica  (2003-2007), um conjunto de azulejos que tem retratados 50 tipos de plantas alucinógenas de diversas partes do mundo. O azulejo, reaparece também em Linda do Rosário  (2004) e em O colecionador (2008). Nestas esculturas, a arquitetura se associa ao corpo, e a matéria de construção se torna carne. Em um dos ambientes, uma parede branca quebrada revela vísceras no seu interior.
 
Galeria Adriana Varejão

Enquanto uns descansam, outros continuam na caminhada. Alexandre e Miriam com os mapas...será que estão atentos ao roteiro?



Galeria Psicoativa Tunga
Tranças, tacapes e pentes são elementos    recorrentes na obra do escultor Tunga. Em várias de suas obras, ele se vale do campo magnético como fator que expande o espaço da obra. Em Lezart (lagarto em francês), não há solda entre as chapas de ferro e o arame: suas partes são conectadas pela atração dos ímãs e por nós; são estruturas que se sustentam por si mesmas, negociando entre as forças da gravidade e magnética.
Tunga foi grande influenciador de Bernardo Paz em seu projeto de investimento em arte e cultura. O parque o homenageia com duas galerias exclusivas, a última inaugurada em 2012.



 
 
 
 
 

Entre uma galeria e outra, vamos percorrendo os jardins, respirando ar puro e apreciando as belíssimas paisagens de Inhotim.



 Será que tem alguém cansado? Que nada, aqui só tem atleta...é só uma paradinha para foto. O amor é lindo!




Inhotim conta também com instalações sonoras, onde o público é o centro de apresentações musicais. Cardiff e Bures Miller se valem de múltiplas linguagens, entre elas o vídeo, a instalação e a gravação sonora, para pesquisar a percepção audiovisual e a experiência do espectador, por meio da criação de sons físicos e esculturais. Na obra The murder of crows, ouvimos os sons das várias caixas distribuídas pelo galpão. Os sons são do sonho/pesadelo de Janet Cardiff, que narra a história.
 
Janet Cardiff & George Bures Miller, The Murder of Crows, 2008

Janet Cardiff, Forty Part Motet, 2001, foto: Pedro Motta
Utilizando microfones individuais, Janet Cardiff gravou cada integrante do coral da Catedral de Salisbury,  trabalhando com vozes masculinas – baixo, barítono e tenor – assim como, com uma soprano infantil. Na instalação, a artista usa um alto-falante para cada voz, o que permite ao espectador ouvir as diferentes vozes e perceber as diferentes combinações e harmonias à medida que percorre a instalação. Janet Cardiff é uma das artistas mais prolíficas de uma arte que se vale da tecnologia de ponta. Seu trabalho emprega diversos meios expressivos, abrangendo vídeo, instalação e gravação de som.
 
Os jardins do Instituto Inhotim são de uma beleza rara e um paisagismo que explora todas as possibilidades estéticas da coleção botânica. Em 2010, o Instituto recebeu a chancela de Jardim Botânico, atribuída pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos (CNJB), e, desde então, integra a Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RNJB).



Inhotim está entre os 25 melhores do mundo no prêmio  Travelers' Choice Museus 2014, segundo pesquisa do site de viagens TripAdvisor.  E nesse espaço onde arte e natureza convivem em plena harmonia, sempre podemos encontrar uma surpresa... olhem só os fuscas!



Troca-troca  (2002), obra de Jarbas Lopes, é composta por três fuscas coloridos, com latarias permutadas entre si. Seu trabalho consiste num longo trajeto percorrido pelo artista e  amigos que foram de carro do Rio de Janeiro a Curitiba. A viagem aconteceu em três fuscas, que andavam sempre próximos uns aos outros e estavam conectados por uma rede de som comum. Originalmente os automóveis eram amarelo, vermelho e azul, mas tiveram suas portas, capô e porta-malas trocados entre si tornando-se todos coloridos. Estacionados nos jardins de Inhotim, os objetos-carros guardam as histórias dessas viagens, dos amigos que os ocuparam, das músicas que ouviram em conjunto.






Beam drop Inhotim é a recriação de uma obra realizada originalmente em 1984 no Art Park, um parque de esculturas no Estado de Nova York, e destruída três anos depois. A obra foi refeita pela primeira vez em Inhotim em 2008. Durante 12 horas um guindaste de 45 metros de altura lançou em uma poça de cimento fresco as 71 vigas que compõem a obra.  O padrão aleatório da escultura é formado pela queda das vigas, combinando o controle do artista, que mirava o guindaste na poça de concreto fresco, à violência e o acaso provocados pelo peso do material.

Chris Burden Beam Drop Inhotim 2008-Foto: Eduardo Eckenfels

 Dentre as famosas espécies vegetais presentes, destacam-se as Nolinas, mais conhecidas como Patas-de-Elefante.




Desde o início de sua trajetória, Giuseppe Penone se mostrou interessado em realizar obras diretamente na natureza, associando intervenções escultóricas ao processo de crescimento de árvores. Elevazione [Elevação, 2001] pertence a uma etapa posterior de sua prática, na qual o artista tornara ainda mais complexo o diálogo com a natureza, por meio do domínio de elaboradas técnicas de escultura, mas conservando a mesma dualidade entre o fenômeno artístico e o natural. A obra parte da modelagem e conseguinte fundição em bronze de uma castanheira centenária, à qual outras partes de árvores foram soldadas. A grande árvore de metal está presa ao chão por pés de aço e, plantadas ao seu lado, estão cinco outras árvores que, ao longo dos anos, irão crescer e se aproximar da escultura, como se a sustentassem e criassem um espaço arquitetônico para abrigá-la. 


Giuseppe Penone - Elevazione, 2000
 
Eixo laranja do Mapa de Inhotim visitado... parada para o almoço porque a essa altura, todas as calorias do café da manhã tinham ido embora. Precisávamos recarregar as baterias.
Inhotim possui 2 restaurantes: o Tamboril com buffet a preço fixo ou serviço à lá carte e o Oiticica, com buffet a quilo. Além dos restaurantes, existem também opções para lanches. Almoçamos no Restaurante Oiticica, um buffet a quilo muito bom a preços acessíveis. E olha o sorriso da Virgínia, já está pronta para dar mais uma caminhada.
 

 
Nada de descansar, os bancos são convidativos mas ainda temos muito que descobrir. No nosso mapa vamos agora para o eixo rosa.



Edgard de Souza
As  esculturas de Edgard de Souza são parte  de  uma  série em  bronze fundido. Elas representam uma figura masculina nua baseada no corpo do próprio artista e poderiam ser consideradas autorretratos, não fosse a ausência do principal elemento de identificação de  um  retrato:  o  rosto. As esculturas sugerem, num primeiro momento a leitura de um movimento contínuo, que se revela como fragmentado e sem uma óbvia relação de causa e  efeito  entre  cada  uma  das  poses.  Estas  são  impossíveis e  abstratas,  sugerindo tanto  pulsão  quanto  introspecção, mas  também  fragmentação  e  fusão  de  corpos. Em  suas  esculturas  de  bronze,  o artista obtém uma superfície lisa e uma grande precisão nas formas, a partir de  um primoroso processo   de desbaste  executado pelo    próprio, em    blocos    monolíticos de gesso, e que confere às obras um aspecto nobre e sedutor.





Magic Square # 5 (1977) faz parte de um grupo de seis trabalhos que se articulam em torno da praça e do quadrado, já que em inglês a palavra “square” tem os dois significados.  Os Magic Squares pertencem ao grupo de trabalhos Penetráveis, em que a pesquisa de Hélio Oiticica em torno da ocupação do espaço pela cor atinge escala ambiental e se articula com uma ideia de renovação do espaço arquitetônico, aproximando-o ao jardim, à praça, ao labirinto, ao parque de diversão e ao barracão.
 

 Doug Aitken encontrou em Inhotim não apenas as condições técnicas para o desenvolvimento da obra, mas também um contexto onde o trabalho fizesse sentido. Sonic pavilion [Pavilhão  sônico, 2009] se fundamenta num princípio bastante simples, embora ambicioso e de complexa realização: um furo de 200  metros de profundidade no solo,  com uma série de microfones instalados para captar o som da Terra. Este som é transmitido em tempo real, por meio de um sofisticado sistema de equalização e amplificação, no interior de um pavilhão de vidro, vazio e circular,  que busca uma equivalência entre a experiência auditiva e aquela com o espaço. O visitante se senta no interior do pavilhão e, enquanto admira uma belíssima vista panorâmica, ouve os sons, quase sempre parecidos com ventos e sussurros, provenientes das profundezas terrenas. Se der sorte, pode ainda escutar o eco das explosões feitas dentro das minas que operam na região de Brumadinho.

Doug Aitken, Sonic Pavilion, 2009

E aí o tempo fechou e a chuva caiu...e foi muita chuva. Mas a nossa visita tinha terminado, era só esperar o tempo melhorar um pouco. Ah, e compramos mais capas de chuva.




Quarta, dia 29/10 -  No segundo dia em Inhotim fizemos o eixo amarelo do mapa. Todos muito bem dispostos e prontos para novas  descobertas.

Vamos começar com a Galeria True Rouge e a obra de Tunga O trabalho surge do poema que lhe dá título, escrito por Simon Lane e que descreve uma ocupação do espaço pelo vermelho, valendo-se de trocadilhos entre a língua inglesa e francesa. Os objetos que pendem do teto, unidos por estruturas interdependentes, aludem a um grande teatro de marionetes: uma escultura de manipulação, que, se valendo da gravidade, não chega, contanto, a tocar o chão.
E olha nós pegando carona na foto.

Galeria True Rouge
 



Cildo Meireles, Através e Desvio para o vermelho
Na galeria imponente de Cildo Meirelles, o artista mexe com as sensações e desafia os preconceitos do público.
Em Através, ele coloca vários elementos que representam barreiras, como cercas, redes, arame em um mini-labirinto que pode ser percorrido e tocado. O chão de cacos de vidro reforça a ideia de limites.
Em Desvio para o vermelho,  temos uma obra que mexe com as sensações: primeiro um ambiente todo em vermelho, com objetos reais que poderiam estar na casa de qualquer um, depois um quarto escuro com um pote de tinta vermelha virado e uma pia torta pingando vermelho. 

 

Agora uma paradinha obrigatória. O Alexandre ficou cheio de ideias, será porque? Alguém arrisca um palpite? Acho que quando ele chegar em casa vai fazer arte.

Inhotim abriga jardins de projeto paisagístico primoroso, reunindo espécies provenientes de todo o mundo. Mais um pouco desses momentos de tanta beleza.


  


Marepe, A Bica, 1999
A bica (1999) coloca em diálogo, de maneira exemplar, as duas tradições que informam a obra de Marepe: a história da arte do século 20 e as práticas populares de seu contexto de origem, o Recôncavo Baiano, região onde nasceu e vive. O título da obra evidencia seu significado: ao anexar um instrumento de coleta ao telhado, espera-se que as águas da chuva transformem a escultura em vertente. O vínculo deste trabalho com um fenômeno natural e seu tempo de espera encontra referências na realidade vivenciada pelo artista no interior da Bahia, na medida em que traduz as incertezas e anuncia soluções associadas à escassez de água. A alusão à moradia e às estratégias de sobrevivência é tema recorrente na obra de Marepe em obras como a série de Embutidos (1999) e O telhado (1998).



Aqui encontramos Marcius Galan.  O artista desenvolve, desde a década de 1990, uma obra que convoca reflexões sobre a escultura, a geometria e o espaço. Em muitos casos, seus trabalhos geram situações inesperadas, criam jogos de ilusão e truques visuais para incorporar e redesenhar as características arquitetônicas de um determinado lugar, alterando o modo como o percebemos. O espectador é convidado a adotar uma posição autônoma, a investigar o espaço e a descobrir a tênue linha divisória entre aparência e realidade.
Em Imóvel/Instável, 2011pesos de concreto em forma piramidal, interligados por cabos de aço e ripas de madeira, vão decrescendo de tamanho na mesma proporção para formar uma estrutura que tem como função equilibrar uma moeda de 10 centavos.  A ilusão de movimento dada a uma imagem estática, imóvel e fixa ao chão torna-a instável, mas que se poderia acionar a qualquer instante.

Seção diagonal, é um trabalho que faz com que as pessoas duvidem da própria percepção. Um plano que não existe é criado através de sutis modificações na sala de exposição e divide o espaço.
 
Marcius Galan, Seção Diagonal, 2008 e Imóvel/Instável, 2011
 
 
Localizado no Viveiro Educador, O Jardim de Todos os Sentidos é um espaço que contempla três canteiros em forma de mandala, dedicados, cada um, a plantas aromáticas, medicinais e de efeitos tóxicos.
O jardim foi realizado por meio de uma parceria entre a equipe de educação ambiental, o programa Amigos do Inhotim e instituições especializadas em pessoas com deficiência visual.

Jardim de Todos os Sentidos

O mural Rodoviária de Brumadinho (2005) representa a estação rodoviária de Brumadinho e as pessoas que passam por ela. Um lugar que é não apenas um terminal de transporte mas também centro de vida social, pois nele se apresentam grupos de danças populares. Os modelos apresentados no mural foram escolhidos por  John Ahearn e Rigoberto Torres entre a população de Brumadinho. 
                                                                                                                             
John Ahearn e Rigoberto Torres - Rodoviária de Brumadinho, 2005

Abre a Porta (2006) mostra uma procissão religiosa, solene e fervorosa, que acontece anualmente junto à igreja situada em Inhotim, em frente ao mural. A procissão é formada por integrantes dos grupos locais de Congada e Moçambique, cujas raízes remontam à linhagem africana pura de ex-escravos praticantes de um tipo de catolicismo que assimilou divindades animistas.
 
John Ahearn e Rigoberto Torres - Abre a Porta, 2006
 
 
Não  almoçamos no restaurante Oiticica porque era dia de visita de grupos escolares e o restaurante só atenderia a esses grupos.
Pelo nosso roteiro já vimos tudo, mas fica a sensação de que falta alguma coisa. E acho que é assim mesmo, pois em Inhotim arte e natureza se harmonizam e é tudo muito grandioso, sempre tem algo novo para se descobrir, para nos surpreender. E uma boa surpresa é que está sendo construído  um hotel dentro do parque, mas não há muitas informações sobre esse assunto, portanto, vamos aguardar as notícias.
Nosso destino agora é a Pousada, onde vamos almoçar e partir para Tiradentes.
 
 


Sobre a Pousada Nossa Fazendinha, vamos deixar registrado o que aconteceu na noite anterior. Foi o jantar das omeletes e das cachaças. Teve também brioches, requeijão e ovinhos de codorna, cortesia do Sr. Guido.
Registro também para os negócios do Alexandre...doce de leite! Então agora ele já tem duas atividades: fazer arte e vender doce de leite. Será?

 
Aproveitamos para conhecer a Pousada Dna. Carmita. Não, minha mãe não tem nada a ver com a Pousada. Sei que todos ficaram interessados, mas é somente o mesmo nome.
 
 
 
 Tudo arrumado, pé na estrada e...engarrafamento! Não estava nos nossos planos, mas para a Caravana Mineira tudo é festa. 
 
 

Tiradentes


Depois de horas de viagem, chegamos a noite nessa charmosa cidade histórica. Fundada no início do século XVIII, Tiradentes possui aproximadamente sete mil habitantes. O conjunto arquitetônico da cidade foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1938, pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan).

 
Nos hospedamos na Pousada Mãe D´Água, localizada no Largo das Forras que é a principal praça de Tiradentes. Nessa praça, no século XVIII, os escravos recebiam suas cartas de alforria. É o ponto de encontro dos habitantes da cidade para jogar cartas, ver apresentações culturais ou simplesmente conversar. Lá existe também um monumento a Tiradentes. O local concentra grande quantidade de pousadas, restaurantes, lojas de artesanato e serviços de informação aos turistas. As charretes coloridas também ficam nesse Largo.

Estamos perto de tudo, lojinhas nos aguardem!!!

 
 
 Nosso jantar foi no Spaghetti Cantina Italiana, comida boa e um local muito agradável. O que mais gostei, foi da sobremesa...um Petit Gateau delicioso.
 

  
Quinta, dia 30/10 - Tiradentes é uma cidade muito agradável.  Suas ruas, casas e igrejas nos remete a um importante capítulo da história do Brasil. 

 
 


A herança da arquitetura colonial está presente em suas ruas de pedras, calçadas estreitas e principalmente no colorido das casas e sobrados. O artesanato está por toda a cidade. Existem lojas  que comercializam arte em ferro e madeira, outras vendem lembrancinhas, como camisetas estampadas, objetos de decoração de madeira e bonés. Existe também as de peças artesanais sofisticadas, como objetos de decoração e utensílios para cozinha feitos com estanho.
 
 
A Matriz de Santo Antônio é um dos mais ricos exemplares do barroco brasileiro. Todos que visitam Tiradentes, independente de suas convicções religiosas, têm motivos para passar por ali, seja pela rica decoração da capela ou pela bela vista da cidade do topo do morro. Logo na entrada, é difícil não se impressionar com os lustres de prata e a quantidade de ouro que decoram o altar e suas imagens.  No alto, o órgão português de 1788 tem oito fileiras de tubos e belíssimas pinturas em estilo rococó. Na parte externa, o antigo relógio de sol feito em pedra sabão em 1785, que possui duas faces para indicar o horário de acordo com a posição do Sol: uma durante o inverno e outra no verão. Desenhada por Aleijadinho, a fachada da igreja também chama a atenção de quem passa pelo local, com destaque para as belas torres.
 


Visitamos também o Museu de Liturgia. Inaugurado em 14/04/2012, o museu conta com um  acervo de mais de 420 peças dos séculos XVIII a XX, completamente restauradas. São pinturas, pratarias, ex-votos, esculturas e imagens, objetos em metal e madeira, paramentos, missais e outros objetos religiosos confeccionados com uma ampla diversidade de técnicas e materiais. Além disso, o museu conta com instalações audiovisuais e terminais multimídia interativos, para aqueles que estão interessados em conhecer um pouco mais da história da liturgia. No pátio externo, no muro de pedra, uma instalação sonora oferece uma audição recolhida de trechos bíblicos, salmos e provérbios.

E na hora de comprar lembrancinhas no Museu, minha mãe foi presenteada com um terço pelo Alexandre. Muito gentil!

A Igreja Nossa Senhora do Rosário é considerada a mais antiga da cidade. Construída pelos escravos, possui três altares com talhas de meados do século XVIII. Na capela-mor, interessante pintura em perspectiva retrata a Virgem entregando o Rosário a São Francisco de Assis e a São Domingos Gusmão. O forro da nave foi pintado por Manoel Victor de Jesus e representa os quinze mistérios do Rosário.
 
Inaugurada em 1750, a modesta Capela do Bom Jesus da Pobreza apresenta  em seu interior, interessante imagem de Cristo Agonizante, talvez a mais bonita da cidade.





Igreja Nossa Senhora do Rosário e Capela do Senhor Bom Jesus da Pobreza
 

Caminhar por Tiradentes é sinônimo de compras e lá vamos nós. A ordem, como li em algum lugar, é ziguezaguear  pelas ruas de pedra do Centro, explorando lojas, ateliês e restaurantes.
 


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