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CríticaMorte: O Esquadrão Suicida - Uma Continuação que Vale a Pena Assistir

Chame de "Esquadrão Suicida 2" ou de "Força Tarefa X", ou apenas fale que é "Esquadrão Suicida Parte 2", mas em hipótese alguma ache que, só pelo título ser parecido com o primeiro filme lançado em 2016, esse de 2021 é um "reboot" ou desconectado.

Na verdade, tem um "The" no nome original, que pra nós fica como um "O". Esse simples artigo definido é o que diferencia em título, o primeiro e o segundo filme. Mas, as histórias são sim conectadas e este é uma continuação, não importa como tentem divulgar.

Porém, é uma continuação muito melhor que o primeiro filme, Isso sem dúvidas. Este realmente consegue contar uma boa história, consegue nos fazer nos envolver com os personagens (que são bastante descartáveis) e consegue impactar com as baixas constantes de um elenco muito maior e bem carismático.

Tem spoilers daqui em diante, nada muito grave (não vou contar tudo né). Independente disso, compensa assistir viu.

Boa leitura.

Mas não é só de carisma que vive um grupinho de vilões aleatório. Aqui, há uma razão específica pra cada membro no grupo ter sido escolhido, em combate à ameaça da vez. Todos, por mais desconexos que aparentam ser, tem um objetivo muito específico, as vezes não pela trama em si, mas pela narrativa em geral.

Confesso, que quando vi que personagens como a Arlequina iriam reprisar seus papéis nesse novo filme, já imaginei que, estavam com tanto medo de largar o osso que, apenas não quiseram arriscar e trouxeram um dos poucos brilhos da obra de 2016 pra uma vez mais, tomar conta do protagonismo. No entanto, o mais irônico, é que ela se torna só mais um dos muitos personagens interessantes à se acompanhar, e por pouco (talvez só por contrato mesmo) ela não foi descartada.

Esse é um bom filme, não chega a ser a obra prima do ano, mas é um bom filme, que cumpre tudo o que precisava pra realmente se destacar.

Uma pena, que apesar dos pesares, ele seja uma continuação daquele trágico outro filme, o qual tinha tantos erros, que tiveram de fazer algumas correções aqui. Mas no geral, ele se sai muito bem. Eu lembro que o "Esquadrão Suicida" parecia uma versão live action de uma animação de mesmo título, porém mal executada. Agora aqui, é uma história simples, mas boa e completa, além de muito bem contada.

Sabe, ele é uma continuação não daquela história boba (se é que se pode chamar de história) do primeiro filme, mas sim do Esquadrão em si. Sua formação e a necessidade dele existir, e como ele é abusado pela Amanda. Inclusive, ele nem perde tempo explicando isso, só da uns toques básicos pro espectador (caso não tenha visto o primeiro filme) possa entender os personagens e a razão deles estarem juntos, além do que os mantém dentro da obrigação de trabalhar pro governo e arriscar suas vidas.

Talvez a parte que mais me agradou, seja como apresentaram um verdadeiro Esquadrão Suicida no começo, e deram o tom da obra, com humor e sangue perfeitamente equilibrados. Sem parecer violento de mais, e nem destoante de mais do conceito desse grupo.

Afinal, são criminosos condenados postos em missões secretas do governo para serem descartados em prol de algo maior. E é justamente assim, que o Esquadrão Suicida acaba.

É que, no começo do filme, acompanhamos um grupo formado por personagens randômicos, quase sem apresentação, mas ainda bem legaizinhos. Dentre eles, 3 do elenco original (Arlequina, o General que guiou a tropa antiga na missão mais besta da história, e o Bumerangue).

Você é levado a acreditar que, pela presença desses três, no mínimo eles sobreviveriam uma vez mais ao conflito. No entanto, o filme surpreende derrubando o time inteiro, pra que a verdadeira equipe da missão continue o trabalho. Eles eram só uma distração mesmo.

Cara, pegaram os personagens do primeiro filme, e transformaram em mera distração! Isso foi épico.

Bem provável aliás, que só escolheram eles pra descartar por não acreditarem no potencial com relação a outras missões anteriores. E convenhamos, depois da porcaria que fizeram no primeiro filme (onde um deles era a própria ameaça contra a qual eles lutavam, o que nem fez sentido), nada mais justo que virarem o time B.

E o time principal? Este foi escolhido a dedo, pra missão especial. Achei isso bem pensado. Além disso, o nome "Esquadrão Suicida" vira apenas um apelido por assim dizer, pois o nome real do grupo passa a ser "Força Tarefa X".

No início você fica se perguntando: O que uma garota que controla ratos, um homem que joga bolinhas de energia, um homem obcecado por patriotismo, um tubarão humano quase imortal e um soldado cheio de equipamentos mas bastante rebelde, teriam em comum? Além de serem criminosos é claro...

E eis que, ao longo do filme, você vai entendendo a razão de cada um ali ter sido escolhido.

Um plano que não foi contato, muito maior do que todos imaginavam. Só falha (aos olhos dos idealizadores governamentais) pois o Grupo B interfere (em parte né). Caso contrário, tudo sairia exatamente como eles planejaram.

Acontece que, a ameaça dessa vez é de fato algo que justifica o uso de uma tropa descartável em prol do governo, chantageada com falsas promessas e até ameaças...

E a razão? É limpeza de sujeira. Esconder algo que o governo fez e não quer que nem a população, muito menos os super-heróis descubram. Então, é coeso.

Daí, esse grupo foi escolhido, para que, motivados por seus passados e traumas, junto as suas habilidades únicas, eles conseguissem dar cabo a ameaça sem chamar atenção.

A ameaça? Simples, o governo americano estava fazendo estudos com uma descoberta alienígena em forma de Estrela-Marinha, que apesar de ser consciente e inteligente, foi mantida numa ilha no exterior e usada como arma contra seus inimigos, os quais eram dados de "comer" pra ela.

As habilidades dessa estrela? Ela podia expelir miniaturas de si, que matavam hospedeiros se acoplando no rosto, e os zumbificava aos seus comandos, podendo até mesmo conversar através deles. Além disso, ela crescia a cada novo hospedeiro.

Mas, o governo se viu ameaçado pois, a ilha na qual mantinham ela, sofreu um golpe de estado e o segredo estava prestes a ser revelado. Por isso, mandaram seus mercenários forçados, pra eliminar qualquer prova do estudo, e de quebra, liberar a criatura ali (como um tipo de efeito colateral).

O mais bacana é como toda essa informação é compartimentalizada entre todos os envolvidos, desde o esquadrão em campo, até os agentes que os monitoravam (e até zombavam, apostando em mortes possíveis). Apenas a (detestável) Amanda Waller sabia do plano inteiro:

A Garota dos Ratos, herdeira da habilidade de seu pai, uma máquina que controla ratos mentalmente, foi escolhida por essa única qualidade. Afinal, a Estrela também controlava mentes, só que humanas. Era arriscado, mas talvez a experiência a fizesse assimilar tais poderes e posteriormente, poderia até servir ao governo.

O Homem que Joga Bolinhas de Energia, era uma experiência traumatizada pela própria mãe. Talvez, ele poderia se identificar com a Estrela e quem sabe, isso seria útil à missão. Além disso, seus poderes eram em teoria a única coisa capaz de matar a Estrela.

O Homem Obcecado por Patriotismo, era forte, habilidoso, e apesar de ser um criminoso condenado, ele seguia ordens em prol do seu país, cegamente. Isso poderia servir pra que ele se voltasse contra os aliados para esconder a verdade.

O Tubarão Humano, além de um ótimo alívio cômico, era um peixe. A Estrela alienígena também parecia um animal aquático, e ambos tinham sua origem desconhecida. Vai que no contato, ambos se identificam e, surja daí uma vantagem pro governo (ou tudo vira uma bagunça maior ainda como no caso da Magia). Além disso, ele comia qualquer coisa, e era só questão de tempo até devorar a equipe toda, seria uma ótima limpeza.

E por fim, o Soldado Desobediente, apesar dos pesares, era o único com uma motivação realmente forte (sob ameaças, ele aceita) e por sua característica insensível, era a melhor escolha pra dar cabo à missão, sem se importar com seus aliados, e sem se importar com as consequências de seus atos.

E tudo da errado é claro, pois no meio dessa aventura, Arlequina e o Líder da outra tropa conseguem sobreviver e interferem em tudo.

O líder? Ele tinha um defeito que já quase custou a missão no filme anterior: Ele nunca deixava seus aliados pra trás. Isso sempre faz com que tudo acabe desviando do foco, e atrapalha, por isso ele foi pro time de descarte (sem nem ser informado!).

E Arlequina? Doida e incontrolável de mais. Mas, muito habilidosa, razão pela qual consegue sobreviver (na verdade, ela sobrevive pois o roteiro pede... caso contrário teria morrido facilmente).

Só pra constar, até que gostei de como reutilizaram algumas características ignoradas dela, seja no primeiro Esquadrão, quanto no filme das Aves de Rapina. Toda sua flexibilidade, enaltecida e destacada em sua apresentação original, faz-se presente em uma cena, e é bem convincente.

Além disso, sua insanidade que vai tomando conta de sua mente, trocando sangue por purpurina, conforme sua raiva se aplaca, também é bem mostrada. Aos que tinham dúvidas sobre ela enxergar tudo fantasioso de mais quando estava piradaça, depois desse filme não há mais do que duvidar.

Mas, vale dizer que ela sobra na obra. Só está lá pra causar essa breve desordem no grupo principal, mas não chega a ser por isso que o plano falha...

O grupo segue firme até a rodada final,  e  é só depois que conhecerem a verdade através do Doctor Who com Pinos na Cabeça (um vilão qualquer que, só fazia os experimentos com a Estrela e acaba sendo descartado depois), que realmente começam a mudar as coisas.

Alguns agem como não deveriam, e amizades são formadas. Mas não se engane, não são amizades repentinas só porque a história pede e pronto. Existem bons motivos, e tudo soa natural.

A Garota dos Ratos por exemplo, ela é jovem, e se apega fácil. Então, ela usa isso pra fazer o Tubarão ser mais amigável (enxergando todos como seus amigos, pra não devora-los). Isso já ferra com a parte do plano em que ele devoraria a todos, e pior, isso cria um problema a mais pra Amanda.

Enfim, sem querer me estender de mais, vale dizer que é sim um bom filme. Chega a ser incrível como você acaba torcendo pelos personagens, mesmo estando cansado de saber que não deveria se importar pois eles podem cair a qualquer momento. Eles significam muito, e o carisma de cada um faz com que você não queira ver eles morrendo.

Não posso dizer que é isso que temos, pois apesar de tudo, esse filme da DC consegue ter momentos sérios e nada flexíveis que, justificam o título.

Acho que, no fim das contas, este foi o filme pra limpar a barra do primeiro, e ao mesmo tempo dar continuidade. Ele mostra que, o primeiro Esquadrão Suicida foi um teste, que no fim serviu pra aprimorar o programa, e criar missões mais reais e significativas. Isso também vale pro filme em si, que foi uma tentativa de mesclar humor e violência, falho lá, mas bem sucedido aqui.

Ele tem uma boa estrutura narrativa, tem ótimos efeitos especiais, tem uma trilha sonora sem exageros e bem dirigida, tem ótimos diálogos e algumas tiradas bem feitas, tem uma edição de cena bem construída, tem cenas de ação muito bem montadas, e no fim das contas, ele diverte.

Só pra constar, fiquei triste pela Estrela-do-Mar alienígena... ela só foi torturada mano, e não fez nada de mais no fim das contas. A frase dela "Eu tava de boa vendo as estrelas, porque mexeram comigo pow?", faz seu fim ser muito mais trágico do que de qualquer outro personagem.

Enfim, deu até vontade de re-assistir o primeiro Esquadrão Suicida, e com novos olhos, rever essa "franquia". DC conseguiu arrumar a besteira que fez, espero que continue a assim.

É isso.



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