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Raparigas Como (eu) Nós


Começo por dizer que eu sabia que ia gostar deste Livro. Por default. Sigo a autora desde o tempo em que os blogs eram grandes e apreciava a sua forma de escrever, além de que já tinha gostado do primeiro (Diz-lhe que Não). Sabia que ia gostar, porque quando "devia" invejá-la, por estar a viver o meu antigo sonho (da juventude, precisamente) de ser escritora, estive sempre no canto dela a torcer pelo sucesso de uma autora portuguesa, que efetivamente o merece. Esta opinião é portanto, enviesada. E, ao mesmo tempo, totalmente verdadeira.

Este livro foi um verdadeiro regresso ao passado, à intensidade da juventude, numa época muito própria em que a internet e as redes sociais não serviam para dar respostas a nada e as fotos da paixoneta tinham de ser roubadas em visitas de estudo.

Se a Isabel era certinha, eu era 300 vezes mais, sem beber alcóol nenhum, nem pronunciar um palavrão (ainda hoje). Se ela se aborrecia nas festas eu nem sequer queria por lá os pés. Aos 14 ela era o esqueleto, eu era a crânio da turma. Sempre odiei o apelido, mas era pronunciado com um certo respeito (e é se queriam apontamentos!). Aos 17, ela duvidava de um percurso, que eu sabia que queria traçar. Fui uma adolescente diferente da Isabel, com outras vivências, mas todo o cenário e personagens batiam certo.

Discordei das opções da Isabel em pontos do livro, às vezes sem me lembrar que os estava a reviver aos 33 anos e portanto as minhas decisões seriam necessariamente diferentes. O senhor Gil, por exemplo, à luz do presente parece-me muito creepy, quando naquela época teria sido aquele mesmo adulto cúmplice, à margem de qualquer suspeita.

Mas noutros momentos deixei-me envolver completamente e senti o coração a acelerar e a abrandar, com o Afonso, o Simão, a Xana, e, estranhamente, a Marisa das argolas, por quem desenvolvi uma grande empatia. Vi a Helena (a autora) em muitos momentos do livro, tanto quanto posso identificar alguém que não conheço pessoalmente e perguntei-me a cada página onde estaria a realidade e a ficção. Porque sei - estive lá naquela época - que muitas sensações são reais.

Não vou contar-vos nada, vou recomendar-vos que leiam (sobretudo se cresceram nos anos 90, mas não só), e, mais uma vez, emprestar o livro a várias pessoas. A mais alta garantia de que gostei. Sem ser por default.



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