SÃO PAULO – O destino dos R$ 15,9 bilhões em recursos do PIS/Pasep que o governo começa a liberar no dia 19 de outubro, e que vão beneficiar quase oito milhões de pessoas, Deve Ser o mesmo dos R$ 44 bilhões liberados recentemente das contas inativas do FGTS: pagamento de dívidas, em primeiro lugar, e, depois, consumo. De acordo com os especialistas, embora a medida seja positiva, porque injeta mais dinheiro na economia, seu impacto no PIB é residual.
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Para Marcos Gouvêa de Souza, presidente da consultoria GS& — Gouvêa de Souza, a maior parte dos recursos do PIS/Pasep deve ir para a quitação de dívidas, ficando uma fatia menor para compras. Como se trata de um público com faixa etária mais elevada, diz, a tendência é que o dinheiro seja gasto principalmente com serviços:
— É um público com perfil mais cauteloso em relação ao consumo. Portanto, o percentual de recursos usado para compras em comparação ao Fgts Deve Ser menor. Além disso, não se deve esperar aquisição de mercadorias. Esse público gasta dinheiro com saúde e lazer, como viagens e entretenimento.
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Sobre a redução dos juros do consignado a servidores federais, aposentados e pensionistas, Gouvêa de Souza acredita que a medida tende a estimular o uso dessas linhas de crédito, por causa da taxa de juros menor, mas destaca que é difícil mensurar quanto isso pode ter impacto no consumo.
Para Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores, como o PIS/Pasep é uma bonificação destinada a trabalhadores de renda mais baixa, a expectativa é que a parcela destinada a consumo seja gasta com roupas ou calçados, e não com produtos de maior valor agregado, como carros. Portanto, o impacto para o PIB será ínfimo.
— A liberação é saudável, e a maior parte desse público, que pertence à classe C, deve usar o dinheiro para quitar dívidas, já que pelo menos 58% das famílias brasileiras estão endividadas. A parcela destinada ao consumo será usada em compras de vestuário ou calçados — diz Ana Paula.
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