Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

The Handmaid’s Tale - 4ª temporada

São tempos de mudança em The Handmaid's Tale! Após um hiato em 2020, a série estrelada por Elisabeth Moss, inspirada da distopia de Margaret Atwood retorna com um acertado avanço na jornada de June e na história de Gilead. Vale avisar, a resenha a seguir contém spoilers!

Percebendo que o público começava a se frustrar com as muitas fugas fracassadas da protagonista, a série dá um passo a frente, muda o status quo e começa a preparar seu desfecho. Mas antes a série precisa lidar com o desfecho do terceiro ano, onde após libertar libertar dezenas de crianças do regime, June (Elisabeth Moss) e as demais aias entram em fuga.


Estes dois primeiros episódios são provavelmente os mais mornos da temporada, um respiro para as personagens antes a história engrenar de fato. Já o terceiro episódio reacende a discussão sobre torture porn, e a necessidade de mostrar tanta violência em tela. Entretanto, é a partir dele que tudo muda!



A jornada de June finalmente, nos dá vislumbres da zona de guerra, trazendo um tom bem diferente do mostrado até então. Um cenário pós apocalíptico, que é apenas apresentado antes da grande quebra de paradigma: June escapa de Gilead! 


Com a protagonista fora, a série precisa tomar novos rumos. Estas mudanças vão desde a forma de lutar, até os temas abordados. Se antes a luta de June era silenciosa, agora forma de derrubar Gilead é  colocando a boca no trombone. Antes a busca por Hannah, ou mesmo a libertação de outras aias, era toda às escondidas. Agora há também meios diplomáticos à recorrer. 


Já os temas de violência, abuso e silênciamento das mulheres, continuam, mas somam-se a eles discussões oriundas à adaptação em uma nova vida. Estresse pós traumático, culpa de sobrevivente, as mudanças nas relações, o desejo de vingança, temas que haviam sido apresentados com personagens secundários como Emily (Alexis Bledel), agora ganham mais foco e desenvolvimento, fazendo parte do arco da protagonista. 



Como alguém que sofreu tanto como June, pode voltar à um cotidiano comum e mundano? Como lidar com aqueles que não entenderiam pelo que ela passou? Gilead mudou e moldou a protagonista de forma definitiva, ao ponto da personagem ser capaz de replicar as violências que sofreu? Sim, aquela cena que você está pensando, foi um estupro. E a série vai ainda mais longe, para mostrar as falhas dessa heroína complexa e quebrada pela jornada.

 

Elisabeth Moss, produtora e diretora de alguns episódios, tem completa ciência da complexidade de sua personagem. Apresentando novamente uma entrega impressionante, visceral e impactante. Culpada, confusa, temerosa, raivosa, dissimulada, apaixonada... são tantas emoções, e várias ao mesmo tempo, que é impossível não se impressionar com o alcance de sua atuação, que fica ainda mais evidente quando a atriz ocupa também a cadeira de diretora. 



Já o casal Waterford, apresentam a parte politica e diplomática da trama. Que vão desde os tramites burocráticos de um julgamento de guerra, passando pelos estranhos privilégios de sua prisão de luxo, da relação com Gilead, até a assustadora empatia que o casal causa no público. Não vivêssemos no Brasil de 2021, seria até difícil acreditar que Serena e Fred (Yvonne Strahovski e Joseph Fiennes) tem seguidores, mesmo após as atrocidades que cometeram. Este é um daqueles momentos em que a série fica assustadoramente parecida com a realidade. 


Em Gilead são Tia Lydia (Ann Dowd) e o Comandante Lawrence (Bradley Whitford), que nos dão vislumbres do regime. Embora seus arcos neste ano tenham apenas a função de estabelecê-los nas posições que precisarão estar no futuro. O mesmo vale para Janine (Madeline Brewer) e a jovem Esther (Mckenna Grace).



Estabelecer parâmetros para o futuro, também é a tarefa do desfecho da temporada. Uma escolha que ao mesmo tempo satisfaz pelo desfecho que dá a um personagem, mas incomoda pelo que leva outros personagens a fazer. E cujas consequências afetam praticamente todos os personagens. 


No aspecto técnico, a série não decepciona, mantendo a qualidade que sempre apresentou. Fotografia, cenários e figurinos bem pensados e executados, para passar mensagens e sensações, que vão além do texto. Repare como em seu testemunho June finalmente está banhada em luz, visível e ouvida pela primeira vez. Ou ainda as cenas pontuais em que ela intencionalmente usa novamente, agora livre, a cor vermelha. Outra que estabelece bem o tom das cenas é a trilha sonora bem escolhida, e presente em pontos cruciais.



Havia quem dissesse que The Handmaid’s Tale já esgotara seus temas, quem uma segunda e terceira temporadas menos eficientes que sua estreia, tornara a série repetitiva. Esta quarta temporada veio para provar que estão errados. Melhor que os anteriores, o quarto ano vem reestabelecer a jornada de June. Impõe novos desafios à protagonista, expande nossos horizontes, sem abandonar seus temas fortes. 


Impacta, enoja, enfurece, emociona, os roteiristas de The Handmaid's Tale sabem direitinho manipular nossas emoções para passar exatamente a mensagem que desejam. Essa conexão é essencial para manter o público em uma série que é difícil de assistir. Pesada, complexa, e principalmente essencial nos tempos de hoje.


A quarta temporada, e as anteriores de The Handmaid’s Tale estão disponível no Paramount+. O Globoplay também tem as três primeiras temporadas da série.

Leia mais sobre The Handmaid’s Tale.




This post first appeared on Ah! E Por Falar Nisso..., please read the originial post: here

Share the post

The Handmaid’s Tale - 4ª temporada

×

Subscribe to Ah! E Por Falar Nisso...

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×