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LITERATURA: O QUE É ISSO? 10

Acesse a publicação original.   

Entre 2014 e 2016, Menalton Braff produziu uma série de artigos sobre Literatura a pedido do jornal Celulose Online. Este ano, decidimos voltar a postar esses textos e hoje trazemos para vocês o de número 9.  Caso tenha interesse em ler os artigos anteriores, clique nos links a seguir:

Literatura: o que é isso? (1) / Literatura: o que é isso? (2)/
Literatura: o que é isso? (3)/ Literatura: o que é isso? (4)
Literatura: o que é isso? (5)/ Literatura: o que é isso? (6)
Literatura: o que é isso? (7) Literatura: o que é isso? (8)
Literatura: o que é isso? (9) 


O homem é um ser histórico e tudo aquilo que faz, o faz dentro da história. Esse axioma, entretanto, não significa, como queriam os iluministas do século XVIII, que o caminho da história seja uma progressão ao infinito. Todavia, se não há obrigatoriamente progresso, no sentido de que hoje seja melhor do que ontem e amanhã será melhor do que hoje, na linha da história sempre há mudanças que devem ser levadas em consideração.
Assim deve ser considerada a história da Literatura. Ela é a expressão de seres individuais, que, por sua vez, estão inseridos em um momento e um espaço sociais, com seus valores, sua linguagem, suas técnicas, e tal relação se dá por confirmação, transformação ou negação das características da sociedade.
Na valoração de uma obra artística, e em particular da literatura, deve-se considerar quais as informações estéticas trazidas por ela. Há uma tendência, sobretudo na mídia, a considerar de valor apenas a obra que seja totalmente inovadora. E Isso é um equívoco perigoso. Primeiro, por erigir em valor estético a novidade em si. Nem tudo que é novo só por ser novo é bom.
Nessa questão acima, deve-se levar em conta o binômio tradição x ruptura. A falta total de ruptura significa a ausência de informação estética, a criação de algo original. Mas a ruptura não pode ser a tal ponto radical que deixe de comunicar ou expressar algo para o receptor. A ruptura tem de se dar sempre dentro da tradição para que tenha valor. Alguma coisa da tradição precisa ser mantida para que haja a identificação do objeto. Mas com alguma originalidade, com algo de novo. E não se trata, então, de melhor ou pior, apenas de diferente.
Quando em fevereiro de 1922 realizou-se a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, era o homem da carreta de boi que entrava na era industrial, e a arte que até então vigorava não podia mais satisfazer um homem diferente. Foram muitas as propostas de rompimento com o passado: uma nova visão do Brasil, como o indianismo crítico, o predomínio de temas urbanos, mas também novas formas de expressão, como a métrica e a rima, na poesia, que deixaram de ser obrigatórias.
Pois bem, houve ruptura, mas partindo da tradição, como o uso da linguagem, semântica, sintática e lexicamente. As estrofes deixaram de ser regulares, por exemplo, mas no poema continuaram a existir.
Ao se discutir o conceito de “pós-modernismo”, conceito tão vago quanto inadequado, para a caracterização da literatura que se faz nos dias atuais, tenta-se novamente uma unidade de tendência, como se fosse o surgimento de uma nova estética, mas isso é coisa do passado. Alguns autores ainda buscam pertencer a algum grupo, mas são tantos os grupos e é tal a diversidade interna dos mesmos, que já não podem representar uma linha de pensamento.



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