''Caminha,Grande Caminha,
Espero que esteja em paz.
Estou lhe escrevendo esta
Carta com cheiro de gás
Do país que descrevestes
Há cinco anos atrás.
Estou aqui no Brasil,
Não me pergunte por quê,
Na capital de São Paulo
Me lembrando de você,
Olhando subir o último
Suspiro do Tietê.
Caminha, grande Caminha,
Aqui não caminha nada.
Ninguém respira direito,
A flora foi dizimada,
É preciso mais que alma
Pra não morrer sufocada.
Os índios aqui continuam
Sem roupa, sem teto e terra,
Tem uns vendendo madeira,
Outros pintados pra guerra,
Mas todos comendo a sobra
Dos dentes da motoserra.
Mas passei dias piores
No Nordeste do país,
Olhando a seca queimar
Daquele Povo a raiz
E os salvadores da pátria
Nos bancos das CPIs.
Caminha, grande Caminha,
Imagina o que eu sofri,
Sentindo o peso da culpa
Quando aqui cheguei que vi
Coberto de incertezas
O país que eu descobri.
Caminha, grande Caminha,
É claro que não gostamos,
Mas só estão terminando,
Aquilo que começamos,
Ou seja, tocando fogo
No mato que nós brocamos.
Adeus, Caminha, adeus
Depois do mal vem o bem.
Aprendi a respeitar
O valor que um povo tem
E nunca mais invadir
Nem cobrir nem descobrir
O país de seu ninguém.
Espero que esteja em paz.
Estou lhe escrevendo esta
Carta com cheiro de gás
Do país que descrevestes
Há cinco anos atrás.
Estou aqui no Brasil,
Não me pergunte por quê,
Na capital de São Paulo
Me lembrando de você,
Olhando subir o último
Suspiro do Tietê.
Caminha, grande Caminha,
Aqui não caminha nada.
Ninguém respira direito,
A flora foi dizimada,
É preciso mais que alma
Pra não morrer sufocada.
Os índios aqui continuam
Sem roupa, sem teto e terra,
Tem uns vendendo madeira,
Outros pintados pra guerra,
Mas todos comendo a sobra
Dos dentes da motoserra.
Mas passei dias piores
No Nordeste do país,
Olhando a seca queimar
Daquele Povo a raiz
E os salvadores da pátria
Nos bancos das CPIs.
Caminha, grande Caminha,
Imagina o que eu sofri,
Sentindo o peso da culpa
Quando aqui cheguei que vi
Coberto de incertezas
O país que eu descobri.
Caminha, grande Caminha,
É claro que não gostamos,
Mas só estão terminando,
Aquilo que começamos,
Ou seja, tocando fogo
No mato que nós brocamos.
Adeus, Caminha, adeus
Depois do mal vem o bem.
Aprendi a respeitar
O valor que um povo tem
E nunca mais invadir
Nem cobrir nem descobrir
O país de seu ninguém.
(Grupo de poetas cordelistas de Mossoró)
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