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O riacho


Ò que dor que caminha por dentro de mim sem pedir licença. Como se fosse um habitante comum, uma pessoa com a qual eu já tivesse tido aquelas longas conversas de café sobre maus momentos e tristezas da vida… Ai Quem me dera conseguir abandonar esta pessoa dentro de mim que me incomoda como uma pedra no sapato, como andar à chuva numa noite fria de inverno.
Pessoa essa que faz questão de me gelar o corpo e ferver a mente, ou simplesmente o reverso… De tanto pensamento por vezes o meu corpo ferve, fervilha de convulsão, e a minha mente, fria como uma manhã de geada numa qualquer aldeia à beira rio…
À beira-rio encontro-me a escrever este texto. Este pequeno riacho que vai dar a outro e se vai juntar e formar um riacho maior… Como eu… Um pensamento junta-se ao outro e faz outro pensamento maior, e mais ruidoso. Só quero que esse pensamento finde o mais depressa possível no mar… Esse mar, coberto de esperança e sonho.
O sonho comanda a vida, mas eu não tenho vida para sonhar… Ou se calhar tenho. Talvez só sonhe quem está insatisfeito… Mas não valerá a pena. Não quero criar as expetativas para de seguida me desiludir e ficar pior que estou.
Só sonha quem é insatisfeito, mas e quem é muito insatisfeito? Se fosse assim, passaria toda a minha vida a sonhar e não vivia o meu triste presente e minha infeliz vida…
Quero ir liberto na vida como este riacho…Mas será ele liberto? Se fosse ele liberto, queria ele seguir em direção ao mar… Porque tem tudo de nascer e acabar da mesma maneira? Terá tudo que necessariamente acabar?
Só a minha infelicidade é que não acaba…



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