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‘Não somos moleques’, diz delegado da Polícia Civil após Alckmin negar crise

Em comunicado divulgado em grupo de policiais civis no WhatsApp, o delegado geral adjunto Waldir Covino rebateu a declaração do governador, que negou a existência de crise na polícia.

Não somos irresponsáveis, mentirosos, moleques, escreveu Covino em texto que se refere a “ataques injustos”.

Veja a íntegra do comunicado:

Vou dar uma satisfação aos meus pares, meus companheiros policiais.

Há anos lutamos em busca de melhorias, sem sermos ouvidos em nenhuma instância. Apesar disso não esmorecemos. Estou me referindo à toda equipe da DGP/DGPAD, tão desgastada na luta inglória, mas ainda mais por ver grande parte dos policiais afirmar que “não fazemos nada”, que “nos acomodamos”, que “não estamos nem aí com os problemas”, que “só queremos manter cadeiras e privilégios”, e coisas piores.

Não sei a que privilégios se referem. Desde que assumi as funções que exerço tenho enfrentado problemas e estresse crescentes. Nunca trabalhei tanto na vida, sem resposta de outros órgãos e atacado por tantos policiais.

Esses ataques são injustos, a maioria dos que os fazem não tem a menor ideia de tudo o que tem sido tentado na DGP/DGPAD, há anos.

Não vim aqui lamentar. Quero informar que a fala do governador causou forte mal estar, por ter afirmado que a Polícia Civil não enfrenta nenhuma restrição orçamentária e que é importante o “desmentido”.

Os gestores da situação, que há anos enfrentam involução orçamentária e de pessoal, que não tiveram nenhuma reivindicação institucional atendida e, ainda assim, lutam para que a Polícia Civil continue cumprindo sua missão, foram taxados de mentirosos pelo governador.

As determinações de redução de despesas tiveram início em 2015, foram intensificadas em 2016 e mantidas em 2017.

Enfrentamos redução orçamentária incessante desde 2015, agravada com bloqueio de expressiva parcela dos recursos aprovados.

Não vou detalhar números aqui, mas asseguro, a DGP/DGPAD agiu com responsabilidade, atendendo às determinações superiores e adotando as medidas necessárias à manutenção de mínimas condições de trabalho.

Os órgãos pertinentes foram informados (em expedientes e reuniões) da situação e dos riscos, desde o ano passado. Não deixamos de agir, não deixamos de pleitear, informar. Não esperamos confirmar o caos e não pegamos ninguém de surpresa. Fomos constante e sistematicamente ignorados.

Hoje, apenas para atendimento das necessidades essenciais, precisamos de R$ 38 mi (a necessidade total supera 114 mi) e, até agora, não recebemos sequer os tão propalados 4 mi.

Não somos irresponsáveis, mentirosos, moleques.

Nota da Secretaria de Segurança:

A Secretaria da Segurança Pública reafirma que não há falta de recursos para a manutenção dos serviços da Polícia Civil, nem de qualquer órgão ligado à pasta. Apenas nos primeiros seis meses, houve elevação de 8% nos recursos empenhados pela Polícia Civil: foram R$ 380 milhões no primeiro semestre de 2017, contra R$ 352 milhões no ano passado. Esses valores estão sendo destinados para licitações de compras e contratações de serviços terceirizados. Vale ressaltar que já há complementação aprovada de verba de R$ 4,1 milhões para gastos consumo. Esses recursos estarão disponíveis nos próximos dias. Além disso, está em elaboração nova suplementação orçamentária para destinar mais recursos para custeio da Polícia Civil, que também serão disponibilizados em breve.

É importante ressaltar que os contingenciamentos citados pelo texto não atingem apenas a Polícia Civil ou a Secretaria da Segurança, mas sim a todos os órgãos governamentais, de maneira linear. A cautela com as contas públicas é fundamental para que sejam respeitados os compromissos assumidos em contrato, mesmo diante da maior crise econômica da história do país. Diferentemente de muitos outros Estados brasileiros, os servidores paulistas não sofrem com falta ou parcelamento de salários.




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