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REVERBERAÇÃO

Cesóstre Guimarães de Oliveira
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Estive pensando sobre os reais motivos que poderiam ter levado o Profeta Joseph Smith Junior a ingressar na Maçonaria. Não que isto me incomode, afinal, eu, literalmente tenho seguido seus passos, hoje também sou um Mórmon Maçom. Mas parece que este tema é um imenso paralelepípedo que acidentalmente foi parar nos sapatos de alguns dos meus irmãos mórmons. Algumas vezes, quando falo sobre estas coisas, é inevitável não notar os sorrisos sem graça estampados nos rostos de alguns. O descontentamento de parte de meus irmãos é algo desconcertante para mim, saber que alguns consideram a decisão do profeta um equívoco, ecoa em minha mente como uma contradição que deve ser combatida, talvez eles pensem que teria sido melhor nunca ter acontecido. Infelizmente, (para estes), a iniciação maçônica do Profeta Joseph Smith Junior ecoa em seus ouvidos como uma verdade que lhes seria mais conveniente ser mentira. Entre os que tentam rasgar as páginas da história, existem aqueles que desprovidos do conhecimento necessário, tentam explicar através de uma oficiosa idéia o porquê de Joseph estar na Maçonaria. Acreditando em suas fantasiosas idéias que facilmente são explicadas pela mirabolância, uns poucos têm se aventurado pelo caminho que os conduzirá indubitavelmente ao labirinto do ridículo e das contradições, tendo como etapa final sua transformação em verdadeiros xiitas do mormonismo. É neste momento que nasce em mim, um misto de dor e pena, por ver que estes meus irmãos mórmons se valem de fábulas desarmônicas, que variam do pueril a pusilânime, numa desesperada tentativa de explicar as ações de um homem que agiu impulsionado por suas preocupações com seu bem estar e de seus amigos. Quando alguns líderes mal informados negam aos Mórmons Maçons o livre pensamento, o direito a liberdade, a expressão, agem motivados pela desnecessária tentativa de ocultar um ato de imensurável relevância na vida do Profeta de Deus, agem assim pensando estar protegendo a Igreja. Oxalá eles ficassem calados e não tentassem explicar o que lhes parece sem explicação. Mas, eu os entendo, embora não consigo ver razões para desculpá-los, pois eu minha humilde compreensão agem assim unicamente nutridos por suas débeis necessidade de justificar uma contraditória oposição a Maçonaria.
Certa vez um amigo disse ter ouvido de um líder local a seguinte expressão: “Se dependesse de mim um Mórmon Maçom não teria direito a uma recomendação para o templo...”, que absurdo, que disparate, que incoerência... É constrangedor presenciar tanta falta de sensibilidade em um líder, como alguém que diz crê na divina inspiração do chamado de um profeta pode afirmar tal despautério? Como pode ele tão facilmente esquecer as instruções que tem recebido? Por razões obvias me dou ao direito de não citar nomes, mas mesmo assim, este será meu feedback para continuar desenvolvendo o texto.
Ao falar da ambigüidade do Profeta Mórmon Maçom, penso que a chave para entender sua decisão de ser iniciado, estar em aceitar que existe uma diferença profunda entre a mensagem e o mensageiro. Como por exemplo: a mensagem do templo é claramente inspirada e chegou até o (mensageiro) Joseph Smith Junior por divina revelação, disto não tenho duvidas. O conceito da promessa de Abraão que se refere a uma aliança com Cristo no âmbito da progressão eterna é exclusivo para o templo e não encontra paralelo dentro da Maçonaria. Se assim não fosse, ao apresentar essas verdades eternas, ao apresentar esses convênios, Joseph seria rapidamente acusado de plágio pelos Mórmons Maçons. A essência da Maçonaria, do ponto de vista teológico não encontra similaridade na doutrina Mórmon. As semelhanças que alguns alegam existir estão todas limitadas à forma ritualística de se realizar alguma coisa, tendo como objetivo fazer com que os partícipes do ritual estejam definitivamente habilitados a compreender uma idéia central.
Não se pode esquecer que a maioria dos homens membros da Igreja, (em Nauvoo), contemporâneos de Joseph eram maçons, e sendo, todos estavam familiarizados com a forma ritual de instrução e aprendizagem da Maçonaria. Sendo assim, por que ninguém reclamou das semelhanças simbólicas entre os rituais do Templo e a Maçonaria?
Para uma pergunta simples, uma respostas simples:
- Se Joseph tentasse transmitir a “nova” e profunda doutrina das investiduras valendo-se apenas das palavras ou utilizasse a forma tradicional de treinamento, certamente não faria justiça aos conceitos complexos e abstratos do templo. Por isso penso ter surgido á necessidade de incorporar alguns dos rituais maçônicos na explicação do sagrado (ritual do templo), fazendo isto, Joseph objetivava tão somente transmitir a mensagem de forma que pudesse ser mais facilmente absorvida pelas pessoas.
Antes que gesticule negativamente, deixo claro que o Profeta Joseph Smith Junior não foi o primeiro a lançar mãos do profano para explicar o sagrado, afinal de contas o que era a serpente de bronze utilizada por Moisés no deserto, senão uma clara analogia ao paganismo egípcio? Fazendo uma rápida pesquisa na internet você descobrirá que Moisés também utilizou um símbolo pagão para ensinar uma verdade sagrada. A serpente de bronze não foi apenas um artifício criado por Moisés com o objetivo de chamar a atenção dos hebreus, ela era velha conhecida deles, ainda conservavam fresco em suas mentes as lembranças das tradições pagãs do Egito. Ao investigar um pouco mais você descobrirá que os reis egípcios usavam um cetro em forma de serpente folheado de bronze. Eles acreditavam que esse cetro possuía propriedades mágicas, inclusive alguns dos hebreus haviam incorporado esta crença pagã à religião judaica. Moisés valeu-se disto, instruído por Deus, lançou mãos de um símbolo pagão para ensinar sobre a verdadeira fé. Quando afirmo isto, pode parecer para alguns um ato de apostasia, mas antes de qualquer julgamento precipitado, o leitor deve entender que esta era a única forma (naquele momento) de apresentar a doutrina (de Jeová) aos hebreus idolatras. De outra forma, como acreditariam? Alguns não creram!
Quando o ritual do templo foi apresentado aos mórmons maçons, nenhum deles acusou Joseph de plágio, todos entenderam que esta era uma forma bem melhor de absorver a mensagem e seus ensinamentos.
Algo realmente impressionante na relação do Profeta Joseph Smith Junior com a Maçonaria, é que esta ambigüidade não incomoda somente aos membros radicais da Igreja, somados aos nossos descontentes, também existem os anti-mórmons que se escondem por trás desta relação para atacar os rituais do templo. O prato preferido deles são as várias mudanças ocorridas no ritual desde sua primeira apresentação. Eles se valem destas alterações para negar a condição inspirada e divina dos rituais do Templo. Eles deliberadamente fingem não saber que a mensagem nunca mudou, sua essência é a mesma. O conteúdo ritual do templo permanece intacto, imutável, como Deus É.
O ritual Mórmon conserva a mesma essência que foi obtida no início por revelação divina. Aquilo que chamam de modificação, eu denomino adequação para que haja melhor compreensão e absorção da doutrina, e isto é uma prerrogativa do Profeta em cada dispensação que vive. Cabe ao Profeta usar da liberdade que seu chamado sagrado lhe outorga, como também fazer com que o ritual seja de mais fácil assimilação. Não entendo por que alguns ficam abalados quando sabem que ao longo do tempo algumas alterações físicas foram aplicadas ao ritual do Templo, não vejo espaço para dúvidas nem constrangimentos, a mensagem é a mesma. Estou tranqüilo em afirmar que os rituais podem ser alterados continuamente, conforme seja a necessidade, desde que a essência sagrada seja mantida.
Se tomarmos o Livro de Mórmon ou a Bíblia como exemplo do que digo, lembro que o Livro de Mórmon foi trazido à luz do conhecimento pela vontade de Deus. É claro que você sabe que inicialmente ele foi apresentado ao mundo no idioma inglês, como também deve saber que o inglês não é um idioma divino, embora hoje seja considerado universal. O certo é que não precisamos de um idioma divino para que venhamos a aceitar o conteúdo do Livro de Mórmon ou da Bíblia como escrituras autenticamente sagradas. As letras que compõem as palavras não passam de símbolos que graficamente representam os fonemas, são sinais fartamente utilizados por todos, inclusive pelos que combatem ao Cristo, e isto não torna o Livro de Mórmon, ou a Bíblia, nem nenhum outro escrito sagrado, menos sagrado do que ele é. Aqueles que são escravos da pornografomania na expressão escrita de suas idéias valem-se dos mesmos sinais gráficos que utilizamos para escrever os textos sagrados, mas nem por isto o Livro de Mórmon ou a Bíblia perderam sua conduta de escrituras divinamente inspiradas. Confesso que Não me importa se os símbolos do templo se assemelham aos símbolos da Maçonaria, penso ser esta uma discussão boba que em nada edifica a verdade. O que realmente deveria nos importar é o teor sagrado do significado dos símbolos, este sim, deve ser protegido contra a profanação, e para agir como guardiões destas coisas, para proteger os santos rituais do Templo é que existem os profetas, e Joseph era um deles.


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