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Maria era uma mulher qualquer?


Antes de ler este artigo, recomendo que leia este outro que trata de questões importantes e intimamente relacionadas a este aqui. É onde eu mostro o que os evangélicos creem sobre Maria e o que não creem à luz da Bíblia, e desmascaro o truque católico que consiste em dizer que nós “odiamos Maria” só porque não cremos nos ridículos e tardios dogmas marianos inventados por Roma:

Os protestantes odeiam a Virgem Maria?

No presente artigo eu irei desmantelar outra acusação papista, a de que nós afirmamos que Maria Era uma “mulher qualquer”. Geralmente essa acusação é fruto de um espantalho criado em debates quando o debatedor protestante não disse nada disso. Por exemplo, quando um evangélico afirma que Maria era um ser humano e não uma deusa, e então o papista enraivecido e espumando pelos dentes esbraveja impropérios contra o crente e o acusa de dizer que Maria era uma “mulher qualquer”.

Mas afinal: Maria era uma mulher qualquer? Minha resposta é: Sim. E não.

Deixe-me explicar. O ponto crucial por detrás dessa acusação não está em Maria, mas no “qualquer”. O “qualquer” é a ênfase da frase. Então é preciso primeiro definir o que é “qualquer”, o que o debatedor entende pelo termo, para não trocar alhos com bugalhos. Quando um protestante alega que Maria era uma “mulher qualquer”, ele não está dizendo que Maria era uma ordinária, uma desprezível ou insignificante, como entende o debatedor católico, distorcendo o termo propositalmente. Ele está meramente sustentando que Maria não era “mais” mulher do que as outras mulheres, isto é, que ela era apenas uma mulher e não uma deusa ou semideusa, como pensam os católicos.

Ou seja, o “qualquer” não está em um sentido pejorativo, não está diminuindo a pessoa de Maria, está apenas ressaltando que ela era tão humana quanto qualquer outra mulher. Na Bíblia, todas as mulheres foram igualmente criadas à imagem e semelhança de Deus como criaturas dEle. Todos os seres humanos têm igual valor diante de Deus, e se alguém nega isso não estará passando longe do pensamento nazista que sustentava que existia tipos de pessoas superiores e outros tipos de pessoas inferiores. Deus ama igualmente a todos os homens, mulheres e quem quer que seja, independentemente de raça, nação, época ou papel que desempenha na vida. Fora disso não é Cristianismo: é idolatria, quando se coloca um ser humano acima de todos os demais, às vezes até dividindo o foco com Deus.

Essa questão foi debatida nas Escrituras algumas vezes. Certa vez uma mulher (qualquer?) no meio da multidão disse a Jesus:

“Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste!” (Lucas 11:27)

O que foi que Jesus respondeu? Se ele fosse católico, saberíamos muito bem como seria a resposta, e exaltaria Maria ainda mais. Mas o que ele realmente respondeu foi:

Mas ele disse: Antes, bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guarda”(Lucas 11:28)

Note que Lucas, o evangelista, introduz a resposta de Jesus com um “MAS”, para deixar claro que ele estava contrapondoo que foi afirmado pela mulher. E quando cita a resposta de Jesus, inicia com um “ANTES”, colocando qualquer pessoa que ouve a palavra de Deus como bem-aventurado antes que Maria. Aquela mulher da multidão achava que Maria era especial e mais importante que todas as outras por ter dado à luz a Jesus – este é exatamente o mesmo argumento católico! –, mas Jesus a contradiz e coloca qualquer pessoa que guarda a palavra de Deus acima.

Ou seja: se Maria era bem-aventurada, era por guardar a Palavra de Deus, sendo portanto tão bem-aventurada quanto qualquer outra pessoa que também guarda a Palavra, e não de uma forma privilegiada e superior só por ter sido a sua mãe. Essa é uma mensagem dura, é verdade. É uma afronta aos ouvidos dos católicos mais fanáticos, que exaltam Maria indevidamente com exatamente o mesmo argumento usado pela mulher da multidão a quem Jesus contrariou. Mas é a verdade, custe o que custar: Jesus não coloca Maria em um pedestal por ter sido sua mãe. O “pedestal” é guardar a Palavra de Deus, e nisso todos os que praticam estão juntos.

Outro texto onde este pensamento se torna ainda mais claro está em Marcos 3:32-35, que diz:

"E a multidão estava assentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos te procuram, e estão lá fora. E ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? E, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porquanto, QUALQUER que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe"(Marcos 3:32-35)

Aqui Jesus não apenas privilegia sua família espiritual em detrimento de sua família natural – e incluindo explicitamente a sua mãe nesse conjunto – mas também usa o termo “qualquer”, tão opressivo aos tridentinos. Sim, o que Jesus estava dizendo é que QUALQUER um que fizer a vontade de Deus é o seu irmão, sua irmã e sua mãe. Se Jesus diz que qualquerum pode ser como Maria se fizer a vontade de Deus, então Maria é como qualquerum que fizer a vontade de Deus. Isso é lógica simples e básica. Espiritualmente falando, Maria era uma mulher “qualquer”, igualada a todos os outros que fizessem a vontade de Deus.

Isso não é diminuir Maria, mas elevar todos os outros em igual dignidade. Na cabeça do apologista católico, só se pode honrar Maria se rebaixa todos os outros. Na Bíblia, Maria está no mesmo grupo dos outros que buscam a Deus, não porque ela seja desprezível, mas porque os outros são tão importantes quanto ela em sentido espiritual perante Deus. Enquanto o católico rebaixa todo mundo para elevar Maria de uma forma idólatra, a Bíblia eleva todos, sem exceção, que fazem a vontade de Deus, aos olhos de Deus. Ela não exalta uma para rebaixar os demais; ela exalta os demais igualando todos sob a misericórdia e o amor de Deus.

Mas eu havia dito que a resposta era “sim” e “não”, e até agora só disse a parte do “sim”. Vamos então à parte do “não”: Maria não era uma mulher qualquer, se o termo “qualquer” estiver sendo usado em um sentido pejorativo, ou seja, se estiver falando de uma mulher ordinária, desprezível, insignificante ou sem valor. Ainda que estes não sejam significados intrínsecos ao termo “qualquer”, é essa a imagem que muitos associam quando ouvem essa palavra, ao menos em língua portuguesa. Óbvio que Maria não seria “qualquer” neste sentido. Nenhum protestante afirmaria uma coisa dessas, porque não é a crença evangélica, nem a crença bíblica a respeito de qualquer mulher temente a Deus.

E aqui está o problema: neste sentido pejorativo do “qualquer”, que está na mente do apologista católico que lança a acusação, nem Maria seria uma mulher qualquer, nem mulher cristã alguma seria! É curioso observar que, via de regra, sempre quando um católico tenta retrucar isso pergunta ao protestante: “A sua mãe também é uma mulher qualquer?”. Ou seja, ele acha que Maria não pode ser uma mulher qualquer porque a mãe da outra pessoa também não é uma mulher qualquer. Seguindo essa lógica à risca, nenhuma mulher, ou pelo menos nenhuma mãe, seria uma “mulher qualquer”. Mas se ninguém for “qualquer”, então não tem sentido invocar que Maria não era uma mulher qualquer, porque ninguém seria! A intenção do apologista católico é colocar Maria em um pedestal muito acima de todas as outras, e sua tentativa de contra-argumentação vai exatamente no sentido oposto a essa tentativa, igualando todas as mulheres e não restando nenhuma para ser a “qualquer”, de modo a deixar Maria no topo.

Se o “qualquer” está em um sentido pejorativo, que diminui a pessoa a quem o termo é referido, então a única conclusão a que chegamos é que para o católico todas as mulheres são “mulher qualquer”, exceto Maria. Porque a intenção do católico ao acusar o protestante de dizer que Maria era uma mulher qualquer nunca é de elevar a dignidade de todas as outras mulheres junto com Maria (como a Bíblia faz), mas somente de exaltar a pessoa de Maria em detrimento de todas as outras. Ou seja, ele implicitamente está sustentando a tese de que Maria não é “qualquer”, mas todas as outras (o que deve incluir até as outras mulheres importantes na Bíblia e sua própria mãe, pasme!) são “qualquer”!

Neste caso, o apologista católico em questão não poderia ser diferenciado de um misógino de mais alto grau, alguém que rebaixa o valor de todas as outras mulheres como sendo “mulher qualquer” em um sentido pejorativo e diminutivo, e tudo isso apenas para exaltar unicamente Maria em detrimento de todas as outras. Se isso não for misoginia e idolatria do mais alto grau, eu não sei mais o que é. O contraste continua sendo gritante: o católico diminui sua mãe, sua irmã, sua tia, sua esposa, sua professora, Débora, Ana, Rute, Ester, etc, como sendo apenas um monte de “mulher qualquer” em sentido pejorativo, para conseguir exaltar unicamente Maria. E se ele negar isso e disser que também considera todas as outras como não sendo “mulher qualquer”, então o argumento se perde e se torna inócuo e sem sentido. Se não existe mulher qualquer, então dizer que Maria também não era uma qualquer tem peso zero a fim de exaltá-la acima de todas.

Portanto, o apologista católico está em um beco sem saída: ou ele sustenta abertamente que todas as mulheres são desprezíveis à exceção de Maria, ou abre mão do seu próprio argumento de exaltação a Maria por meio de uma calúnia antiprotestante inventada pela sua cabeça fanática. Sim, Maria era uma “mulher qualquer”, no sentido de ser tão digna, elevada e valorizada por Deus quanto qualquer outra mulher que faça a vontade de Deus; e não, ela não era uma “mulher qualquer” no sentido pejorativo de diminuir o indivíduo, e nesta mesma acepção não existiria alguma mulher que fosse “qualquer”, pelo menos não entre mulheres cristãs tementes a Deus. Todas as mulheres são preciosas aos olhos de Deus e por isso não merecem esse rótulo pejorativo de "qualquer", ainda que os apologistas católicos o imponham a todas elas à exceção de Maria.

De todo modo, mesmo refutado, será muito difícil senão impossível para um fanático aceitar a dignidade de todas as mulheres aos olhos de Deus sem colocar a deusa-mãe muito acima de todas as criaturas vivas, pela mesma razão de que seria praticamente impossível convencer um antigo pagão romano a este respeito em relação a Ísis, a deusa-mãe da mitologia egípcia adorada em todo o mundo greco-romano, que também era conhecida por ser a “Rainha dos Céus”, que também tinha imagens com seu filho pequeno no colo para as quais as multidões de idólatras se prostravam diariamente, que também recebia preces de todas as gentes e culto em todas as partes. Qualquer semelhança é mera coincidência.

Ou não. 

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (www.facebook.com/lucasbanzoli1)


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