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Laranja Mecânica - Projeto 1001

Anos atrás quando assisti e escrevi sobre Laranja Mecânica em outro projeto. Na época afirmei que o filme precisa de tempo para ser absorvido e compreendido. E que uma nova intepretação futura não estava descartada. Esse momento chegou, e ouso dizer, além de tempo a compreensão do filme também se beneficia de uma nova revisita. Mesmo que seu conteúdo não seja um dos mais agradáveis de se consumir.

Esse clássico violento de ficção-cientifica dirigido por Stanley Kubrick conta a história de Alex De Large (Malcolm McDowell), um adolescente inteligente que curte pornografia, Beethoven e é líder de uma gangue. Um grupo de quatro “amigos” que passam as noites praticando ultraviolência, com seus figurinos brancos e chapéus cocos. 

Em uma de suas noitadas que resultou em uma vítima fatal, Alex é traído por seus amigos, e preso. Na prisão ele aceita participar de um experimento de “reeducação”, em troca de reduzir sua pena. A lavagem cerebral, na forma de tortura disfarçada, condiciona o “paciente” a sentir enjoos horríveis quando presencia violência. Uma vez “curado” o jovem é solto em uma sociedade repleta de violência e sem lugar para ele. 

Agora, o agressor por quem construímos uma grande antipatia na primeira metade do filme, torna-se a vítima da vez, desafiando o público. Conseguiremos enxergar a crueldade do tratamento dado ao protagonista? Ou acreditaremos que o monstro que ele era merecia esse destino? Esse julgamento fica a cargo de cada um. Bem como a reflexão pessoal sobre o resultado dele.

Mas não se engane, o longa faz outros julgamentos e críticas à sociedade. Sua hipocrisia, violência e decadência, a interpretação convenientemente errada de boas mensagens, além do benefício do livre arbítrio, sua perda, e o que escolhemos fazer com ele. Tudo isso, em um roteiro que explora a violência de forma crua e cruel, sem pudores. Executado com precisão por Kubrick, que acerta desde a escalação do elenco, em particular McDowell, até o uso da beleza e solenidade da música clássica em contraste com seu deturpado mundo futurista. Como o próprio protagonista diz, as músicas não merecem essa associação, ao mesmo tempo, tudo fica mais grandioso com a presença delas.

O filme é baseado no romance distópico de Anthony Burgess também chamado Laranja Mecânica, livro que foi inspirado por estupro coletivo ocorrido em 1944. Ambas as obras são propositalmente incômodas, e com isso conseguem extrair o máximo de reflexões e críticas de sua história. 

Laranja Mecânica é sim uma das obras essenciais para todo amante da sétima arte, mas não é nada agradável de ver. Precisa de tempo e maturidade para ser absorvido e compreendido (admito, talvez eu ainda não tenha alcançado tanto). E principalmente, é preciso estômago e coragem para embarcar de cabeça em seu mundo cruel. 

Laranja Mecânica (A Clockwork Orange)
Stanley Kubrick
1971 - Reino Unido/EUA - 2h16min
Ficção-científica 

Leia também - Curiosidades de Laranja Mecânica!
O Projeto 1001, é um desafio cinéfilo que está rolando aqui no blog e em meu TikTok. Nele eu tento assistir as produções listadas no livro 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer de Steven Jay Schneider. Sempre deixando minhas impressões, apontando detalhes e curiosidades. 


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