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sete anos

Dia 14 de Junho (anteontem!!) fez sete anos que escrevo por estes lados.


Foi-me sugerido, em jeito de comemoração (e já em 2018...), escrever sobre os meus cinco livros preferidos de sempre, ou o preferido de cada um destes anos. Ambas as propostas são difíceis!

Optei pelo segundo desafio. Li, ao longo destes sete anos, e segundo o Goodreads, 457 livros. Fica difícil escolher sete (porque já passou algum tempo desde a altura em que a proposta era escolher cinco). Os anos aqui não são civis, são de Junho-a-Junho. Ora, vamos lá.

2013-2014

La porte étroite, de André Gide. Esta era fácil porque foi a releitura, em francês, de um Dos Meus livros preferidos de sempre. Rapaz apaixona-se pela prima, ainda crianças, e a prima arruína as chances de felicidade de várias pessoas através da sua devoção religiosa.

Menções honrosas:
We Have Always Lived in the Castle, de Shirley Jackson, deliciosamente escrito, deliciosamente macabro.
Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, num regresso à escrita deste autor de quem sempre tinha gostado tanto.

2014-2015

Man's Search for Meaning, de Viktor Frankl. Novamente fácil, porque este livro se tornou numa referência para mim. Fundamental - uma história de sobrevivência a Auschwitz, sim, mas a perspectiva de um psiquiatra sobre o ocorrido e sobre aquilo por que passou. Este livro é sinónimo de esperança.

Menções honrosas:
Tanta gente, Mariana, o meu primeiro livro de Maria Judite de Carvalho, que é possivelmente a melhor autora portuguesa de todos os tempos. Sobre solidão.
Os da minha rua, de Ondjaki, primeiro encontro com este autor, que fala de um bairro com inocência infantil.
A Farewell to Arms, de Ernest Hemingway, a par de Fiesta: The Sun Also Rises um dos meus favoritos do autor. Um retrato de uma geração desfeita pela guerra, definida pela guerra.

2015-2016

The Hundred and One Dalmatians, de Dodie Smith. Maravilhosa aventura canina que em muito difere da versão Disney (embora não tão absurdamente como outras adaptações), é um livro de conforto, é fofinho, acolhedor.

Menções honrosas:
Tieta do Agreste, de Jorge Amado. Esqueçam a novela. Jovem expulsa da aldeia por promiscuidade volta feita filha pródiga vinte anos depois, rica.
Jules et Jim, de Henri-Pierre Roché. Esqueçam o filme, também aqui. Dois grandes amigos procuram o amor e encontram-no na mesma mulher.

2016-2017

Cold Comfort Farm, de Stella Gibbons, é uma espécie de comédia sobre uma rapariga que se vê órfã e decide, para não viver à custa da família, arranjar a vida dos seus familiares. Mete vacas com nomes, teorias da conspiração, romance e, como o título dá a entender, a vida numa quinta. (e aqui, podem ver o filme, que é engraçado)

Menções honrosas:
Rosemary's Baby, de Ira Levin, é a base de um dos meus filmes preferidos não obstante o realizador. Mulher fica grávida do diabo. Não sei se é terror, se é um thriller, sei que é incrível.
Gone with the Wind, de Margaret Mitchell, um clássico daqueles. Épico, inenarrável, Scarlett come terra e sabe que é demasiado cedo para desistir.
Wide Sargasso Sea, de Jean Rhys, uma maneira muito melhor de contar a história do amado da sonsa e insossa da Jane Eyre (e de dar uma voz, uma história, uma vida, à mulher no sótão que nunca ninguém quis compreender).

2017-2018

It Can't Happen Here, de Sinclair Lewis, o livro mais aterrador e realista que já li. Já tinha lido Main Street antes e adorado - mas a actualidade, o terror, a vontade de gritar que este livro dá são impossíveis de replicar em qualquer outro livro. Um fantoche populista sobe ao poder nos Estados Unidos, instaura-se uma ditadura.

Menções honrosas:
Um rapaz chamado Giotto, de Bimba Landermann e Paolo Guarnieri, um álbum infantil que dá a conhecer um pintor do qual, na verdade, se sabe muito pouco.
Les Trois Mousquetaires, de Alexandre Dumas, empolgante e incrível aventura de espadachins com que todos estarão de algum modo familiarizados. Dartacão, Dartacão!

2018-2019

Afirma Pereira, de Antonio Tabucchi, um belíssimo retrato da ditadura em Portugal e sobre como todos, mesmo os mais improváveis, podemos ser heróis.

Menções honrosas:
Os Armários Vazios, de Maria Judite de Carvalho, uma novella e não os contos a que me tinha (e tem) até então habituado.
War with the Newts, de Karel Čapek, uma sátira distópica que cruza ficção científica com política e toca no despertar do fascismo.
Novas Cartas Portuguesas, de Maria Velho da Costa, Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta - e não devia ter de explicar o porquê.

2019-2020

Stoner, de John Williams, um livro magistral sobre a vida, a morte, e tudo o que acontece pelo meio. Stoner é um herói.

Menções honrosas:
The Princess Bride, de William Goldman, uma aventura divertida e intemporal sobre raparigas bonitas, vingança, duelos de espadas, tortura, amor de verdade, etc, etc.
The Boys from Brazil, de Ira Levin, porque Ira Levin é brilhante e esta é possivelmente a única obra de ficção que envolve nazis que vale a pena ler.
How to Be Both, de Ali Smith, a minha primeira experiência com a autora e uma surpresa enorme, uma obra com múltiplas camadas de dualidade e história da arte pelo meio.


Aos que ainda lêem blogs e, em particular, lêem o meu, muito obrigada!



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