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Orange is the New Black – 4ª Temporada

A Netflix demorou um tempo para estabelecer a popularidade que ela tem hoje em vários países como o Brasil. O “Boom” dela realmente foi em 2013 quando lançou duas das suas produções originais mais conhecidas: House of Cards e Orange is the New Black. Enquanto a série protagonizada por Kevin Spaecy nos guiava para baixo dos panos da política norte-americana, a série criada por Jenji Kohan nos apresentava várias mulheres diferentes, vivendo e sobrevivendo na prisão de segurança mínima de Lietchfield.

Depois de três temporadas, o público já se acostumou com a fórmula narrativa de Orange is the New Black: a série mostra o cotidiano das Detentas na prisão, em algum episódio vão focar em alguma personagem e mostrar flashbacks de como era a vida dessa mulher antes da cadeia e quais foram os erros que fizeram ela parar em Lietchfield. Contudo, mesmo com essa estrutura narrativa, cada Temporada é diferente entre si, abordando algo de novo.

A primeira temporada introduzia Piper Chapman (Taylor Schilling) como a visão introdutória do espectador de como era a vida dentro da prisão e o comportamento das detentas; a segunda temporada foca no grupo das negras, lideradas por Vee para tomar conta da prisão; a terceira temporada volta a focar em Piper agora querendo ser a manda-chuva em um esquema de calcinhas, mostrando como ela também pode ser malvada.

A trama da Quarta Temporada de Orange is the New Black é sobre a superlotação. Enquanto as antigas detentas se divertiam no lago no final da terceira temporada, várias novas detentas chegavam em Lietchfield. As latinas agora são a maioria, o que faz Ruiz (Jessica Pimentel) ter o interesse de liderá-las e também entrar no esquema de calcinhas da Piper, que estando tão preocupada em ser da pesada, não repara o quão em apuros Alex (Laura Prepon) se encontra. Com um número absurdamente grande de detentas, Caputo (Nick Sandow) necessita escalar uma força tarefa da pesada, liderada por Piscatelli e com o desenvolvimento da trama, percebemos o quanto ás vezes as figuras de ordem podem ser mais perigosos que as detentas.

Diferente das outras temporadas, essa aqui começou bem lenta, chegando até a assustar. O primeiro episódio foi muito complemento do que ficou em aberto no final da terceira temporada e os outros ainda estavam estabelecendo as novas figuras e encaixando-as nos lugares certos. Incluindo viradas em personagens como a Ruiz, que era só uma latina grávida lá no início, que acabou indo trabalhar na cozinha da prisão, que virou a “chefona” das novas latinas. Ao mesmo tempo que a série precisa lidar com as veteranas como Olhos-Loucos (Uzo Adubo), Red (Kate Mulgrew), Tastee (Danielle Brooks), Morello (Yael Stone), Poussey (Samira Willey) etc. Lá para o quarto episódio, quando voltam a abordar a questão da Sophia (Laverne Cox) na solitária, a série engrena numa crescente de emoções até o fim.

Orange is the New Black sempre foi tratado como uma “Dramédia”, por tratar de temas pesados de uma forma mais descontraída, com personagens leves e carismáticas, referências a cultura pop e nessa temporada não foi diferente. Os primeiros episódios são recheados de cenas cômicas com as personagens descontraídas, sem falar que a temporada ganhou uma adição com a chegada da estrela de televisão Judy King (Blair Brown), para a alegria de Poussey e dor de cabeça para Caputo. Contudo, isso era só o castelinho de areia montado prestes a desabar.

A cada temporada, o drama ia ficando mais explícito. Em muitas cenas você via várias detentas falando como era ruim estar presa, mas o espectador não tinha tanto a real noção e muito por causa da pegada cômica que trazia um ar mais fantasioso, que mesmo tendo vários problemas como tráfico de drogas, gurdas abusivos, era algo que impactava na hora, até a próxima cena de descontração. A quarta temporada deixa claro o quanto aquele ambiente te quebra e te transforma em algo pior e não só as detentas, mas os guardas também.

Na minha humilde opinião, acho que Orange is the New Black é vendida de uma forma muito errada. Claro que o público-alvo da série é o público feminino, mas na hora de vender passam a imagem de ser exclusivo para mulheres, o que é muito errado. Orange is the New Black é para todos, pois por mais que sejam personagens femininas, é uma série sobre seres humanos.

Elas não são detentas, são mulheres, que erraram em algum momento na vida, mas que não é por isso que devem ser tratadas de forma cruel, como peças a serem encaixadas dentro de um quadrado (como a prisão no caso). Toda a questão de superlotação, é por questão de cortes de custos vindo do conselho empresarial que não se importa com aquelas mulheres. Eles vão encher aquela prisão até não ter espaço sobrando, não importa que falte comida ou higiene e Elas ainda vão trabalhar sem ganhar um centavo! É um cenário que muitas pessoas com uma visão primitiva de mundo precisavam ver para quebrar preconceitos.

Muito dessa pegada humana foi vista em dois núcleos: o Healy, com todos os seus traumas de infância, com uma mãe esquizofrênica e a Lolly, que também tem esquizofrenia e precisa lidar com isso, ao mesmo tempo que tem uma informação muito importante escondida. O relacionamento dos dois é leve e a sequência de flashbacks da Lolly, complementando o seu arco é muito tocante. Do outro lado, tivemos o relacionamento da Poussey com a Sosso, que fez parte tanto da comédia, enquanto elas não sabiam como o relacionamento delas funcionaria, como dramática, pois Poussey tinha sonhos de como seria quando as duas saíssem dali!

O final da terceira temporada no lago, foi um dos momentos mais emocionantes da série. Pois da mesma forma que ela lidava de uma forma fantasiosa com a ideia de estar preso, mas com um peso dramático no fundo, você sente como aquela “liberdade” é importante para aquelas mulheres naquele momento, por n motivos diferentes. Você acompanhou a jornada de muitas ali, como elas eram antes, o que a prisão fez com elas e como é acertado aquele momento pensando em toda a carga que viria à seguir.

Toda a questão da superlotação dividiu mais ainda os nichos raciais dentro de Lietchfield. Latinas contra brancas, brancas contra negras e tudo estava culminando para uma “guerra civil” na prisão, enquanto as punições dos guardas ficavam cada vez mais rigorosas. A atitude tomada pelas detentas no episódio doze, só comprova o que todos falam em várias situações onde é necessário derrotar uma figura maior: a união faz a força e no caso da série, elas estão tão destruídas, após um acontecimento chocante e de forte repercussão, que elas não iam mais aguentar ser tratadas daquele jeito.

Elas gritaram basta para serem ouvidas! Infelizmente, teremos que esperar um ano para sabermos como toda essa situação será resolvida; se o Caputo conseguirá finalmente agir certo tomando as rédeas da situação e qual será o tom da série após essa quarta temporada tão pesada?!

Orange is the New Black é o melhor conteúdo original da Netflix e a quarta temporada só veio pra melhorar seu status. Por ser uma série divertida, carismática, emocionante, com um conteúdo diferente a cada temporada e que se arrisca em fazer algo novo para surpreender e movimentar a trama, mas acima de tudo por ser uma série puramente humana!

Todos os episódios estão disponíveis na Netflix!



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