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Temer colhe o que plantou. Artigo de Jasson de Oliveira Andrade


O que Temer diz de manhã, ele recua na parte da tarde. Esta atitude, logicamente, o desmoraliza: quem vai acreditar na palavra dele? É o que aconteceu com o anuncio do aumento do IMPOSTO DE RENDA. De manhã do dia 8/8, anunciou o aumento. À tarde voltou atrás. É o que diz o Estadão (9/8). O jornal informou que o recuo se deveu à forte reação de deputados da base aliada do Governo e do empresariado. O Estadão revelou ainda: “Em nota, no início da noite [7/8], porém, o Palácio do Planalto afirmou que não encaminhará ao Legislativo proposta de elevação do Imposto de Renda. “A Presidência da República não encaminhará proposta de elevação do Imposto de Renda ao Congresso Nacional”. Era a confirmação oficial do recuo. Uma vergonha! O jornalista Kennedy Alencar, no texto sob o título “Congresso leva Temer a recuar de aumento de tributo”, comentou: “A dura reação do Congresso à ideia de aumentar tributos levou o presidente Michel Temer a recuar da possibilidade de criar uma alíquota de 35% para o Imposto de Renda das Pessoas Físicas, ideia em estudo pela equipe econômica [Meirelles]. O Palácio do Planalto divulgou nota enterrando (sic) a ideia. (...) O recuo aconteceu porque é mais importante manter o apoio da Câmara a fim de enfrentar eventuais novas denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e porque o Congresso barraria a elevação do IRPJ. (...) O governo subiu o preço dos combustíveis justamente porque não precisava de autorização (sic) dos parlamentares. A pouco mais de um ano das eleições, deputados e senadores resistem a elevar tributos”. Sobre o déficit fiscal, Kennedy analisa: “Com um rombo maior nas contas públicas, a conta fica para todo conjunto da sociedade, o que penaliza mais os mais pobres (sic)”. À respeito do aumento, a COLUNA DO ESTADÃO revela: “PMDB DIZ QUE NÃO VOTA AUMENTO DE IMPOSTO – Michel Temer enfrentará resistência no seu próprio partido se decidir por aumentar impostos para enfrentar a crise fiscal”.

Temer, como já escrevi, manteve seu mandato COMPRANDO deputados. Até o Zorra Total ironizou essa compra, como publiquei no artigo anterior. Agora o presidente está colhendo o que plantou. O mesmo Estadão, na edição de 10/8, revelou: “Centrão vincula análise da Previdência a cargos - integrantes do grupo partidário ameaçam (sic) paralisar trâmite ou derrotar a pauta econômica do governo; líderes COBRAM (destaque meu) redistribuição de postos nas mãos de “infiéis” [principalmente do PSDB]”. Em declaração ao jornal, Arthur Lira disse: “Decidimos não votar a reforma da Previdência. Só retomaremos o diálogo quando o governo resolver quem é base e quem é oposição”. Já Marcos Montes (MG) afirmou: “Não tem clima para votar. Quem foi fiel precisa ser prestigiado [com cargos e verbas]”. O próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia DEM-RJ), que dias atrás disse que o governo já tinha deputados suficientes para aprovar a reforma até outubro, agora declarou à imprensa que “não é fácil” votar a Reforma da Previdência. Trocando em miúdo: Temer está colhendo o que plantou. Como comprou os votos para salvar a própria pele, agora também vai precisar dar cargos e verbas aos parlamentares. Quem acostumou mal os deputados foi Temer!

A FOLHA, no Editorial “A pauta se apequena”, também abordou o fisiologismo do Centrão: “Eis que o famigerado centrão (sic), como é conhecido o bloco de partidos sem nitidez ideológica capaz de se alinhar a qualquer governo, rebela-se (sic) em nome de principio que regem as coalizões do presidencialismo nacional. (...) As siglas que se mantiveram majoritariamente fiéis ao presidente – PP, PR, PSD e outros – julgam-se no direito de obter MINISTÉRIOS E CARGOS (destaque meu) hoje ocupados pelo PSDB e por outros recalcitrantes. (...) Amesquinha-se, inevitavelmente, a pauta legislativa. Recrudescem as ameaças de boicote a votações e os lobbies por vantagens setoriais Á CUSTA DO ERÁRIO (destaque meu)”. Deu no Painel da FOLHA: “Aliados de Temer calculam que, hoje [14/8], governo só deve contar com 150 votos a favor da Previdência”. Para 308, faltam: 158! Muito difícil, mas o governo poderá aprovar a Reforma. No entanto, terá que comprar muitos parlamentares! E quem é culpado por essa situação? Repito: Temer que colhe o que plantou!

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

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