Em novembro de 2014, Tamir Rice, de 12 anos, foi baleado pela polícia por empunhar uma pistola de brincar acabando por morrer dias depois no hospital. Depois de terem analisado o caso, as autoridades afirmaram que a criança teve culpa na sua própria morte. Agora, a cidade de Cleveland enviou a conta da ambulância para a família Rice.
Segundo a CNN, a carta gerou indignação não apenas no seio da família de Tamir, mas também na União de Polícia de Cleveland que lutou com unhas e dentes para limpar os agentes envolvidos no caso.
“Subodh Chandra e eu nunca concordámos sobre nada até agora”, afirmou o presidente do sindicato da polícia, Steve Loomis, referindo-se ao advogado da família Rice. No entanto, tal como Chandra, Loomis considera que “é inconcebível que a cidade de Cleveland tenha enviado essa conta à família Rice”. “É realmente dececionante, mas não é, de todo, surpreendente”.
Também o advogado da família Rice afirma que Samaria Rice, mãe de Tamir, sente que a fatura de 500 dólares para a viagem de ambulância é assédio.
“A insensibilidade, insensibilidade e falta de bom senso necessário para a cidade para enviar a conta… é de tirar o fôlego. Junta o insulto ao homicídio”.
Compreenda o caso
A 22 de novembro de 2014, Tamir Rice estava a brincar num parque perto de casa. As imagens de videovigilância mostravam Tamir a andar e a apontar a arma de vez em quando. Um homem viu a cena e ligou para o serviço de emergência.
“O suspeito continua a apontar a arma. É falsa, provavelmente. Mas sabe que mais, ele está a assustar as pessoas”.
No entanto, apesar do homem ter alertado para o facto de a arma ser falsa, essa informação nunca chegou à polícia.
A polícia deslocou-se de imediato ao local. Os polícias saíram do carro e um deles, temendo que o rapaz disparasse – baleou Tamir em dois segundos.
Ao ter conhecimento do sucedido, a família de Tamir correu para o local, tendo sido aconselhada pela polícia a “acalmar-se” ou seriam detidos. A irmã de Tamir, de apenas 14 anos, foi algemada e colocada no carro da polícia depois ter “avisado” a família.
Enquanto isso, Tamir foi colocado numa ambulância e levado para o hospital, onde morreu no dia seguinte.
Em dezembro, o grande júri recusou indiciar os dois agentes que responderam à chamada. O caso está a ser revisto e a família Rice continua a insistir no mesmo, tendo instaurado um processo de morte por negligência contra a cidade de Cleveland.
Por sua vez, a cidade alega que Tamir morreu porque falhou “no exercer do cuidado para evitar lesões”.
Esta quarta-feira, chegou a conta da ambulância. O porta-voz da cidade, Dan Williams, recusou fazer comentários.
tvi24