Legend é mais um Livro que surgiu na onda de distopias dos últimos anos. Por adorar distopias, criei grandes expectativas quando ao título, porém, devo admitir que me decepcionei. Se você nunca leu uma distopia, ou pouco leu histórias do tipo, talvez o livro seja surpreendente, viciante; do contrário, talvez você apenas sinta que é mais do mesmo.
A história se passa num futuro distante, na República de Los Angeles, que está em guerra contra as colônias. Todo esse cenário, hoje dividido, um dia já foi os Estados Unidos da América.
Ao completar 10 anos de idade, todas as crianças da República devem fazer a Prova para que, de acordo com sua pontuação, sejam encaminhadas para seus respectivos destinos: trabalhos nas fábricas, ida para campos de trabalho, forças armadas ou mesmo a vida acadêmica.
O leitor é apresentado a dois protagonistas: Day, um garoto pobre, porém muito temido entre os habitantes da República, já que é um dos mais procurados entre os criminosos e June, uma garota pertencente à elite patriota, que se sente limitada frente as regras, já que tem um grande potencial e, é claro, atingiu a pontuação mais alta na Prova.
O caminho de ambos se encontra, após eventos trágicos na vida dos dois e, ao mesmo tempo em que eles têm uma conexão, seus próximos passos em relação um ao outro serão triviais - Day é o inimigo número um da República, enquanto June passa a trabalhar diretamente para a superintendência de segurança patriota.
Embora o livro seja aclamado, parece que sua história já tem uma fórmula pronta, tão conhecida pelo formato das distopias: o governo manipulador, que esconde segredos, fazendo da população meros fantoches. A autora, em minha opinião, também não conseguiu aproveitar a gama de opções que ela tem na obra: falta algum desenvolvimento dos personagens, do cenário, talvez do próprio romance que desponta secundariamente na história (que aparenta ser, em suma, muito superficial). O sentimento, ao ler Legend, é de prosseguir numa história cheia de lacunas que não permite criar muitos laços e se envolver plenamente com o enredo e também a incerteza de se tais espaços em branco serão preenchidos futuramente.
Apesar disso, é a narrativa em primeira pessoa que impulsiona a leitura: os capítulos alternados de June e Day, onde cada um vai mostrando seu ponto de vista e seus sentimentos em relação ao que vai acontecendo ao seu redor instiga a curiosidade do leitor. Os personagens secundários, que fazem parte de suas vidas, são, de longe o mais interessante, não obstante, como já dito acima, falta-lhes um pouco mais de desenvolvimento.
A editora Rocco fez um ótimo trabalho na publicação do livro, desde a capa, com detalhes em alto relevo e grande qualidade até a diagramação das páginas, que são texturizadas e com fontes diferentes para a narração de cada personagem - o que, inclusive, ajuda a quem lê a diferenciar de quem é o ponto de vista a ser contado.
Considerando todos pontos positivos e negativos, é um livro para o qual se merece dar uma chance. É inevitável a comparação com outras sagas/histórias no mesmo estilo, principalmente Divergente, devido a todas semelhanças que te fazem pensar "já vi isso em algum lugar", mas em aspectos específicos a história se destaca e toma rumos (talvez) diferentes do esperado. De duas uma: ou ao terminar o livro você vai correr pra ler a sequência, Prodigy, ou vai ficar na dúvida de se vale a pena ou não continuar a trilogia.
Avaliação:
♥♥♥♥♥
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