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A corrupção da Odebrecht na Ditadura Militar. Artigo de Jasson de Oliveira Andrade


Em artigo pedi uma investigação sobre o passado da Odebrecht, principalmente no tempo da Ditadura Militar. Foi o que fez o jornalista Josias de Souza, em artigo publicado no Blog dele, sob o título “Corrupção ronda a Odebrecht desde a Ditadura”. O que se vai ler a seguir, transcrevemos desse histórico texto.

“Em depoimento à força tarefa da Lava Jato, Emílio Odebrecht deu a entender que o convívio de sua empresa com a corrupção começou há 30 anos, quando o Brasil já havia se redemocratizado. Documento disponível nos arquivos do Senado demonstra que não é bem assim. A suspeição já rondava a Odebrecht durante a ditadura militar (sic). Em 17 de abril de 1979, Noberto Odebrecht, pai de Emílio, sentou-se num banco da CPI, no Senado, para se defender de denúncias de desvio de verbas, superfaturamento e favorecimento nas obras do complexo nuclear de Angra – um negócio iniciado há 45 anos, em 1972, sob o governo do general Emílio Médici”. 

Josias revelou que a CPI foi criada devido a uma notícia da revista alemã Der Spiegel. Depois o jornalista afirma: “O ânimo da maioria dos senadores não era investigar [a corrupção], mas o de demonstrar que a revista ofendera o Brasil injustamente. A CPI teve dois relatores. O primeiro deles, senador Jarbas Passarinho, anotou no seu relatório final coisas assim: “Em setembro de 1978, a revista “Der Spiegel” publicou extensa reportagem sobre o Programa Nuclear Brasileiro. Da sua leitura, nota-se o caráter sensacionalista da matéria e a clara insinuação de que o brasileiro é irresponsável e incompetente na condução de realizações complexas”. Era nítido o desejo de desqualificar a notícia. Mas o relatório da CPI deixava antever que já vigorava (sic) na época a “normalidade” de que falou Emílio Odebrecht aos procuradores da Lava Jato”.

Adiante Josias faz essas estarrecedoras revelações: “O relator [Jarbas Passarinho] toureou as denúncias da revista o quanto pôde. Deu crédito irrestrito às versões oficiais (sic), recolhidas em depoimentos de autoridades [governo militar]. Entretanto, a despeito de toda a má vontade com o teor da reportagem da Der Spiegel, ecoada por jornais brasileiros, Jarbas Passarinho teve dificuldades (sic) para isentar a Odebrecht. Anotou a certa altura: “De tudo o que a revista alemã deu a público, só essa denúncia de que a Construtora Noberto Odebrecht recebeu a adjudicação das obras civis de Angra II e Angra III sem concorrência (sic) é o que se provou verdadeira. A publicação insinua, porém, que por trás do suposto favorecimento estaria o ministro [Ângelo] Calmon de Sá (sic), do Comércio e Industria”. (...) A CPI apressou-se em isentar o ministro. Alegou-se que ele [ex-funcionário da empresa] deixara os quadros da Odebrecht havia mais de dez anos. (...) Quanto ao favorecimento à empreiteira (sic), a CPI fez ginástica para concluir que havia na legislação da época brechas que autorizava o drible à concorrência. Curiosamente, o relatório de Jarbas Passarinho, aprovado pela maioria da CPI, RECONHECE (destaque meu) que a Odebrecht foi premiada depois de exibir um desempenho precário (sic) no canteiro de Angra. (...) A operação resultou em atrasos no cronograma da obra. Que não impediram o governo [militar] de prover à Odebrecht DINHEIRO EXTRA E ANTECIPADO (destaque meu).”

Essas históricas revelações de Josias comprovam o que eu escrevi: “A Odebrecht era poderosa na Ditadura Militar e tinha influência no Poder”. Não foi isso que aconteceu, conforme essa CPI revelada pelo jornalista? Muito estranha a posição do então ministro Calmon de Sá, do Comércio e Indústria... E ainda tem gente que, ingenuamente para dizer o mínimo, acredita que não houve roubalheira no tempo da Ditadura Militar! Como sempre digo: DITADURA NUNCA MAIS. Repito: “A pior das democracias é melhor do que a melhor das ditaduras, sejam elas de esquerda ou de direita”. 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu


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