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Relatório sobre Uber mostra que empresa estava ‘fora de controle’

Relatório Sobre Uber Mostra Que Empresa Estava ‘fora De Controle’

SÃO FRANCISCO – Uma Empresa dominada por homens, que cresceu enormemente sem os mais básicos procedimentos para evitar casos de assédio sexual, bullying e outros problemas morais. É como o advogado Eric Holder, ex-procurador-geral dos Estados Unidos, descreve a administração do Uber, em relatório de investigação interna feita a pedido da própria empresa.

O documento de 13 páginas, divulgado nesta terça-feira, expõe uma empresa que, além de permitir condutas ruins, tinha poucas políticas para proteger funcionários e pouca supervisão da direção. O texto “definitivamente mostra que a companhia estava fora de controle e caótica”, afirma Elizabeth Ames, vice-presidente sênior do Instituto Anita Borg, entidade sem fins lucrativos que luta pelo avanço das mulheres no setor de tecnologia.

As recomendações, adotadas por unanimidade pelo Conselho de Administração, mostrou claramente que a próxima versão do Uber, chamado de 2.0 pelo diretor-executivo e co fundador Travis Kalanick, terá que ser bem diferente da empresa que, em todo o mundo, desafiou as leis e sacudiu o negócio de táxis, se tornando a maior empresa de viagens do mundo.

Kalanick comunicou aos empregados nesta terça-feira que está pedindo licença por tempo indeterminado. Em outra mudança inesperada, o membro do Conselho David Bonderman renunciou nesta terça-feira depois de fazer o que ele chamou de um “comentário inapropriado” sobre mulheres, em uma reunião para explicar as recomendações de Holder.

A investigação do ex-procurador-geral dos Estados Unidos começou depois que a engenheira Susan Fowler criou um blog contando sobre atos de assédio sexual e discriminação na empresa. Ela trabalhou na Uber de novembro de 2015 a dezembro de 2016. Uma de suas denúncias relatava uma proposta de noitada por um superior em seu primeiro dia no emprego. Ela denunciou o chefe ao departamento de recursos humanos, mas a resposta que obteve era de que ele apenas seria advertido verbalmente porque era um profissional com “alta performance”.

Depois de entrevistar 200 testemunhas, Holder teve que fazer recomendações básicas, como fixar políticas claras para proteger os trabalhadores de assédio e criação de um melhor controle, pelo departamento de recursos humanos, das reclamações de funcionários. O relatório também sugere a implementação de procedimentos simples, como o uso de avaliações de desempenho dos líderes e a exigência de que os funcionários apresentem recibos de despesas para reembolso.

Holder também sugere que o Uber promova, em seus valores declarados aos funcionários, comportamentos positivos, além de inclusão e ambiente colaborativo.

Kalanick, que tem 40 anos, afirmou que a decisão de tirar licença foi motivada pelo luto pela perda de sua mãe — que morreu recentemente num acidente de barco, no qual seu pai ficou ferido — e pela necessidade de aprimorar suas habilidades de liderança. Ele foi muito criticado este ano por reagir mal a críticas de um motorista que trabalha para sua empresa, diálogo gravado em vídeo dentro do carro.

Para Ames, as recomendações são fortes mas indicam que o Uber tinha poucas políticas internas, e essas poucas não eram seguidas.

As recomendações aprovadas pelo Conselho por unanimidade no último domingo incluem a sugestão para que algum executivo sênior fique incumbido de se certificar de que as mudaças estão sendo implementadas. Além disso, o ex-procurador-geral americano diz que este executivo deve ser bem visto pelos empregados.

O relatório de Holder não foi integralmente revelado, segundo a empresa, para proteger os funcionários que deram depoimentos ao autor.

Liane Hornsey, chefe de recursos humanos do Uber, afirmou que, ao implementar as recomendações, “vamos melhorar nossa cultura, promover a justiça e a responsabilidade, e estabelecer processos e sistemas para garantir que os erros do passado não se repetirão”.

Uber também deve diversificar sua força de trabalho, segundo o relatório. Atualmente, há baixo número de mulheres e de representantes de minorias. No EUA, menos de um terço dos empregados são mulheres.

Depois que a engenheira postou a denúncia da proposta de noitada, a empresa abriu uma linha para denúncias de empregados. Na semana passada, demitiu 20 pessoas, após uma investigação de 215 reclamações.

Sob o comando de Kalanick, Uber se tornou a startup mais valiosa do mundo: US$ 70 bilhões.

Além das acusações de assédio, nos últimos meses o Uber tem enfrentado boicotes, processos e uma investigação federal por usar subterfúgios às leis locais dos países.

Segundo Joseph Holt, professor de ética empresarial na Universidade de Notre Dame, uma companhia pode ser agressiva e ainda assim ter valores firmes. Ele citou a Starbucks como exemplo.

— Ter uma boa reputação por ser ético é uma vantagem competitiva — afirmou Holt.

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