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Temer e o lema “rouba, mas reforma”. Artigo de Jasson de Oliveira Andrade



Adhemar de Barros ficou famoso por sua “Caixinha”, que o tornou conhecido pelo lema “rouba, mas faz”. No livro, “Meus Tempos no Guaçu”, o médico Antonio Carlos Lima Pompeo, à página 91, recordou: “Os “adhemaristas” (...), além de defender com toda retórica a grande capacidade do dr. Adhemar de Barros, cantavam: “Quem não conhece/quem nunca ouviu falar/da famosa caixinha do Adhemar/que deu livros, deu hospitais e escolas/ “caixinha” abençoada...”. 

Agora a professora Laura Carvalho, em artigo para a Folha (25/5), sob o título “Temer tenta vender o lema “rouba, mas reforma”, escreveu: “É possível que nem mesmo Adhemar de Barros ou Paulo Maluf aprovassem o que o presidente Michel Temer apelidou em sua entrevista a esta FOLHA de seu novo “modelito” nos discursos. (...) Quando indagado se não seria crime de prevaricação ouvir relatos de outros crimes e não denunciá-los, Temer respondeu aos repórteres: “Você sabe que não? Eu ouço muita gente, e muita gente me diz as maiores bobagens que eu não levo em conta”. (...) Em outro trecho que revela seu nível turbinado de desfaçatez (sic), o presidente disse que o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) o assessor próximo (sic) de Temer que entregou na terça-feira (23/5) um total de R$ 465 mil à Polícia Federal – R$ 35 mil a menos do que estava na mala que o Brasil todo já conhecia por foto --, é “um homem de muito boa índole” (sic). O problema é que, para conseguir emplacar a velha tática do “rouba, mas faz”, não basta que a população fique sabendo da parte do “rouba”. E querer convencer quem viu o número de desempregados aumentar de 11 milhões para 14 milhões em um ano de que foi responsável por significativa melhora na economia não soa muito promissor. (...) O “rouba, mas faz” do último ano deveria ter nos ensinado algo sobre a outra máxima que o governo tenta emplacar – a do “rouba, mas reforma”. (...) Concordando ou não com os moldes propostos para as reformas da Previdência e trabalhista, o que já deveria ter ficado claro a esta altura é que tampar o nariz para os malfeitos e apoiar soluções antidemocráticas em nome de um programa econômico, não é o caminho para a estabilidade – nem mesmo nos mercados, como mostrou o caos financeiro da última semana”. 

Se o “rouba, mas faz” é condenável, como se deve ver a reforma da Previdência? Quem responde a esta pergunta é Oscar Vilhena Vieira, em artigo à FOLHA (O preço da injustiça): “Os altos estamentos do funcionalismo obtém benefícios IMENSAMENTE MAIORES (destaque meu) que o restante da população. Enquanto a aposentadoria de um membro do Ministério Público ultrapassa os R$ 30 mil, os demais aposentados recebem em média cerca de R$ 1.600. Como aponta Marcelo Medeiros a partir de dados do IBGE, 50% dos recursos da Previdência vão para os 10% mais rico. (...) Indispensável reformar a Previdência. O problema é que algumas mudanças aprovadas penalizam exatamente os mais pobres (sic), deixando os estamentos mais ricos de fora.” O Estadão publicou: “Preso em Nova York acusado de receber propinas em contratos da CBF, o ex-presidente da entidade José Maria Marin [ que dedou o Herzog! ] recebe pensão vitalícia do Estado de São Paulo no valor de R$ 20.257,80 por mês. A pensão parlamentar é relativa à extinta carteira previdenciária (sic) dos deputados paulistas”. A carteira previdenciária foi extinta, mas Marin recebe uma pensão superior a vinte mil reais. Será que ele será alcançado pela Reforma da Previdência ou ele estará entre os beneficiados mais ricos? Uma pergunta deve ser feita: por que o governo não cobra a dívida que os mais ricos devem à Previdência?

Punir os mais pobres e poupar os mais ricos (Marajás) é, segundo Oscar Vilhena Vieira, “o preço da injustiça” da reforma de Temer. Como diz Laura Carvalho, o presidente tenta vender o lema “rouba, mas reforma”! Compra quem quiser...

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

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