Se pusermos de lado a hipocrisia (mais do que frequente) de querer encontrar num livro de literatura juvenil e 176 páginas um exaustivo e fiel relato do Holocausto, O Rapaz do Pijama às Riscas é um livro fantástico.

Pessoalmente, gostei bastante desta leitura. Gostei que a história nos fosse apresentada sob a perspectiva de uma criança que desconhece completamente a crueldade que se passa à sua volta; sem saber da desumanidade que o rodeia, a inocência de Bruno permite-lhe continuar humano, sentir empatia por todos sem qualquer preconceito.

Claro que esta é uma abordagem superficial e nada é realmente explorado a fundo; ao longo do livro temos que ler nas entrelinhas para conseguir contextualizar as informações que Bruno nos dá e presumir não só através do que ele nos diz mas também do que deixa de fora. O meu único 'problema' com este livro é a oscilação quase absurda entre a inteligência e perspicácia de Bruno para umas coisas e o modo obtuso, pouco imaginativo e nada arguto com que se comporta em relação a outras.

O Rapaz do Pijama às Riscas traz-nos uma história muito comovente não apenas por aquilo que está escrito mas pela rememoração que nos deixa sobre tudo o que se passou.