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O meu melhor amigo é a folha de papel…


Sento-me. Pego na caneta. Dentro de mim floresce uma vontade enorme de escrever. Mas uma vontade inconsequente visto que estou sem ideias, sem criatividade.
Representará esta contradição, a solidão da minha efémera vida? Creio que não. Vamos veicular-nos à ideia que apenas poderá ser um mau dia.
Entretanto vou buscar o copo, e por ele desce o whisky, no qual deposito toda a minha confiança, na esperança que este me faça renascer as ideias para transportar para o papel. Ideias que outrora tive…
Dizem que o álcool nos ajuda a animar um pouco e a fazermos coisas que sóbrios não faríamos. Mas, se isso fosse realmente verdade, toda a minha escrita seria um mar de rosas, onde se retratava uma vida de satisfação e felicidade plena com longas jornadas de boémia. Ao invés disso, os meus textos são tristes. Espécies de desabafos, como se o papel fosse o meu melhor amigo, o whisky a funcionar como "municiador" desses desabafos, e a minha caneta, que se movimenta, à luz da minha solidão.
Bebo o primeiro e o segundo gole e de imediato sinto uma satisfação interior e uma vontade de transportar tudo para a minha folha de papel. Esta ânsia de tudo fazer que me vai absorvendo, à medida que percebo que o mais importante é fazer dela a pessoa mais feliz do mundo, mesmo que seja a última coisa que faça nesta pequena passagem.
Bebo, mas bebo com a mesma rapidez com que escrevo. Vou despejando a garrafa com uma alegria e um deleite, possivelmente a mesma que os pais sentem ao ver raiar a aurora do filho.
Todo este movimento transporto-o através da caneta, e este todo é como se nada fosse e do nada este desabafo passasse e a vida iniciasse, tudo de novo. Ai! Quem me dera! Quem me dera poder sentir isto ao longo de toda a minha vida sem me preocupar com problemas, os chamados príncipes da vida, que nada fazem a não ser vangloriar-se dos feitos a que ninguém interessa, mas também não me preocupar com o fim, o mar que nos levará, e que com isso, tudo acabará por findar.
Vejo o fundo da garrafa… E a minha vida volta ao normal. Ao desespero e à tristeza, de saber que acabará tudo tão cedo e acabarei por não aproveitar este mundo…


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