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Série: The handmaid's tale


The handmaid’s Tale é a melhor estreia do ano até agora! Sim, é isso mesmo que você leu! Estamos em julho de 2017 e até agora nenhuma série estreante conseguiu superar a qualidade estonteante de Handmaid’s tale, e se você ainda não conferiu essa obra de arte, corre porque está perdendo tempo.

Baseada na obra de Margaret Atwood, a série se passa em um futuro próximo onde um governo totalitário religioso toma o poder dos Estados Unidos após um ataque terrorista, transformando o país na sociedade de Gileade. Tudo começa com desastres ambientais e doenças que fizeram a taxa de natalidade entrar em queda, muitas mulheres são inférteis, e em alguns lugares do mundo não nascem crianças há anos. 

Sem qualquer tipo de liberdade, as mulheres férteis são tratadas como propriedade do Estado. Escravas deste regimento, elas são sequestradas e obrigadas a se tornarem aias (handmaid em inglês), que são praticamente escravas sexuais dos comandantes religiosos, elas se tornam posses e tem o dever de dar filhos as esposas inférteis e seus comandantes.


Em Gileade, mulheres não podem ler, ter propriedade, emprego e nenhum tipo de direito ou prazer. Seguimos a perspectiva de uma aia, June (que perde seu nome ao chegar em Gileade e é chamada de Offred), interpretada brilhantemente pela deusa da atuação Elisabeth Moss, que você já deve conhecer por Mad Men ou Top of the Lake. Durante os 10 episódios da primeira temporada, acompanhamos três linhas temporais diferentes, antes de tudo, durante a queda do governo e dos direitos e o presente.

Assustadoramente realista, The handmaid’s tale não apresenta uma trama distante de nossa realidade ou algo que dificilmente aconteceria, muito pelo contrário, é possível encontrar similaridades com nossa vida cotidiana a todo momento. É tudo muito aterrorizante e sombrio, as críticas ao machismo são excelentes e a produção é IMPECÁVEL.


A fotografia é de fazer o queixo cair, perfeitamente executada, com enquadramentos bem feitos e uma direção elogiável. O vermelho é muito presente, esteticamente e narrativamente importantíssimo, a fotografia fala com o espectador em vários momentos, não deixando espaço para diálogos desnecessários. 

A narração é poderosa, navegamos através dos pensamentos de June, e além de compreendemos mais o lugar onde ela vive, suas ações e esperanças, vemos um lado da personagem que seria impossível de conhecer de outra maneira. Em seus pensamentos ela é livre, pode dizer o que quiser, xingar ou lamentar o quanto quiser, o que contrasta totalmente com sua realidade aprisionante. O cárcere diário em que todas elas vivem é angustiante.


A trilha sonora é fantástica, maravilhosamente bem escolhida e com dezenas de faixas atuais com o objetivo de lembrar ao espectador que aquilo não está acontecendo no passado, mas sim no futuro ou presente, mostrando que é uma realidade próxima e possível. No excelente e hipnotizante piloto temos a canção You Don't Own Me, apresentando a resistência de June em relação a tudo aquilo. O segundo episódio é perfeitamente encerrado por Don't You (forget About Me), e também somos agraciados com uma cena ao som de Feeling Good em um momento crucial da trama.


Não podemos falar de The Handmaid’s Tale sem citar as atuações extraordinárias, o elenco afiado dá um show. Sempre entregando uma excelente atuação, Elisabeth Moss rouba a cena e dá aula de atuação em todos os momentos e em todos os episódios. Não importa o que esteja ocorrendo em cena, se é um momento em que ela precisa ficar calada, ou algum em que se rebela, é impossível não reconhecer a interpretação impecável da atriz. Seu trabalho principalmente com expressões, auxiliada pela fotografia muitas vezes claustrofóbica, é irretocável. Minha favorita da categoria de Melhor atriz em drama no Emmy desse ano, espero muito que ganhe.

Yvonne Strzechowski (Chuck e Dexter), infelizmente esquecida nas indicações ao Emmy, entrega uma personagem cheia de nuances e difícil de avaliar. Ela se entrega ao papel e apresenta uma personagem vítima de suas escolhas equivocadas.


Eu não sabia que Alexis Bledel (eterna Rory Gilmore) era uma atriz tão boa, sua performance é excelente. Também espero que vença a categoria em que concorre no Emmy deste ano, porque merece muito. Sua personagem pertence a uma das categorias mais odiadas de Gileade, é doloroso demais acompanhar tudo o que a personagem é obrigada a passar. A interpretação de Alexis como Ofglen é completamente vibrante, de tirar o chapéu.


Ann Dowd (The leftovers) está impecável, também indicada ao Emmy, é impossível não lembrar da abominável Tia Lydia quando citamos Handmaid’s tale. Samira Wiley (Poussey ♥ de Orange is the new Black) não tem tanta espaço na trama, mas também entrega uma personagem cativante. Madeline Brewer (Orange is the new Black e Black Mirror) também arrasa como a desequilibrada e torturada Janine, é bastante chocante tudo pelo que a personagem passa, e Madeline tira de letra. 


Joseph Fiennes também dá um show de atuação como o asqueroso comandante Fred Waterford. Fred é uma incógnita no início da trama, ao decorrer vamos vendo como suas atitudes se tornam cada vez mais asquerosas. Max Minghella também impressiona como o misterioso motorista Nick.

Tudo é muito bem executado em Handmaid’s tale, flashbacks não são desperdiçados, a narração é objetiva e funciona, a trama é dinâmica e nada cansativa, é possível assistir a temporada inteira em um dia, se tiver estômago para tamanha crueldade e hipocrisia, claro. Todos os adjetivos do mundo não seriam suficientes para descrever como essa série é extraordinária. 


Indicada a 13 Emmys, The Handmaid’s Tale foi a melhor surpresa do ano até agora e uma das melhores dos últimos tempos. Com uma execução impecável, personagens bem escritos e uma história extremamente necessária, você vai se impressionar em todo episódio e quando chegar ao final vai acabar se perguntando como vivia antes de conhecer essa série.





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