A partir da próxima sexta feira Portugal vai, mais uma vez, entrar em confinamento devido à grave situação sanitária que enfrenta devido à pandemia de Covid 19.
A decisão do Governo vem agora tentar inverter uma situação que resulta da abertura inoportuna que permitiu no Natal, que nos levou a tristes recordes de infectados, hospitalizados e mortos.
Costa defendeu-se quanto ao atraso no confinamento, com a necessidade de ouvir os especialistas, mas depois acabou por tomar medidas políticas, como aliás lhe competia.
Na generalidade as medidas são as esperadas, atendendo ao que houve no passado e aquilo que se tem dito nos últimos dias, mas existem decisões muito discutíveis e até incompreensíveis.
O não encerramento das escolas, especialmente dos níveis etários mais altos, é absolutamente incompreensível. A maioria dos especialistas indicaram claramente que quanto mais se confinar, melhores e mais rápidos seriam os resultados, mas Costa ignorou isso. Dizer que “até agora as escolas têm tido um funcionamento exemplar” carece de fundamento científico, e está em absoluta contradição com outra afirmação, também do 1º ministro “quanto mais isolados estivéssemos menos transmitimos. Se todos fizessem isso de forma espontânea não teríamos de estar aqui hoje.”
É discutível que se permitam os serviços religiosos e não se permitam espectáculos culturais, que obedecem às mesmas restrições por parte da DGS, ou que se proíbam os desportos amadores e não os profissionais.
As críticas são legítimas e muitas absolutamente fundadas, mas como a decisão é política, a responsabilidade também é dos decisores, e não vale a pena tentar desviar as responsabilidade para os portugueses, como tem acontecido.