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LUTA E CONQUISTAS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

por Luciana G. Rugani - Vejo as datas comemorativas como lembretes para trazermos à tona temas de interesse da sociedade, oportunidade para organizarmos calendários de debates e reflexão sobre a diversidade de temas sociais.
Hoje, além do "Dia da Árvore", é também o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Elizabeth Marge, incansável batalhadora pela causa da acessibilidade, enviou para nosso blog um texto sobre o assunto onde ela faz uma reflexão sobre toda a luta e as conquistas obtidas nos últimos 17 anos. 
Com a palavra, Elizabeth Marge:


Luta e Conquistas das Pessoas com Deficiência

Por Elizabeth Marge

Quando, há 17 anos, nos reunimos nesta mesma praça para elaborarmos em conjunto com outros deficientes os rumos que tomaríamos em relação à acessibilidade da cidade, não imaginávamos que estávamos praticando a acessibilidade atitudinal, que é a tomada de decisão sob um novo olhar para as Pessoas com deficiência.

Considero construtiva a crítica de um jornal da época, o qual estampou em suas páginas que a nossa primeira reunião havia sido um fracasso. E foi! E não poderia ter sido diferente, pois há 17 anos ninguém falava em acessibilidade e pessoas com deficiência eram tidas como doentes e fadadas ao confinamento. Como então poderiam chegar até aqui, se nem em suas calçadas podiam chegar?

Hoje é dia de comemorarmos, pois já podemos contar com alguns acessos. E se ainda não estão como gostaríamos, já trilhamos boas rampas de acesso aos nossos sonhos. Hoje podemos ver muitos deficientes pelas ruas, nos ônibus acessíveis, e em vários lugares de nossa cidade, inclusive aqui onde, naquela época, havia somente umas poucas pessoas, entre elas eu, Maria Helena e mais dois ou três cadeirantes mais “metidinhos”.

Neste tempo, sou grata aos nossos dois prefeitos por terem ouvido e realizado meus pedidos quanto às acessibilidades. Sou grata a todos que durante esses 17 anos fizeram valer a acessibilidade atitudinal.

Eu entendo que uma cidade é para seu povo e, sendo assim, não pode discriminar nenhum biotipo e para isso o desenho universal deve ser utilizado acessibilizando todos os lugares. Só assim a cidade será plenamente nossa.

Hoje podemos comemorar a efetivação da Lei 13146 de 2015 que promove e protege os direitos de aproximadamente 45 milhões de pessoas com deficiência, cerca de 24% da população, de acordo com o censo de 2010. Após 15 anos de tramitação no Congresso Nacional, o Estatuto da Pessoa com Deficiência é transformado em Lei Brasileira de Inclusão. Abre-se com ela um ciclo de avanços, ampliação de direitos e maior visibilidade Das Pessoas com deficiência.

O grande atributo dessa lei é que essa é uma conquista de toda a sociedade. Enquanto a deficiência antes era vista apenas como algo restrito à pessoa, agora passou a ser o resultado da ausência de acessibilidades que a sociedade e o meio ambiente tanto precisam e merecem. Em poucas linhas, traduz algo que sempre pensamos a respeito das diferenças: nós não somos iguais. E, fazendo uma alusão ao nosso digníssimo Rui Barbosa, é pela promoção da desigualdade que se alcança a igualdade. E ainda, eu acrescento que, pela distinção legislativa, tivemos um novo olhar para a inclusão, utilizando-nos da acessibilidade atitudinal.


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