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2 Timóteo – A Bíblia Livro Por Livro

■ Conteúdo: um apelo a Timóteo para que se mantenha fiel a Cristo, ao evangelho e a Paulo, incluindo uma última investida contra os falsos mestres (de ITimóteo)

■ Autor: o apóstolo Paulo (embora muitos questionem sua autoria)

■ Data: 64 d.C., em uma prisão em Roma (o leão em 4.17 é uma alusão a Nero ou ao próprio império)

■ Receptor(es): Timóteo, principalmente, mas também a igreja (a primeira saudação em 4.22 é dirigida somente a Timóteo, e a segunda a um grupo (“convosco”)

■ Ocasião: Paulo foi novamente preso e levado a Roma (o mais provável é que tenha escrito de Trôade, e sob instigação de Alexandre,

4.13-15 [provavelmente o mesmo homem que foi excomungado em lTm 1.19,20]); a Carta pede que Timóteo venha em auxílio de Paulo, mas principalmente lhe oferece uma espécie de testamento

■ Ênfases: a obra salvadora de Cristo, “que destruiu a morte e trouxe à luz a vida […] pelo evangelho” (1.10); lealdade a Cristo pela perseverança no sofrimento e na privação; lealdade a Paulo pela lembrança de seu relacionamento de longa data; lealdade ao evangelho pela fidelidade em proclamar/ensinar “a palavra” (= a mensagem

do evangelho); a difusão letal, mas o fim certo, do falso ensino; a salvação daqueles que são de Cristo

VISÃO GERAL DE 2TIMÓTEO

Essa é a última carta (das que foram preservadas) de Paulo. No final, descobrimos que seu principal propósito é pedir a Timóteo que se junte a Paulo em Roma o quanto antes (4.9,21), e trazer consigo Marcos e alguns itens pessoais quando vier (4.11,13). Timóteo deve ser substituído porTíquico, que se presume ser o portador da carta (4.12). A razão para a pressa é o começo do inverno (4.21) e o fato de que a audiência preliminar de Paulo já ocorreu (4.16).

Mas a maior parte da carta se ocupa pouco com essa questão; ela basicamente consiste, antes, num apelo a Timóteo para que se mantenha leal a Paulo e ao seu evangelho, aceitando o sofrimento e a privação. E, nesse sentido, ela também se torna um documento comunitário (daí o plural “convosco” em 4.22b), implicitamente exortando os fiéis à lealdade também. Essa solicitação é feita no contexto da influência contínua dos falsos mestres (2.16-18; 3.13), da apostasia de muitos (1.15) e da execução esperada de Paulo (4.6-8).

Tudo na carta reflete essas questões, inclusive a oração de gratidão (1.3-5) e as questões pessoais e instruções finais (4.9-18). O corpo da carta é composto por três apelos principais à lealdade (1.6—2.13;

2.14—3.9; 3.10—4.8), cada um deles seguindo um padrão aba semelhante; juntos, eles dão à carta essa mesma estrutura aba. O primeiro apelo consiste em (ou trata de), respectivamente, apelo, apostasia e um novo apelo (1.6-14/1.15-18/2.1-13); no segundo, temos oposição, lealdade e novamente oposição (2.14-19/2.20-26/3.1-9); no terceiro, a lealdade de Paulo, um apelo e novamente a lealdade do apóstolo (3.10-12/3.14—4.2,5/4.6-8), e intercaladas com isso observações sobre a oposição e a apostasia (3.13; 4.3,4). No quadro geral, a primeira e a terceira seções da carta consistem principalmente em apelo, enquanto a seção central trata principalmente da questão da oposição.

ORIENTAÇÕES PARA A LEITURA DE 2TIMÓTEO

Esta carta não se encaixa confortavelmente na categoria de epístola pastoral (v. “Visão geral de lTimóteo, p. 442) no sentido de oferecer

instruções sobre questões eclesiais a um jovem pastor. Mas ela certamente é pastoral quando se considera a preocupação pessoal de Paulo por Timóteo, preocupação entremeada por seu interesse em Cristo e no evangelho. Busque observar essas preocupações do apóstolo enquanto lê 2Timóteo.

Segunda Timóteo não é a primeira carta que temos de Paulo enquanto ele estava “preso” (2.9). Mas em contraste com as cartas mais antigas (Filipenses, Colossenses, Efésios, Filemom), em que ele espera ser libertado (Fp 1.24; 2.23,24; Fm 22), aqui ele aguarda, com a mesma clareza, a própria execução (2Tm 4.6-9; 16-18). Embora isso acrescente uma dimensão de sofrimento à carta (as apostasias são obviamente dolorosas, 1.15; 4.9-12), não há desespero. O sofrimento, ao contrário, faz parte do pacote (1.8; 2.3; 3.12; 4.5). Não há como não perceber o tom triunfal da vitória de Cristo sobre a morte e do fato de ele gerar a vida, que ressoa em alto e bom som na carta (1.10; 2.8-10, ll-12a; 4.8,18).

Mesmo a longa seção que condena os falsos mestres (2.14—3.9) é entrelaçada com palavras de esperança: “O Senhor conhece os seus” (2.19, ecoando Nm 16.5). Essa seção também ajuda a confirmar o que você aprendeu sobre os falsos mestres em lTimóteo: eles gostam de disputar por causa de palavras (2Tm 2.14,33); eles se desviaram da verdade, argumentando que a ressurreição já ocorreu (2.18); eles tiveram êxito notável entre algumas “mulheres tolas” (3.6,7); e o seu estilo de vida não está de acordo com o evangelho (3.1-5).

UMA CAMINHADA POR 2TIMÓTEO □ 1.1-5 Saudação e ação de graças

Observe o quanto a saudação que inicia essa parte, “segundo a promessa da vida”, é importante para o restante da carta. E observe como, em contraste com lTimóteo e Tito, que vão mais direto ao ponto das questões de ordem prática, essa carta tem uma oração de gratidão, que também (tipicamente) prenuncia muito do que está na carta; observe especialmente a ênfase no relacionamento entre Paulo e Timóteo, e na lealdade de Timóteo à fé que tiveram seus antepassados.

□ 1.6—2.13 Primeiro apelo

Esse primeiro apelo estabelece o tom para a carta toda. Ele é basicamente duplo — a que Timóteo (1) se una a Paulo no sofrimento pelo evangelho (v. 8), e (2) a que guarde o que lhe foi confiado (v. 13.14). A base do apelo são a obra do Espírito (v. 6,7,14), Cristo e o evangelho (v. 9,10) e o exemplo de Paulo (v. 11,12).

Esse apelo é então interrompido, e Paulo faz um contraste entre os muitos que não foram leais (v. 15) e aquele que foi (Onesíforo, v. 16-18).

Observe a nova guinada quando o apelo é retomado (2.1-13): Timóteo deve confiar a outros aquilo que lhe foi confiado (v. 2) — porque ele está sendo tirado de Éfeso. Após uma série de analogias enfatizando a lealdade, o foco no propósito e a expectativa da recompensa final (v. 3-7), Paulo reforça o apelo mais uma vez, lembrando Timóteo de Cristo e dele próprio, Paulo (v. 8-10), concluindo com uma “palavra digna de crédito” (v. 11-13) que enfatiza a fidelidade de Deus, não importa o que aconteça.

□ 2.14—3.9 Contexto para o apelo: Os falsos mestres

Não deixe de observar que, assim como em lTimóteo, as palavras a Timóteo estão situadas no contexto dos falsos mestres. A primeira advertência contra eles (2Tm 2.14-18) enfatiza o fato de que discutem “por causa de palavras”, suas “conversas vãs e profanas” e sua influência corrosiva. No entanto, Deus “conhece os seus”, e esses precisam “apart[ar]-se da injustiça” (v. 19, que abre o caminho para o que se segue).

O apelo a Timóteo (2.20-26), que contrasta com o tema anterior, começa com uma analogia (ele precisa purificar a si mesmo e a igreja de artigos que não têm valor) antes de enfatizar a necessidade de um espírito manso, e não belicoso — mesmo ao lidar com oponentes.

Paulo retorna aos falsos mestres em 3.1-9, descrevendo seu egocentrismo repulsivo (v. 1-5) e sua influência enganosa sobre algumas “mulheres tolas” (v. 6,7), comparando-os aos feiticeiros egípcios (v. 8,9).

□ 3.10—4.8 O último apelo

O primeiro apelo se concentrou principalmente em Cristo e no evangelho; este, agora, se concentra principalmente no longo relacionamento

entre Timóteo e Paulo, e no exemplo do evangelho vivido por Paulo (3.10-13; 4.6-8). Essas duas passagens encerram o apelo propriamente dito, que primeiro faz referência ao passado de Timóteo (3.14-17) e então trata do seu ministério, considerando-se as muitas apostasias da verdade (4.1-5).

□ 4.9-18 A principal razão para a carta

Paulo conclui com sua principal razão para escrever a carta — solicitar a Timóteo que venha rapidamente (antes do inverno, v. 21) e traga alguns itens pessoais (v. 9,13). Isso é dito contra o pano de fundo dos desertores e de alguns outros que foram enviados à missão (v. 10-12). Visto que Timóteo passará por Trôade, Paulo o adverte contra Alexandre (v. 14,15). Ele conclui com informações sobre sua “primeira defesa” (= uma espécie de inquérito pelo juiz principal), que para ele foi um momento de triunfo para o evangelho. Resgatado da “boca do leão” nesse primeiro momento, ele ainda assim olha adiante para o reino celestial.

□ 4.19-22 Saudações finais

Diferentemente de lTimóteo, 2Timóteo pode ser considerada, em seu estilo geral, mais propriamente uma carta; assim, ela conclui com saudações tanto para amigos quanto de amigos, seguidas da saudação de bênção.
Com essa carta, chega ao fim o papel de Paulo na história bíblica. Já que devemos tanto a ele, faríamos bem em dar atenção cuidadosa aos apelos à lealdade que o apóstolo faz nessa carta.



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