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Reflexões Sobre a Rede de Corrupção em Portugal


O que se passa em Portugal é francamente perturbador: visto que pessoas com formação universitária e que se apelidam de doutores conduzem-se exactamente como um cidadão falho de habilidade para exercitar a razão. Pessoas em posição de chefia no aparelho do Estado embrenham-se intrepidamente em actos ilícitos tanto pelo preço duma latrina de campanha como pelo preço de uma casa de banho dourada dum príncipe saudita.

Conta-se que um menino recebeu como prenda de Natal uma caixa cheia de estrume, o garoto meteu mãos à obra dizendo “tanta bosta só pode ser um cavalo”: no meio de tanta sordidez irá o Ministério Público arrancar alguma condenação? Cheira-me que o trabalho investigativo da Polícia Judiciária será inglório.

Estava de sobrolho levantado, e de testa franzida, enquanto ouvia as notícias na RTP internacional quando a minha desbocada tia, uma linda centenária, me disse “Estás pra aí de testa franzida, pareces uma parva desvairada e não um ser pensante; estão a falar do quê e de quem?” relatei os últimos escândalos em Portugal e indaguei sobre a discrepância comportamental entre os cavalheiros da sua juventude e as pessoas que agora estão alegadamente envolvidos em actos indecorosos e a resposta foi:

“Naquele tempo, os dependentes do Estado ganhavam mal e porcamente, contudo sabiam o seu lugar! Duvido que não houvesse subornos mas não nessa proporção; um juíz era um ser honrado, o chefe da polícia era respeitável; os políticos tinham um propósito e por vezes iam para as cadeias africanas; os enfermeiros recebiam prendas de  pacientes que se achassem bem tratados; os polícias patrulha recebiam umas chouricitos, uns franguitos, umas frutas...sabes, coisas para ajudar a família”. 

Questionei se essas prendas não seriam uma forma de comprar causas futuras em caso de necessidade, respondeu com um perentório não “Porque um juíz era um senhor de boas famílias, o chefe da polícia era uma pessoa bem formada – excepto os GNRs, eram matarruanos – os enfermeiros, com a graça de Deus, nunca mais veriam aquelas pessoas; e o polícia de patrulha ajudava as populações igualmente, seguindo a lei.Qque mal vinha ao mundo ajudar as suas famílias, para que dos seus salários pagassem a instrução dos seus filhos, os quais seriam o futuro de Portugal?” 

Expliquei-lhe que devido a esse comportamento hoje estamos nesta situação em que não se sabe em quem confiar, porque qualquer um está à venda. Fixou-me e resmungou “Não seja disparatada, há muita gente honrada na máquina do Estado e o proble...” cortei-lhe a palavra dizendo que os poucos bons vêem um cidadão a ser tramado e ficam calados. Poisou a sua mão na minha e replicou:

 “Minha menina, olha o respeito, este é um valor que se deve manter entre Pessoas como nós; como ia dizendo: o problema nos dias de hoje é que a máquina do Estado foi assaltada a todos os níveis pelos netos dos criados que serviam gente reles nos palacetes de Lisboa. Essa burguesia citadina era inferior aos Seus criados – gente treinada na província – e mesmo assim atreviam-se a espezinhar quem lhes dava algum senso de glamour. Por causa dessa gente burra com dinheiro, estamos entregues à revolta dos filhos dos servente e dos contínuos que tal e qual os patrões de seus avós e padrinhos de seus pais: o seu deus é o dinheiro”. 

Por breve momento, transportei a minha atenção para a televisão enquanto pensava nas palavras dela e eis que “Sabes que mais? Por ironia do destino, essa rapaziada é agora criada dos negros corruptos e corrosivos das ex-colónias, pois sem o homem branco eles não chegam a lado nenhum. O mundo da alta sociedade branca não respeita o deslumbramento bacoco do nouveau rich negro; quem resta a esses negros vis senão os seus homólogos psiquicos: os burgessos lusos?” 

Continuou “Minha querida, quando após a independência das colónias nos disseram que iríamos receber familiares de África, fiquei preocupada porque não sabia se os nossos familiares se haviam cruzado com pessoas de boa índole e entendedoras da cultura europeia no geral. Graças a D**s tanto na Índia como em Moçambique o cruzamento foi perfeito: que alívio, meu amor, que alívio; já viu se o nosso nome estivesse associado a esse espectáculo deplorável exibido pelos angolan nouveau rich!” 

Devido à sua idade, deixei-a sem resposta, contudo quando a televisão transmite os rostos da alegada teia de podridão político-social; que são umas palavras mal medidas de uma centenária?

Até para a semana

P.S: Aos trabalhadores da Auto Europa aconselho bom senso, porque Detroit está de volta à produção de automóveis: quem avisa....    


[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]


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