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Aqui Mesmo

 Talvez melhor em ideia que em execução.



Aqui Mesmo segue Artur Mesmo (Arthur Même), o soberano por direito de Mornemont, uma espécie de pequena ilha algures entre a França e a Suíça, um território isolado - soberano por direito, descendente de uma família privilegiada, mas que terá perdido todos os territórios da ilha. Sobram-lhe os muros e os portões, pelo que vive numa espécie de cabana em Cima Dos Muros e passa o dia em correrias, em cima destes, para abrir os portões, gesto pelo qual cobra portagem. Artur reune frequentemente com advogados, procurando reaver a terra que perdeu, e depende de um pequeno mercador marinheiro para comer.


A premissa é interessante, de forma absurda: temos aqui um homem que, mais que excêntrico, demonstra ser extremamente disfuncional, preso à ideia da usurpação e divisão dos territórios, que crê ter sido ilegal, recusando-se a partir. É a sua luta pelo que crê ser seu por direito que traz várias externalidades à sua vida, reservada, curiosamente vivida no espaço entre terrenos privados.



O factor externo de mais destaque é sem dúvida Julie, em quem nunca antes tinha reparado por aí além, mas que vem abalar as suas crenças e o seu modo de vida, ao mesmo tempo que, indirectamente, acaba por o envolver num drama político. Todas estas intrusões fazem com que a vida de Mesmo vá de mal a pior, acabando com a estabilidade surreal na qual vivia.


Mesmo é uma personagem trágica, absurda, sim, mas acima de tudo, patética, quase uma caricatura, quase real (e dá pena). Envolvido em eventos vários, sem grande importância, mas que não consegue controlar, acaba por perder o pouco que tinha. É difícil compreender as suas motivações, bem como as dos seus conterrâneos.


A verdade é que a história começa bem, mas acabei por não gostar por aí além. Vai perdendo fôlego, arrastando, torna-se confuso e Nunca Chega a atingir um ponto alto, nunca chega a um ponto verdadeiramente bom.


Destaca-se aqui a arte de Tardi, a preto e branco, com personagens de expressões exageradas, aspectos e vestimentas quase absurdos, muito bem representados. A forma como retratou a vida em Cima Dos muros é maravilhosa. Mas é isto.


3/5


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