“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”
O que foi aprendido em terapia nesses últimos anos nunca será esquecido. Sobre mim, foram-me desvendados grandes segredos, medos, anseios, paixões. Nada do que fora esclarecido está sujeito ao total e completo esquecimento. Sempre terei uma ideia de quem sou; às vezes vaga, incompleta, porém a cada encontro mais consciente. Na mente os pensamentos gritam inimigos do descanso não calam e esperam a hora de serem compreendidos.
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As horas, os minutos, os segundos não se perturbam com minha ansiedade e desfilam lentos nas passarelas do tempo. Quando não consigo encontrar palavras, meu olhar pode apontar as estradas, as portas, os sentimentos que talvez eu não devesse tentar ignorar. Minha sensibilidade também sabe se fazer notar, pois com ela eu, algumas vezes, pude perceber a tristeza que não era minha e a distância que se abria.
Não sei como é a terapia para outros, para mim, é deixar entrar um pouco de luz onde só há escuridão. É perceber em mim o que somente enxergava nos outros, é como dizia a minha professora de história sobre história, desvendar o passado para compreender o presente e modificar o futuro. Foulcault um dia disse; “A psicologia nunca poderá dizer a verdade sobre a loucura, pois é a loucura que detém a verdade da psicologia.”.
Foi enlouquecendo que descobri que não aguentava carregar meu mundo sozinha e foi na terapia que aprendi que não precisava fazê-lo. Inventei vários mundos para vários sentimentos, meu processo sempre fora explorar a imaginação e separar emoções para não me perder, mas sempre acabava me perdendo. Porém, foi em terapia que aprendi que o melhor caminho não é separar e na verdade compreender. Não preciso de uma psicóloga Perfeita, imune a erros, incansável, preciso apenas de uma alma humana que saiba tocar o que é frágil sem quebrar. Ouvir sem calar e sentir sem se perturbar.