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Noite Adentro - 2ª temporada

Premissa criativa, poucos episódios, excelente ritmo, estas foram as características mais marcantes e eficientes da primeira Temporada de Noite Adentro. Agora, a série belga da Netflix, retorna mantendo estas características, mas mudando as circunstâncias. Abandonamos o movimento constante do avião que foge do sol, para o confinamento forçado em um bunker militar. 

Bunker que nossos passageiros/sobreviventes alcançaram ao final da primeira temporada, ocupado por forças da ONU, que apesar de acolher o grupo não o aceita como pertencentes ao seu sistema de fato. E isso já é combustível suficiente para o conflito, que cresce ainda mais com a escassez de suprimentos e a descoberta da morte de Terenzio. Vale lembrar, neste mundo apocalíptico, a luz do sol é fatal.

Se antes a série comprovava sua diversidade com uma variedade de etnias e idiomas. Agora a cacofonia é ampliada, pela presença dos militares de diferentes partes do mundo. Transformando o bunker em um projeto de torre de babel, com idiomas sendo trocados a cada frase (mesmo na versão dublada, convém ligar as legendas). O que tem função na narrativa acertada, ao isolar e confundir Personagens, ampliando ainda mais a dificuldade de comunicação e os conflitos entre os dois grupos. Mas também pode confundir espectadores desatentos, e cansar aqueles que estão atentos às mudanças. Não chega a comprometer, mas é uma barreira a mais para alcançar um publico maior. 

Outra barreira é a pouca atenção dada à apresentação do novo grupo em prol do ritmo da série. Assim como na temporada anterior, estes apresentados aos longo da temporada, mas com ainda menos espaço já que não são o grupo principal, e sem ajuda de caracterizações distintas para diferenciá-los. Se antes tínhamos, "o piloto", "a blogueirinha", "a enfermeira", agora temos vários militares uniformizados. 

É verdade, alguns personagens novos, ganham destaque nos já tradicionais flashbacks que iniciam os episódios. Mas estes ainda não são o suficiente para que tenhamos um quadro geral dos habitantes do bunker, além dos personagens que estão presentes desde a temporada anterior. 

Ainda sobre os flashbacks, e títulos dos episódios, focados em um personagem específico, estes nem sempre determinam que o citado, é o personagem de mais destaque no capítulo em questão. Assim como ocorrera nos episódios anteriores. A apresentação deles pode ser neste momento, mas apesar dos desafios episódicos, a história geral é contínua, e o desenvolvimento dos personagens também.

Entretanto, Noite Adentro nunca fora uma série sobre grandes personagens. É sobre tensão, desafios e ritmo, e nestes quesitos a série mantém o bom trabalho do primeiro ano. O que não significa que não hajam personagens com os quais nos apegar, ainda nos preocupamos com Sylvie (Pauline Etienne), Mathieu (Laurent Capelluto) e companhia. Ainda mais quando a série nos recorda de que não tem receio em elimina-los. 

Entretanto, é nos desafios, e na forma como estas diferentes personalidade vão tentar solucioná-los que a série se concentra. Desafios estes que vão desde a simples luta pela sobrevivência, até combates entre indivíduos ou grupos. Especialmente o confronto entre os militares e os civis. 

É o ritmo desenfreado de problemas se empilhando, que mantém o espectador alerta. Com apenas seis episódios, com pouco mais de meia hora, não à tempo para enrolação. O roteiro precisa correr com os acontecimento, refletindo a forma como os personagens lidam com o próprio tempo, eles só tem o período da noite para resolver tudo. O que não deixa a série livre de pequenos furos de roteiro aqui e ali. 

Dessa vez, a série soube usar a fotografia e os cenários para causar aflição através do claustrofóbico e mal iluminado confinamento das instalações decrépitas do bunker. Oportunidade desperdiçada no ano anterior, onde os personagens precisavam conviver no limitado espaço do avião. Por outro lado, perde-se as impressionantes imagens de cidades desertas, já que dessa vez o grupo passa mais tempo em apenas uma locação. 

E claro, a temporada termina com um gancho para o ainda não confirmado terceiro ano. Novamente levando nosso grupo inicial, à um novo status-quo, e trazendo novos personagens, desafios e intrigas. Ampliando seu restrito universo. A comparação com outras séries do sub-gênero apocalipse, especialmente The Walking Dead é inevitável. Mas, enquanto a série de zumbis leva várias temporadas para desenvolver seus conflitos, fazendo uso de vários fillers para esticar suas temporadas, Noite Adentro vai direto ao ponto, resolvendo o conflito todo em uma maratona de uma tarde. Alguns diriam, poderia até ser um filme. 

A segunda temporada de Noite Adentro mantém os acertos do ano anterior, a premissa criativa, os poucos episódios, e um excelente ritmo. Sempre ampliando os universo e conflitos de seu apocalipse. Antes um poucos sobreviventes em um avião, agora dois grupos em conflito, resta esperar pelo que virá à seguir. 

Cada temporada de Noite Adentro tem 6 episódios, todos já disponíveis na Netflix.

Leia a crítica da primeira temporada!



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