RIO – Condenado nesta terça-feira a pagar R$ 21 milhões pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelo uso de informação privilegiada (insider trading) na venda de ações da OSX, Eike Batista acumula processos na Justiça e é investigado pela Polícia Federal. Em janeiro deste ano, foi preso pela PF no âmbito da Operação Eficiência, um desdobramento da Lava-Jato. A prisão preventiva, por suposto pagamento de propina ao ex-governador Sérgio Cabral e a parlamentares, foi mais tarde transformada em prisão domiciliar.
Eike no banco dos réus
Quando a Operação Eficiência foi deflagrada, Eike estava no exterior. Ele foi detido no Rio assim que o avião pousou na cidade, alguns dias após o anúncio da operação. Chegou a ser encaminhado ao presídio Ary Franco, em Água Santa, Zona Norte do Rio. No fim de abril, porém, ele passou ao regime de prisão domiciliar, por decisão do Supremo Tribunal Federal.
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Eike é acusado de ter pago US$ 16,5 milhões a Cabral para obter vantangens. Além disso, um dos delatores da Lava-Jato, o empresário Alexandre Margotto, afirmou a procuradores que Eike teria pago propina para que o FI-FGTS investisse R$ 750 milhões em uma das empresas do grupo “X”, para viabilizar obras no porto de Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense. Margotto era sócio de Lucio Funaro, um dos operadores do esquema de corrupção do PMDB e que está preso.
Na Justiça, o empresário senta no banco dos réus desde 2014, quando já era acusado de manipulação de mercado e insider trading. Um dos processos, que corre na 3ª Vara Criminal da Justiça Federal no Rio, ficou muito tempo parado, principalmente depois do emblemático caso do juiz Flávio Roberto de Souza, flagrado dirigindo o Porsche apreendido do criador do Grupo “X”, em fevereiro de 2015.
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Antes do incidente, porém, a Justiça já havia determinado o bloqueio de R$ 1,5 bilhão de Eike e familiares, e a Polícia Federal havia realizado operações de busca e apreensão na casa do empresário, onde reteve bens como um piano, uma réplica de ovo Fabergé e seis veículos, incluindo o Lamborghini Aventador que decorava a sala de estar da casa do empresário, no Jardim Botânico.
Na ocasião, também houve apreensões na casa de Luma de Oliveira, e na casa do empresário de Angra dos Reis, onde foram confiscados um iate, três jet skis e duas outras embarcações. O caso será retomado em outubro, para quando está prevista nova audiência na 3ª Vara.
FOTOGALERIA: Os bens de Eike apreendidos em Angra dos Reis
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