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Garantir segurança alimentar requer desenvolvimento rural sustentável e gestão das migrações

Brasília comemorou nessa terça-feira (10) a data mais importante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO): o Dia Mundial da Alimentação (DMA). Oficialmente celebrado em 16 de outubro, a data também marca a criação da FAO.

Na capital federal o evento, realizado pela FAO em conjunto com o Governo do Distrito Federal, contou com a participação do Representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic; do Governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg; do Chefe da Missão da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Stéphane Rostiaux;, do Secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Bispo Auxiliar de Brasília, Dom Leonardo Ulrich Steiner; do Coordenador-residente da ONU no Brasil, Nick Fabiancic; da Secretária Adjunta de Segurança Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Lilian Rahal; do Escritório da ONU Mulheres no Brasil, por meio da Ana Carolina Querino; do  Chefe de cozinha Alex Atala; e outras autoridades locais, nacionais e do corpo diplomático. Cerca de 300 pessoas acompanharam a celebração que foi realizada no Salão Branco do Palácio do Buriti.

Este ano o DMA debate em todo o mundo a questão das migrações, com o tema “Mudar o futuro da migração: investir em segurança alimentar e desenvolvimento rural”. Apenas em 2015, 65 milhões de pessoas em todo o planeta tiveram que deixar seus lares devido a situações de conflitos internos, vulnerabilidade e aos impactos deixados pelos fenômenos ambientais provocados em grande parte pelas mudanças climáticas.

“Há poucos dias, a FAO constatou que a fome no mundo voltou a crescer depois de anos em constante queda. São 38 milhões de pessoas a mais e um total de 815 milhões. O crescimento desse índice pode estar associado às imigrações que muitas vezes obrigam as pessoas a fugirem de seus países. Não podemos aceitar que os deslocamentos forçados gerem insegurança alimentar”, ressaltou o Representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic.

O Governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg agradeceu a FAO por levar uma celebração tão importante para a casa do Executivo de Brasília. Rollemberg lembrou que a capital do país é a que mais recebe imigrantes de todo o mundo e falou da necessidade de fortalecer o desenvolvimento rural, especialmente a agricultura familiar. “Um mundo mais justo, solidário e generoso é um mundo com segurança alimentar e que trate todos de forma igual”.

Para o Chefe da Missão da OIM, Stéphane Rostiaux, as decisões de migração contribuem para a construção de capacidades de adaptação aumentando as oportunidades de subsistência e melhorando o acesso aos alimentos. “As populações rurais que dependem muito da agricultura para alimentação são vulneráveis a crise, a desastres e, portanto, a migração”, sinalizou.

Alimento reflexo de dignidade humana

Coube a Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário-geral da CNBB realizar a palestra magna do evento.

“O Dia Mundial da Alimentação de 2017 busca o futuro, aponta ao futuro. Almeja no futuro próximo a possibilidade de uma vida humana com dignidade, isso quer dizer, com segurança de alimentos. O poder alimentar-se”, disse Dom Leonardo ao lembrar que a CNBB já vem trabalhando há anos com agricultura familiar e também com o tema das imigrações.

Para o religioso, o futuro da imigração passa pelo investimento em segurança alimentar e nutricional. “Uma grande quantidade de pessoas migra em busca de alimentos”.

Dom Leonardo destacou ainda as palavras do Papa Francisco durante o Encontro Mundial de Movimentos Sociais em 2016. Na ocasião o Papa apresentou três condições para integração e para a segurança das pessoas: terra, trabalho e casa. “Esses três pontos representam uma segurança para o imigrante e o principal asseguram uma vida digna. Um direito de existir”.

Agenda 2030 e o Brasil

Presente também no evento, Nick Fabiancic, Coordenador-residente da ONU no Brasil, apontou os compromissos assumidos em 2015 pelos países com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), como um dos caminhos para garantir a efetiva segurança alimentar no mundo.

“O ODS 2 vem ao encontro do Dia Mundial da Alimentação ao visar acabar com a fome no mundo até 2030, alcançar a segurança alimentar e nutricional, melhores condições nutricionais e promover a agricultura sustentável. Para cumprir esse objetivo, é preciso um olhar atento a população rural que abarca hoje 80% das pessoas que vivem em extrema pobreza e o Brasil tem 30% dos pobres rurais da América Latina. Devemos focar em investimentos em políticas efetivas para as áreas rurais”, afirmou Fabiancic.

A Secretária adjunta de Segurança Alimentar do MDS, Lilian Rahal, disse que o Brasil tem desenvolvido um conjunto de políticas públicas que fizeram com que o país deixasse o mapa da fome da ONU em 2014. “A segurança alimentar vem sendo um tema de preocupação constante do governo federal brasileiro ao longo dos últimos anos. Mas, não podemos esquecer que os desafios continuam e, atualmente, estamos preocupados com o combate à obesidade, outra face da desnutrição e que precisamos lutar ”.

O renomado e premiado chefe de cozinha Alex Atala prestigiou o evento e questionou os presentes sobre o que conecta sete bilhões de pessoas existentes no mundo. Segundo ele, não é a internet, mas sim as cadeias de alimentos, organizadas, reestruturadas e realinhadas. Atala também ressaltou a importância do Brasil nesse processo e afirmou que todos os atores do país estão ativos e presentes, como as grandes empresas, as comunidades e os saberes tradicionais e a biodiversidade. “Nenhum lugar do mundo está tão pronto para falar de alimentação em grande escala quanto o Brasil”, destacou o chefe de cozinha.



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