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VOZ DAS VÍTIMAS E HORA DOS LEIGOS

Papa no Encontro Mundial das Famílias

Georgino Rocha

A crise que varre a Igreja atinge um ponto culminante com a participação do Papa Francisco no Encontro Mundial das Famílias realizado na Irlanda. À dimensão da pedofilia, junta-se a onda que grupos contestatários lançaram em público. E a sua voz ecoa longe levada por meios de comunicação. E a escolha dos títulos que vendem passa a ser o estribilho que se repete como verdade.
Detenho-me perante este fenómeno, tomei as minhas notas, procurei nexos entre o que de mais relevante pude colher, fiz a minha reflexão que condenso em alguns tópicos.

1. A experiência do encontro, alegre e feliz, tornou-se visível em milhares de rostos e de testemunhos, em celebrações festivas e mensagens claras e apelativas. De facto, o evangelho da família é alegria para o mundo. Relevo especial é devido ao Papa Francisco e à sua atitude exemplar;

2. No entanto, o barulho provocado quase que abafou a comunicação da mensagem do congresso, desviando a atenção para outros assuntos, também eles merecedores de atenção, como a situação das vítimas da pedofilia, dos católicos divorciados recasados, da mulher na Igreja, das pessoas gays e outros;

3. E o relançamento da exortação sobre “A Alegria do Amor” como guia que nos é oferecido para viver o sonho de Deus em relação ao amor vocacionado ao matrimónio e à família, embora urgente, fica adiado; aguarda-se pelo Sínodo sobre os Jovens e pelo Encontro Mundial dos Jovens para lhe dar um novo impulso;

4. A voz das vítimas fez-se ouvir e desvenda novas energias dos leigos na Igreja. E hoje, pode dizer-se que o seu relógio procura acertar a hora conciliar. Pelo menos. Voz das vítimas e de tantas outras pessoas que, ao longo da crise, lhes vão dando a ajuda possível; acertar para intervir, ocupar espaços que são seus, assumir responsabilidades, ajudar a ponderar situações, a tomar opções, a marcar ritmos de sintonia com a vida e seus desafios.

5. O Papa Francisco tem um comportamento verdadeiramente evangélico, cheio de misericórdia que condena o crime e ama a pessoa; cheio de ponderação e coerência: confia nas informações que lhe chegam pelas vias oficiais; envia legados pessoais a certificar a verdade dos factos e, reconhecendo falhas, pede perdão, recebe representantes das vítimas, chama bispos a Roma e dialoga com eles, e faz tantas outras diligências. Ultimamente, dirige-se a todo o povo de Deus, a confessar os pecados da Igreja, a envolvê-lo na reparação do dano causado, a solicitar-lhe oração persistente e vigilância activa e paciente, a fazê-lo também responsável pela renovação e purificação da Igreja;

6. A luz do Espírito faz-nos ver caminhos novos onde parece haver só podridão, charco e lama. E as flores podem surgir também nestes espaços. A hora de Deus ultrapassa o ritmo dos homens/mulheres, mas a sua sabedoria acerta o passo e desvenda horizontes diferentes. E a fragilidade humana abre-se à força divina que se revela, sobretudo, quando perdoa.


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