Por não Pensar, eu inexisto, mas tenho a vantagem de fugir de tudo que me incomoda e das coisas as quais não sei lidar. Não me sinto preparada para enfrentar de frente o que a vida me propôs. Falta-me aquele espirito de guerreira, que se arma como pode e vai a luta, sem medo nenhum. Não sei mais o que é andar para frente sem olhar para trás. Verifico várias vezes se tranquei a porta, se peguei as chaves, se ainda respiro…Não posso mais confiar-me a mim. Quanto mais os dias se perdem na noite, mais sinto-me imersa em uma espécie de auto-decadência. Perdi tudo. Perdi a voz, as palavras, a essência…a mim. Tomei desesperadamente a sobrevivência como estilo de vida. Me acomodei. Não quero precisar de mais nada. Por não pensar, eu inexisto e é nessa insignificância toda que eu me encontro perdida.
Bía Viterbo