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Material de revestimento acústico inflamável está entre as causas fundamentais do incêndio. Conselho sugere alteração nas normas técnicas

Material de Revestimento acústico inflamável está entre as Causas Fundamentais do incêndio. Conselho sugere alteração Nas Normas técnicas.
Gustavo Jazra

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (CREA-RS) divulgou o resultado da perícia feita na Boate Kiss, em Santa Maria. Segundo o relatório técnico, uma combinação de fatores teria contribuído para a morte de pelo menos 237 pessoas na casa noturna durante o incêndio que aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro.
De acordo com o relatório, as causas fundamentais para a ocorrência do incêndio foram a realização do show com componentes pirotécnicos em associação ao uso de material de revestimento acústico inflamável, localizado na zona do palco. Além dessas, a falha no acionamento dos extintores, assim como a dificuldade de evacuação, a ausência de um sistema para drenagem da fumaça e utilização de materiais inadequados teriam influenciado a propagação da chama e determinado o acontecimento da tragédia.
Durante entrevista coletiva para a divulgação do laudo, o conselho afirmou que um projeto de segurança contra incêndio, por profissional habilitado e com formação específica, teria evitado a maioria das falhas do estabelecimento e diminuído a dimensão do acontecimento.
Segundo o relatório, "ao contrário de outros países, nossa legislação sobre controle de fumaça e dos materiais de revestimento é bastante limitada. Faltam algumas normas brasileiras específicas (sendo necessário muitas vezes fazer referência a normas ISO, NFPA ou aos Eurocodes) e, pior, muitas legislações municipais e estaduais, inclusive a gaúcha, não atentam para esse aspecto".
O relatório recomenda, ainda, uma série de ações para que o episódio de Santa Maria não volte a se repetir, incluindo a alteração nas normas para materiais de isolamento acústico. Outras, como a elaboração de um código estadual contra incêndio e pânico e criação de forças-tarefa para análise da legislação, também foram sugeridas.
Revestimento acústicoAmostras do forro acústico da Boate Kiss foram coletadas para determinar sua composição e o comportamento do fogo. "Pelas informações disponíveis até o momento, o material usado é altamente inflamável, contém poliuretano em sua formulação, libera gases tóxicos e não contém retardadores de chama", diz o relatório.
Conforme estabelecido pela Lei Municipal 3.301, o uso de materiais inflamáveis e tóxicos é vedado, invalidando o uso do revestimento acústico utilizado na casa noturna.
O diretor presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (ProAcústica), o engenheiro civil David Akkerman, explica que, independentemente de ser acústico ou não, todos os materiais precisam garantir a segurança do local. "Hoje é inaceitável instalar qualquer tipo de material combustível ou inflamável em uma sala pública de qualquer natureza", disse.
Sendo assim, espumas de poliuretano, lãs minerais, lãs de poliéster e Politereflanato de Etileno (PET), que são os materiais comumente usados para condicionamento acústico em locais públicos, respondem à NBR 9442 - Materiais de construção - Determinação do índice de propagação superficial de chama pelo método do painel radiante - Método de ensaio, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
"Há uma norma americana, a ASTM E 662, que testa a densidade ótica de fumaça produzida pela queima do material", afirma Akkerman. As duas normativas, a brasileira em vigor desde 1986, que estabelece o índice de propagação de chamas e uma metodologia para teste dos materiais, e a americana, segundo explica o engenheiro, são aplicadas nos laboratórios de ensaio desses materiais.
Leia também:Mortes coletivas em edificações será rotina nacional, afirma peritoPesquisador do IPT defende a criação de um código nacional de segurança contra incêndio

Leonardo da Silva Jaques


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