O que aconteceu? – eles me perguntam.
Aconteceu que eu insisti. Aconteceu que eu sempre insisto no outro, no amanhã, nas segundas chances. Aconteceu que eu a beijei, uma, duas, três, milhares de vezes. Aconteceu que eu tive medo, contei para meus amigos e disse sim a ela. Aconteceu que eu vesti minha roupa de poeta, criei uma redoma, disse que ela seria minha rosa e eu seu Pequeno Príncipe. Aconteceu que eu enfrentei, bati no peito, ouvi coisas ruins, abstrai, desabei, envelheci 10 anos de coragem.
Aconteceu que eu planejei, comprei uma casa estilo Francês, uma cobertura como ela queria, um lugar compartilhado, três cachorros, comida vegetariana pra sobrevivência e finais felizes todos os dias. Aconteceu que foi demais, pesado demais, leve demais, nada demais. Aconteceu que ela não quis, da noite pro dia, gradualmente, que seja, ela não quis. Aconteceu que ela se foi. Aconteceu que ela não fez as malas, disse adeus e fim.
Aconteceu que ela voltou, não pra ficar, jamais pra ficar, era só pra ir de novo. Aconteceu que nas idas e vindas, ela levou tudo. Aconteceu que só ficou um filme, umas revistas, um livro. Aconteceu que eu tive que lidar. Aconteceu que eu não sei lidar. Aconteceu que as pessoas disseram que estavam certas. Aconteceu que doeram todas essas certezas. Aconteceu que gastei todas as palavras que tinha pra convencê-la a não ir. Aconteceu que pedi pra que ela ficasse, com a dor, mas ficasse. Aconteceu que pedi visitas, cafés, sorvetes, mande-me notícias, se lembre de mim. Aconteceu isso, eu implorei.
Aconteceu que não deu. Aconteceu que houveram gritos, discussões, despedidas, beijos na boca, não na minha. Aconteceu tudo isso e mais um pouco. Aconteceu que não sei apenas deixar pra lá. Aconteceu que ainda me importo. Aconteceu que eu não deveria. Aconteceu que sempre me pego pensando qual foi o maldito momento crucial em que apenas fui perdendo, como se eu pudesse ainda salvar algo, como se ainda houvesse no que insistir. Aconteceu que ela disse não, de todas as maneiras, apenas “não insista em mim”. Aconteceu que tudo bem, eu aceitei. Aconteceu que eu pensei “será que sou tão fácil assim de deixar pra lá, esquecer e tudo mais?” Aconteceu que resposta foi sim.
Aconteceu que agora não sei me relacionar nem com o meu cachorro. Aconteceu que me sinto demais, mas não demais bom, demais ruim. Aconteceu que se eu falar o que aconteceu, vou ouvir diferentes versões do quanto sou idiota, do quanto acabo doando demais. Aconteceu que não entendo o porquê isso é tão ruim. Aconteceu que eu pensei que era isso que as pessoas buscavam, alguém que fizesse demais. Aconteceu que pensei errado. Aconteceu que sou todo errado. Aconteceu que não sei ser de outro jeito.
Aconteceu que estou tão cheio de ser como sou, que estou transbordando.
Aconteceu que eu insisti. Aconteceu que eu sempre insisto no outro, no amanhã, nas segundas chances. Aconteceu que eu a beijei, uma, duas, três, milhares de vezes. Aconteceu que eu tive medo, contei para meus amigos e disse sim a ela. Aconteceu que eu vesti minha roupa de poeta, criei uma redoma, disse que ela seria minha rosa e eu seu Pequeno Príncipe. Aconteceu que eu enfrentei, bati no peito, ouvi coisas ruins, abstrai, desabei, envelheci 10 anos de coragem.
Aconteceu que eu planejei, comprei uma casa estilo Francês, uma cobertura como ela queria, um lugar compartilhado, três cachorros, comida vegetariana pra sobrevivência e finais felizes todos os dias. Aconteceu que foi demais, pesado demais, leve demais, nada demais. Aconteceu que ela não quis, da noite pro dia, gradualmente, que seja, ela não quis. Aconteceu que ela se foi. Aconteceu que ela não fez as malas, disse adeus e fim.
Aconteceu que ela voltou, não pra ficar, jamais pra ficar, era só pra ir de novo. Aconteceu que nas idas e vindas, ela levou tudo. Aconteceu que só ficou um filme, umas revistas, um livro. Aconteceu que eu tive que lidar. Aconteceu que eu não sei lidar. Aconteceu que as pessoas disseram que estavam certas. Aconteceu que doeram todas essas certezas. Aconteceu que gastei todas as palavras que tinha pra convencê-la a não ir. Aconteceu que pedi pra que ela ficasse, com a dor, mas ficasse. Aconteceu que pedi visitas, cafés, sorvetes, mande-me notícias, se lembre de mim. Aconteceu isso, eu implorei.
Aconteceu que não deu. Aconteceu que houveram gritos, discussões, despedidas, beijos na boca, não na minha. Aconteceu tudo isso e mais um pouco. Aconteceu que não sei apenas deixar pra lá. Aconteceu que ainda me importo. Aconteceu que eu não deveria. Aconteceu que sempre me pego pensando qual foi o maldito momento crucial em que apenas fui perdendo, como se eu pudesse ainda salvar algo, como se ainda houvesse no que insistir. Aconteceu que ela disse não, de todas as maneiras, apenas “não insista em mim”. Aconteceu que tudo bem, eu aceitei. Aconteceu que eu pensei “será que sou tão fácil assim de deixar pra lá, esquecer e tudo mais?” Aconteceu que resposta foi sim.
Aconteceu que agora não sei me relacionar nem com o meu cachorro. Aconteceu que me sinto demais, mas não demais bom, demais ruim. Aconteceu que se eu falar o que aconteceu, vou ouvir diferentes versões do quanto sou idiota, do quanto acabo doando demais. Aconteceu que não entendo o porquê isso é tão ruim. Aconteceu que eu pensei que era isso que as pessoas buscavam, alguém que fizesse demais. Aconteceu que pensei errado. Aconteceu que sou todo errado. Aconteceu que não sei ser de outro jeito.
Aconteceu que estou tão cheio de ser como sou, que estou transbordando.
