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Sem dar espetáculo, Hull City retorna à Premier League

Festa: após três anos, o Hull City volta à primeira divisão
Com uma confortável diferença de sete pontos para o terceiro colocado Watford restando três partidas para o final da Temporada regular, todos já davam o acesso como assegurado. Porém, uma sequência de atuações abaixo do esperado reabriu a disputa pela segunda vaga, jogando a pressão para a rodada final, quando o Hull City enfrentaria o já campeão Cardiff. Com contornos dramáticos (pênalti perdido e gol sofrido nos acréscimos), a classificação só foi garantida com a derrota dos Hornets para o Leeds United em pleno Vicarage Road. Apesar desses deslizes na reta final, o bom futebol dos Tigres prevaleceu durante boa parte da competição, e o principal objetivo da temporada foi alcançado, com o retorno à principal divisão do país após três anos. Se o time não dava espetáculo, compensava com vitórias. Magras, é verdade, mas importantes para o resultado final.

Diferentemente de torneios anteriores, onde o clube começava mal e se recuperava com a temporada em andamento, o Hull City começou com bons resultados. A manutenção da base das últimas temporadas foi fundamental para a boa largada, já que o time pouco fora modificado em relação ao que não terminou sequer entre os seis primeiros na Championship anterior. O principal investimento para a temporada foi para o banco de reservas. Steve Bruce, um técnico renomado no futebol inglês e acostumado a comandar clubes de primeira divisão, foi o escolhido para assumir o clube. Seu histórico como técnico poderia facilitar a contratação de reforços mais qualificados. E foi isso que se viu.

Do Sunderland, seu ex-time, foram contratados dois atletas que encaixaram no ousado esquema tático escolhido pelo treinador (que inovou, sendo um dos poucos da Inglaterra a utilizar três zagueiros na linha defensiva) e foram fundamentais para o bom rendimento do Hull City: Elmohamady, que foi anunciado ainda no começo do trabalho e chamou a atenção pelo excelente futebol, e David Meyler, meio campista pouco aproveitado por Martin O’Neil no elenco dos Black Cats, e que chegou já com a competição em andamento. O entendimento do volante irlandês com Corry Evans na linha de meio campo foi fundamental para o andamento do time. Os dois se destacaram pela boa marcação e pela qualidade na chegada ao ataque. Quando necessário, apareceram para decidir jogos, como na vitória sobre o Leeds United, quando ambos deixaram sua marca.

Outro que chegou com o torneio em andamento foi Robbie Brady, de boa passagem pelo próprio Hull City na temporada passada. Preterido por Alex Ferguson e buscando entrar na disputa por uma vaga na seleção irlandesa principal, o jovem meia se desligou do Manchester United. Brady jogou muito, repetindo a boa impressão deixada na temporada 2011/2012 e foi um dos grandes nomes do acesso. Quando a marcação pelo lado direito ficava mais forte sobre Elmohamady, era nele que os jogadores apostavam para uma jogada diferente. Para auxiliá-lo por aquele setor, Brady contava com a ajuda de Stephen Quinn, outro irlandês que também chegava com facilidade ao ataque.

Defesa forte, ataque carente

Mesmo não sendo atacante, Koren acabou como o artilheiro do Hull na temporada
Se a defesa foi o ponto mais estável do time durante toda a temporada, o ataque deixou a desejar. O saldo do Hull City foi inferior a todos os times que disputaram os play-offs e, além disso, o artilheiro foi um jogador de meio campo, o esloveno Robert Koren. A principal expectativa de gols para o campeonato era o alemão Nick Proschwitz, contratado junto ao Paderborn, da segunda divisão alemã. Custando £2.6m, o atacante não ganhou uma sequência no time titular, tendo marcado apenas cinco gols (três pela Championship). De qualquer forma, Proschwitz mostrou ter estrela, já que foi responsável pelo gol de empate contra o Cardiff no jogo derradeiro da temporada.

A escassez foi tanta que, em boa parte da temporada, Bruce optou por escalar apenas jogadores de movimentação, sem uma referência. Com a lesão de Sone Aluko, o técnico foi obrigado a mexer no seu setor ofensivo. O meia George Boyd, contratado em meio ao campeonato após ser reprovado em exames médicos no Nottingham Forest, chegou a atuar na função em alguns jogos. Apesar de ter uma boa chegada no ataque, o escocês não é um camisa 9 de fato, assim como o nigeriano. Matty Fryatt, jogador de área e de bom retrospecto em temporadas anteriores, foi prejudicado por uma grave lesão que o deixou fora dos gramados por oito meses. Apesar de ter voltado a tempo de disputar os jogos finais, não conseguiu marcar.

Os dois atacantes com melhor retrospecto foram Jay Simpson e Mohamed Gedo. Curiosamente, ambos não devem permanecer para a próxima temporada. O ex-atacante do Arsenal, de participação importante em alguns jogos, já acertou sua saída. Já o egípcio, que chegou do Al Ahly após a eliminação do time africano no mundial de clubes, deve voltar ao seu país após o encerramento do empréstimo. Ainda assim, por marcar cinco gols em tão pouco tempo, a direção do Hull City deve fazer uma proposta para contar em definitivo com o atleta.

Africanos fazem a diferença

Elmohamady, Aluko e Bruce: parceria de sucesso 
Em cada setor, pelo menos um africano aparecia com destaque. Abdoulaye Faye, Ahmed Elmohamady e Sone Aluko foram importantíssimos para a vitoriosa campanha do Hull City. Lançado por Steve Bruce no time profissional do Birmingham no ano de 2007, Aluko recusou propostas de times da primeira divisão para defender o clube. E o nigeriano foi fundamental para o excelente futebol mostrado pelos Tigers durante parte da temporada, sempre insinuante com seus dribles e sendo fundamental na tarefa de abrir espaço na defesa adversária. Uma grave lesão o tirou do campeonato ainda no mês de março. De qualquer forma, o saldo foi altamente positivo, já que Aluko foi o vice-artilheiro do clube na temporada, tendo marcado oito gols.

Um pouco mais para trás, na linha de meio campo, dessa vez um egípcio foi destaque: Ahmed Elmohamady, ex-Sunderland. Arma importante pelo lado direito de ataque e principal opção ofensiva do time, destacou-se também pelos importantes gols marcados, como o assinalado na vitória sofrida sobre o Derby County. Contratado como lateral, se transformou em um meia extremamente ofensivo e com notável qualidade em cruzamentos e dribles. Tamanho destaque fez com que o egípcio se transformasse no melhor jogador do Hull City na temporada, em eleição realizada após o término da competição.

Na defesa, o xerife foi Abdoulaye Faye. Acostumado a disputar a primeira divisão, o ex-zagueiro de West Ham e Stoke City foi fundamental para transmitir maior experiência ao time (ele atuou ao lado de James Chester e Jack Hobbs, dois jogadores mais jovens). O senegalês acabou se tornando um destaque já no começo da Championship, muito pela energia na defesa e os gols marcados no ataque, garantindo pontos importantes, como na vitória contra o Bolton. Mesmo com 35 anos, Abdoulaye Faye renovou seu contrato por mais uma temporada. Sendo assim, permanecerá no Hull City para a disputa da Premier League.


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