Neste pequeno artigo pretendo fazer uma análise básica dos resultados divulgados pela RumoAll, empresa nascida pela fusão entre as operadoras Rumo e América Latina Logística (ALL negociada antigamente pelo código ALLL3). Antes de iniciá-lo vale lembrar que não sou analista de mercado credenciado e muito menos profissional na área, as opiniões expressas devem ser lidas como de cunho pessoal de um estudante sobre o assunto, logo essas não se traduzem ou assemelham a indicações ou assessorias de qualquer tipo. Caso queira indicações ou assessorias procure um profissional credenciado para tal.
OBS: Todas os dados abaixo foram retirados do RI (Relações com Investidores) da própria empresa, o site pode ser acessado clicando aqui. O conteúdo disponível lá vai além dos apresentados nesse texto, portanto indico que acessem-no para se informar mais a respeito da companhia, pois antes de tomar qualquer decisão no mercado financeiro a pessoa deve estudar as informações das ações ou demais produtos pretendidos, tendo em vistas que o mercado é de risco e tomadas de decisões precipitadas ou sem o devido estudo podem ocasionar em perdas, para tanto acho interessante acessar o conteúdo e debruçar sobre o mesmo e também fazer a mesma atitude sobre as companhias pretendidas para ser acionista. Sem maiores delongas vamos ao texto.
1. Resultado do Trimestre.
A companhia conseguiu aumentar o lucro bruto, o lucro operacional, o EBITDA (No português o indicador se traduz em LAJIDA que significa Lucros Antes dos Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) e também a margem EBITDA, no entanto os aumentos não conseguiram fazer o resultado líquido se converter em lucro, por sua vez expôs um prejuízo de 185,1 milhões e a sua margem bruta caiu 1,1 p.p ficando na casa dos 26,5% frente a 27,6% no trimestre do ano passado (1T15). Todos os dados foram retirados do presente documento em PDF e podem ser conferidos na página 1 no quadro "Sumário das Informações Financeiras Rumo Consolidado"
As justificativas acerca do resultado podem ser conferidas no "Sumário Executivo do 1T16 que fica localizado na página 2 dos resultados. Para os novatos vale lembrar que os dados são públicos no caso porque a companhia é aberta e qualquer pessoa física ou jurídica pode comprar suas ações, mas para isso precisamos estar a par das informações financeiras para não entrarmos em erros.
Segundo o que foi dito acerca do prejuízo cito o seguinte:
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"[...] O resultado líquido foi afetado por (i) maiores custos e despesas operacionais pela adoção de novas políticas contábeis e (ii) maiores despesas financeiras, pela elevação do saldo médio e dos custos financeiros devido ao aumento das taxas médias de juros (CDI e TJLP) entre o período. A alavancagem apresentou queda de 3% em relação ao reportado no 4T15 em função do crescimento do EBITDA LTM"
De fato não podemos deixar de considerar que a empresa aumentou os outros indicadores, com exceção da margem bruta e também diminuiu o prejuízo líquido em 18,2% frente ao mesmo trimestre do ano passado, em referida data o prejuízo fora de 226,2 milhões, porém ainda olho para ela com uma marca de cuidado, pois a mesma ainda está precisando tomar algumas atitudes para se tornar lucrativa, eu particularmente procuro ações de empresas que lucram, porque ao comprá-las você vira acionista, logo tem o direito de participar na distribuição dos lucros e no longo prazo empresas consistente tendem a valorizar suas ações.
Os dados ficaram; Receita líquida 1.185,9 milhões frente a 970,1 milhões do ano passado alta de 22,3%, o lucro bruto ficou na casa dos 314,8 milhões frente a 267,5 milhões do 1T15 alta de 17,7% a margem bruta ficou 26,5% frente a 27,6 baixa de 1,1-p.p., o lucro operacional reportou 234,8 milhões frente a 139,1 milhões, alta de 68,8%, a LAJIDA ou EBITDA ficou nos 444,6 milhões alta de 42,7% frente ao ano passado que fechou nos 311,5 milhões, já a margem EBITDA apresentou alta de 5,4 p.p. fechandlo nso 37,5% frente a 32,1% do ano passado, o prejuízo líquido ficou na casa dos 185,1 milhões queda de 18,2% frente ao ano passado que ficou nos 226,2 milhões.
2. Volume transportado.
Focando os meus olhos na página 3 do relatório, vistamos que há um aumento no volume transportado pela companhia, esse fora de 11,5% totalizando 10.075 TKU Milhões, contudo o transporte de produtos industriais obteve queda de 21,3%, por outra via produtos agrícolas subiram 22,1%, contudo na página 4 os dados operacionais por região nos mostram prejuízos na região sul e nas operações de contêineres. Operações na malha sul tiverem um prejuízo bruto de 55,8 milhões e na malha norte um lucro bruto de 385,7 milhões, já nas operações com contêineres houve um prejuízo bruto de 15,1 milhões, a parte consolidada reportou lucros de 314,8 milhões, já as despesas com vendas, as gerais e as administrativas fecharam na casa dos 85,9 milhões na seara consolidada e as depreciações e amortizações ficaram na casa dos 209,8 milhões. Para encerrar o parágrafo ressalto que as informações podem ser encontradas na página 4 do presente link .
A respeito dos dados expostos tiro minhas conclusões: No geral o resultado bruto por unidade veio positivo, mas há 2 tipos de operações (malha sul e contêineres) que dão um prejuízo bruto, contudo isso não descarta os prejuízos líquidos auferidos pela companhia nesse trimestre e também no mesmo do ano passado e para mim (lembrando que não sou profissional) são fatores que me fazem afastar por enquanto das ações da companhia olhando para a mesma como sócio, acho que o tipo de operação que a mesma realiza é muito interessante muitos estudos apontam que as ferrovias poderiam dar maior lucratividade e resolver celeumas como o trânsito nas estradas consequentemente diminuindo os acidentes e as perdas de cargas com esses e roubos, contudo a empresa em questão reportou prejuízos e não me interessa no momento.
3. Quanto ao Fluxo de Caixa Gerencial Indireto.
O fluxo de caixa operacional da companhia (a) encerrou o exercício positivo com 354,0 Milhões, contudo o fluxo de caixa dos investimentos (c) obteve um encerramento no vermelho, ou seja, -283,2 milhões, já o fluxo de caixa financeiro (d) também ficou no vermelho - 321,3 milhões, logo o consumo total de caixa ficou na seguinte situação
A+C+D -----> 354,0 + (-283,2) + (-321,3) = -250,5 Milhões.
Na página 16 temos o fluxo de caixa contábil e percebemos que a companhia acabou o exercício com 32,4 Milhões inferior aos 70 milhões que o iniciou
4. CAPEX .
Está atrelado aos investimentos ou aquisições de bens de capital ou melhorias para determinada empresa, o CAPEX (Capital Expenditure) da Rumo no trimestre em análise apresentou alta de 34,9% fechando no 1T16 na casa dos 406 milhões frente a um CAPEX de 301 milhões no trimestre do ano passado, conforme nos mostra uma tabela na página 10 do relatório.
Dentre os investimentos destaca-se a compra de 4 locomotivas AC44, 322 vagões HPT entre outros fatores. O CAPEX também possui breve citação na página 1.
5. Quanto ao aumento do capital em 2,6 Bilhões na data de 13 de Abril deste ano.
Segundo comentários na página de número 2 do relatório esse foi uma possibilidade para a empresa renegociar com bancos comerciais dívidas totalizando 2,9 Bilhões vincendas nos anos de 2016, 2017 e 2018, logo essas tiveram o prazo aumentando em 7 anos com 3 anos de carência e por fim uma linha adicional de crédito concedida pelo BNDES no valor de 2,8 Bilhões que serão destinados para a execução de planos de investimento. A companhia conclui que o fator deu uma liquidez no caixa por 3 anos, confira na página 2.
6. Conclusões.
Embora a companhia venha aumentando o EBITDA, o lucro bruto e tenha resultados interessantes na malha norte, essa apresentou dados negativos quanto a malha sul e contêineres, além de prejuízo no trimestre, também a mesma necessitou de novo aporte para dar maior liquidez nos próximos três anos, logo prefiro não comprar suas ações no momento, talvez no futuro caso tenha dados interessantes.
7. Desempenho das ações.