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CAPITÃO AZUL

Andrade, cinquenta e quatro anos, recém-aposentado como capitão da PM, deseja encontrar uma nova atividade, algo que preencha o tempo, aproveite seu espírito agitado e, principalmente, que lhe traga um novo significado para a vida.
Lembra-se de uma ex-colega de serviço que participa de trabalho voluntário, visitando crianças hospitalizadas, geralmente com câncer...
Embarca nessa, de cabeça. É um grupo bastante animado. Cada qual se fantasia de um herói específico. Mas Andrade demora para encontrar o seu herói. Enquanto isso, vai “à paisana”.
E assim ele passa o tempo, cada vez mais ligado com cada criança...
Até que o quadro de saúde de uma delas se agrava bastante...
Não sabe o que fazer. Reza para não acontecer o momento derradeiro em uma de suas visitas.
Mas acontece.
Após reiterados pedidos dos médicos e da equipe de enfermagem, a mãe interrompe a sua vigília ao lado do filho e vai à lanchonete do hospital para comer algo.
Uma força estranha faz Andrade se aproximar.
– Estou vendo um túnel Azul... – diz-lhe o menino.
– É bonito? – pergunta Andrade, fazendo força para controlar a voz e as emoções.
– Sim, é muito bonito! – exclama o garoto, que esboça um pequeno sorriso no rosto debilitado.
– Então entre nele, meu amiguinho! – fala, sem saber como ainda consegue pronunciar as palavras sem desabar...
A partir deste dia, nas visitas aos hospitais, passa a usar uma capa da cor do céu nas costas. E, no meio do peito, escrito: Capitão Azul.


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CAPITÃO AZUL

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