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A Casa (Re)Arrumada

Eu ainda não sei como o meu corpo consegue manter-se de pé depois de tantos tombos, depois de tanta confiança. A maior tristeza na vida de qualquer ser humano é passar por uma desilusão amorosa que não esperava. Eu tive o maior tombo de minha vida quando uma pessoa que confiava muito acabou se tornando um pesadelo dentro de mim mesma. É como se fosse um furacão... É como se ele tivesse passado e destruído com gosto tudo aquilo que eu já havia rearrumado. Leva tanto tempo, Deus, que não sei como ainda tenho paciência para sair pegando os cacos que restaram dessa casa tão singela.
Minha vida é feita de grandes marcas, das derrotas pelas quais passei e dos ganhos que obtive com escolhas pessoais. Eu comecei a perceber que meu coração começou a se encolher cada vez mais. O meu distanciar é muito claro, principalmente para algumas pessoas que estão sempre próximas de mim. Mas eu acho que eu preciso de tempo para recomeçar depois de meu último desastre. Este me deixou uma marca que será provavelmente como uma tatuagem feita a ferro queimando e derretendo por minha pele.
Eu, como sempre, não posso citar nomes, até porque poderia ser um processo na certa. Mas eu sinto tanta raiva que eu mesma gostaria de tentar aplicar que os olhos e aquele sorriso me deixaram desmanchar tão facilmente até mesmo porque eu não queria me apaixonar. Segundo a autora Rupi Kaur, o ser humano tem essa mania de falar: "Se eu não tentar nunca saberei se teria dado certo". As pessoas são egoístas e se esquecem de pensar nos sentimentos de terceiros. Assim foi o que o rapaz do sorriso bonito e que me relembra uma doce infância, acabou por destruir minhas melhores lembranças de quem ele realmente era.
Eu adorava ficar observando quando mais nova aquele jeito meio preguiçoso de caminhar dele pós àquela aulinha de inglês. Eu tinha somente doze anos e ele quatorze. Como eu queria entender que aquela paixão platônica teria sido futuramente um estrago em minha vida. Tamanha minha raiva na vida, acabei que iria diminuir todas as minhas lembranças com relação a ele. Quem era eu naquela vida para uma menininha esguia, bobinha, com cabelos louros para tentar qualquer coisa? E foi assim que deixei a vida seguir.
"Encontrei descanso em você, me arquitetei, me desmontei. Enxerguei verdade em você, me encaixei" e acho que este deve ter sido um dos meus maiores erros. Acreditei que à distância, teu respeito e vontade de me ter contigo, seriam maiores do que qualquer obstáculo, mas ao invés disso que eu percebi que tu eras o grande errado da história. Me arquitetei à pessoa errada. Quebrei meus pilares para criar um só para ti. Meu maior erro foi ter te permitido entrar fortemente em minha vida. Se eu for contar em meus dedos, com toda certeza irei perder as contas do quanto tentei mudar pelas pessoas e esqueci da frase que minha mãe sempre me disse: "Adeque-se ao que for necessário, mas nunca mude por alguém ao não ser que veja que será uma diferença para si própria e não para ele".
Acho que não fico triste pelos gastos espontâneos que realizei durante meu tempo fora do país, trazendo pequenas coisinhas que me lembraram de ti. Ainda bem que eu deixei tudo ali no cantinho. Deixei aquele pequeno passado ali, nas espreitas da geladeira. Ainda bem que não bebi o restante, porque só me faltava me envenenar de seu próprio veneno diluído em algo aparentemente tão doce mas na verdade tão amargo.
Eu havia parado de escrever esse texto por quase um mês, mas eu decidi finalizá-lo porque acima de tudo as pessoas precisam colocar ponto final naquilo que não se tem mais cabimento em dar continuidade. Das dores que andei passando e da sua falta de consciência infeliz, acabei aprendendo a diluir esse problema e fui tentado cicatrizar as feridas que conseguiu reabrir. Mas não tem problema, a casa aqui já esta (re)arrumada. Por favor, se tentar entrar de novo, deixe os sapatos do lado de fora da casa, só assim eu saberei que não ficará e também nunca mais irá tentar.


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