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Livro vs Série: Os 13 Porquês

Esse é, sem dúvidas, um post difícil de se fazer, o comparativo entre um Livro e uma série que contam uma história tão complexa como a de Os 13 Porquês. 
Primeiramente, algo que deve ser dito logo de cara: se você quer assistir uma boa adaptação, essa é a escolha. Segundo: como toda adaptação, a série não é literal ao livro, mas podemos dizer que é (MUITO) fiel e mais: vai além dele. E por último, porém não menos importante: esteja com o emocional preparado, porque você vai ter fortes sentimentos.

A história tem dois protagonistas, Clay Jensen e Hannah Baker. Clay é um garoto de 17 anos e é um pouco impopular. Certo dia, chega em casa e se depara com uma caixa de sapatos lacrada e ao abrir encontra fitas cassete, que deixaram de ser usadas à beira dos anos 2000. O garoto descobre que as fitas vêm de ninguém menos que Hannah, uma garota que se suicidou algumas semanas antes. O garoto resiste, mas logo começa a ouvir as fitas, que, narradas pela menina, contam os motivos pelos que a levaram a tomar tal decisão - estes motivos estão ligados a pessoas, 13 delas, cada uma influenciando de uma maneira no caminho de Hannah até seu trágico desfecho. 
Tais fitas vêm com instruções específicas: devem ser passadas pra cada uma das pessoas ali mencionadas, como numa corrente e, caso contrário, elas serão divulgadas por alguém a quem ela confiou cópias. Escute e repasse.

Hannah deixa 7 fitas, cada uma com um lado A e B e os episódios seguem essa mesma sequência: Primeiro episódio - Fita 1, Lado A; Segundo episódio - Fita 1, Lado B e assim por diante, fazendo com que cada um tenha foco na pessoa de quem Hannah fala sobre na fita (além de trazer mais sobre a própria garota e o Clay). 

Como já dito antes, a série é uma ótima adaptação do livro, mas vai além, acrescenta detalhes e explora muito a história dos personagens secundários - o que seria muito difícil de se fazer no livro sem deixar tudo tão cansativo. Além disso, no livro se tem apenas o ponto de vista de Clay e o de Hannah, que se intercalam na narração, o que impossibilitaria essa visão direta pelo ponto dos outros personagens. Talvez, por esta razão, para quem for ler o livro após ver a série, sinta falta de um "algo a mais". 

"Ao me conscientizar de que ninguém sabia a verdade a respeito da minha vida, meus pensamentos sobre o mundo ficaram abalados. Como se estivesse dirigindo por uma estrada acidentada e perdendo o controle do volante, sendo jogada - só um pouquinho - para fora da pista. As rodas levantam poeira, mas você consegue puxar o carro de volta. Mesmo assim, não importa que esteja segurando bem firme no volante, não importa o quanto esteja se esforçando para tentar guiar em linha reta, algo fica empurrando você para o lado. Você já não tem quase mais nenhum controle sobre nada. E, a certa altura, a luta se torna excessiva - cansativa demais - e você considera a possibilidade de largar tudo. De deixar acontecer uma tragédia… ou seja lá o que for." - Jay Asher
Jay Asher, no livro, constrói a narrativa fazendo-nos escutar, junto com Clay, as fitas de Hannah e isso foi muito bem traduzido na série ao fazer dela uma narradora como voz de fundo. Na série, Hannah conta a história conforme vamos vendo tudo que acontece - conhecemos seus sentimentos, o que passa por sua cabeça e a vemos exteriorizar.

Sendo bem concisa, sem tentar apaziguar qualquer aspecto: a série é algo dificílimo de se assistir. Você cria um laço com os personagens e de repente, se vê sentindo o mesmo que eles, chorando rios de uma hora pra outra e querendo, com todas as forças, salvar a Hannah. Mesmo sendo uma pessoa "pé no chão", você provavelmente vai se pegar pausando o episódio uma hora ou outra para poder respirar um pouco.  Tudo ali é muito real e deve-se dar ênfase ao assunto seríssimo que é o suicídio, que muitas vezes, tal como mostrado na história, é subestimado ou mesmo menosprezado. Há outros temas fortes que são tratados, porém não os mencionarei para evitar spoiler, mas saibam desde já: é preciso ser forte para encarar todas essas cenas. Não é só a tristeza que as envolve, mas são coisas difíceis de se encarar, seja na ficção ou no mundo real.

A história ensina lições importantes, daquelas que talvez nunca seja tarde demais para aprender. Faz refletir muito sobre relações humanas, sobre o modo com que tratamos os outros e como muitas vezes falta empatia. De algum modo a história irá te tocar e abrir os olhos; talvez você passe a prestar atenção nas pequenas ações; talvez você mude seu ponto de vista sobre algo; talvez você se sinta incentivado a fazer as coisas de uma maneira diferente.
 
Aos espectadores/leitores que julgam Hannah, provavelmente têm a expectativa de um personagem perfeito, intocável, a clássica vítima que vemos em tantas histórias. Porém, como já dito: é tudo muito real, uma representação do mundo em que vivemos, onde as pessoas são tudo, menos perfeitas. 

Ainda está em aberto a possibilidade de uma segunda temporada da série, isso é claro, conectando algumas coisas deixadas na primeira temporada e tratando de algum assunto abordado no livro e levando-o além (cogita-se que seja sobre bullying), já que na season 1 termina-se de contar toda a história da obra de Jay Asher. 

Avaliação:
Livro:
Série: 



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