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Arthur: relato do parto

Baby Arthur

São mais 3 meses desde o terceiro maior acontecimento da minha vida como mãe, a chegada do nosso gurizinho Arthur. Como pode?! E apesar de realmente não ser novidade pra mim, cada gravidez, cada bebê e consequentemente, cada trabalho de parto é único.
Como alguns de vocês talvez tenham lido no outro post sobre o assunto, eu optei por ter o pre-natal sob o acompanhamento de uma midwife, ou seja, tipo uma enfermeira-obstetra, que é especializada no assunto.
Das grandes vantagens de ser acompanhada na minha opinião foram a abordagem mais simples e natural com relação ao parto e a mais fácil comunicação, já que eu podia contactar ela por telefone na hora que eu achasse que estivesse em trabalho de parto (ou qualquer outra questão antes disso, que tivesse caráter de "emergência") e as consultas um pouco mais longas, com um pouco mais de atenção.
Falo da abordagem mais natural, pois como no nascimento das nossas duas filhas (leia aqui o da Alice e da Diana), tive partos rápidos e sem qualquer tipo de anestesia. Desta vez, eu estava disposta a encarar novamente e tudo isso me fez acreditar que eu seria uma boa candidata ao acompanhamento com parteira (já que complicações prévias podem ser pontos de atenção na escolha desse tipo de acompanhamento).

Okay, prontos? Preparados para detalhes de parto? Se sim, senta lá, pega um café, que lá vem história:

Dia 18 de março era a data prevista, ou seja, quando completávamos 40 semanas, mas como vocês sabem, esta data é apenas uma referência e poucos bebês realmente nascem neste dia. Conforme nosso histórico, Alice nasceu 1 dia antes da data prevista dela e Diana veio 2 dias antes, então, naturalmente, votei que baby Arthur iria chegar 3 dias antes, para seguir a "tradição". E vejam só, foi exatamente o que aconteceu.

Dia 14 de março, um dia de neve, tive um dia normal, com muitas contrações de treinamento (Braxton Hicks), mas já usuais nesse altura do campeonato. Notei sim, que elas estavam mais frequentes e já fiquei com uma pulga atrás da orelha, pensando que talvez o momento estava chegando.
Nessa clínica de midwifes, elas não checam dilatação antes de realmente se constatar que a mãe esteja, de fato, em trabalho de parto, então eu não tinha nenhuma indicação ou parâmetro de quanto perto ou longe estava da chegada do baby Arthur (lembrando que alguns dias antes de Diana nascer, já tínhamos 4 para 5cm).

Fomos na consulta de 39 semanas com a midwife e tudo tranquilo, ela recomendou ficar alerta, mas sem maiores previsões ou dicas, pode ser hoje, como pode ser semana que vem, nada concreto. Pela tarde , fui acompanhar meus pais no Walmart e confesso que estava desconfortável ficar caminhando por lá. Desconforto pelas contrações, apesar de indolores, pela "pressão" e pelo "peso" todo de final de gravidez.
Voltamos para casa e a tarde desenrolou "normal", todo mundo voltou de escola/cheche/trabalho, jantamos mais tarde.
Umas 9 horas antes do Arthur nascer - sem saber que conheceria o nosso mais novo amor, tão em breve...

Meninas na cama e meus pais recolhidos para seus aposentos (eles ficam no nosso basement - andar inferior da casa - ontem temos espaço amplo, banheiro e uma certa privacidade e silêncio do resto da casa), eu e Diego resolvemos assistir algo na televisào e eu não estava achando posição confortável para sentar, ficava me mexendo o tempo todo, incomodada.  Pouco antes das 11, resolvi ir dormir.

Lá pela meia-noite, acordei com mais contrações. Ainda não muito doloridas, mas avisei Diego e começamos a monitorar. O ritmo ainda não era consistente, então resolvemos esperar um pouco. Após um pouco de incerteza, finalmente a 1 da manhã liguei para midwife, que atendeu o telefone com aquela voz de sono. Ela me disse para ligar em 30 minutos, se as contrações continuassem e foi o que aconteceu. Em meia hora, liguei novamente e ela nos indicou a ir para o hospital.

Chamei minha mãe para ficar de olho nas meninas, já que era madrugada e demos um beijo bem de leve nelas, para não acordarem. Quando nos víssemos novamente, teriam já o irmaozinho.

Chegamos no hospital pouco depois das 2 da manhã (12 minutos de casa) e eu me dirigi a maternidade e Diego foi estacionar. Sim, eu estava tendo contrações, um pouco doloridas, mas bem toleráveis pra mim. Cheguei ao balcão sozinha, avisei que estava lá para encontrar a midwife e que estava em trabalho de parto. Imagino que a moça responsável provavelmente duvidou que eu realmente estava.

E eu, em trabalho de parto, esperando Diego estacionar o carro e a midwife chegar: claro, tirando foto do corredor do hospital...haha


Enfim, após alguns minutos a midwife chegou, e nos dirigimos ao quarto de parto. Todo mundo bem tranquilo (nós 3 somente na sala). Ela checou a dilatação e estávamos com 6cm já. Eu tinha sim que parar e respirar fundo durante as contrações, mas fora isso, conseguia apreciar bem o momento e aceitei a opção de ir para a banheira, que logo começou ser enchida.
Em nenhum momento, diferentemente das duas vezes anteriores, eu pensei de pedir peridural. Não é que tava assim tão fácil não, acho que eu só estava mais mentalmente preparada para encarar o que viesse, do jeito que eu tinha pensado, ou seja, sem anestesia (já que eu já tinha feito nas outras duas vezes né). Talvez porque todo o prenatal foi considerando que eu não pediria ajuda com a dor. Mas enfim, não tenho absolutamente nada contra quem opta por peridural ou qualquer outra analgesia, é tudo muito pessoal e cada pessoa tem seu poder de decisão.

Positivo e operante!

Com a banheira cheia de água quente, entrei na esperança de ter algum alívio (eram 2:45 da manhã). Mas foi aí que começou a parte mais difícil. Poucos minutos depois que entrei na água (umas 2 ou 3 contrações apenas), as contrações mudaram radicamente, de toleráveis, para basicamente intoleráveis. Eu avisei que provavelmente a pressão que estava sentindo era o meu corpo já empurrando baby Arthur para fora e resolvemos ir para a cama mesmo, porque pelo jeito, a hora estava chegando e chegando rápido.

Banheira do quarto de parto

Daí pra frente, é meio nublado pra mim. Lembro da segunda midwife chegar e oferecer ajuda. Solicitei o gás (NO2) para aliviar um pouco, ou pelo menos, dizem que tira o pico da dor. Eu tentei utilizar, mas não senti muito ajuda não.


No fim das contas, começei a empurrar, tentando respirar controladamente, mas obviamente, a dor era tanta, que eu só respirava super rápido e curto. Lembro das midwifes me falando para tentar se acalmar e respirar mais fundo. Impossível!
Nos primeiros minutos o meu corpo tentava empurrar por si, enquanto ela organizavam as coisas e foram uns 20 minutos de eu empurrando pra valer, quando a bolsa estourou. Diego e as midwives ali ao lado me incentivando, dizendo que estava perto. Eu sentia tudo, realmente sentia cada progresso e que ele estava quase com a gente do lado de fora. Baby Arthur nasceu por volta das 3:30 da manhã, com 3.4kg e 51cm.

Na cara inchada e na coragem! Baby Arthur com poucos minutos de vida...
Cansada, mas feliz, muito feliz!

Éramos apenas 4 pessoas no quarto, as duas midwives, Diego e eu. Baby Arthur já começou a chorar antes mesmo de sair inteiro do "forninho" e veio direto para meu colo. Momento incrível por diversas razões, especialmente pelo alívio de ter lidado com a parte mais difícil e claro, o baby ter nascido bem e saudável.

Sendo pesado, medido e identificado (todos os babies recebem tornozeleira eletrôncia e bracelete com nome dos pais.

Aí vem os finalmentes, cordão umbilical parou de pulsar, Diego cortou, a placenta "nasceu" e um pequeno ponto para uma pequena laceração que tive. Enquanto isso, Arthur teve sua estréia em mamar e ficamos alí só nós 3, nos conhecendo (midwives saíram do quarto por um tempo). Quando ela voltou, já era pouco depois de 1h após o parto, aí Arthur foi pesado, medido, ganhou fralda e foi pegar um calorzinho com colo do papai.

Conhecendo o papai.

Umas 3 horas após o parto, fomos movidos para um quarto privativo (que pedimos com antecedência e precisa estar disponível) e começamos a nossa primeira noite juntos (já manhã bem dizendo). O quarto era pequeno e bem simples, mas tinha tudo que precisávamos. A midwife nos explicou alguns detalhes e depois de certificar que estávamos confortáveis, veio dizer que estava de saída e viria na tarde seguinte para nos ver. A partir daí, a equipe do hospital que tomou conta da gente, vendo chegar eu e o Arthur a cada 2 ou 3 horas.
Sapinho recém-nascido

Achei fofo que uma das moças do hospital fez essa plaquinha personalizada...

Pela manhã, Diego foi buscar meus pais e as meninas em casa para uma visita ao hospital para conhecer baby Arthur. As meninas estavam super ansiosas e um pouco abatidas por terem acordado sem nós dois em casa. Mas já de cara amaram o irmãozinho. Momento que vai para a listinha dos inesquecíveis, com certeza.

Momento único! Todos se conhecendo...

Primeira foto de nós 5!


Todos os profissionais que nos atenderam foram super gentis e prestativos. Poderíamos ter optado por ter tido alta na manhã seguinte, por volta de umas 6 horas após o parto, mas preferimos ficar por lá, fazer todos os exames de rotina no Arthur ainda no hospital. Acabamos voltando pra casa na manhã do dia 16 (passando apenas 1 noite inteira no hospital).
As equipes da maternidade estão prontas para passar diversas informações, tipo como cuidar do bebê, amamentação, trocar fraldas, dar banho e outros cuidados. Mas como era nosso terceiro baby, eles julgaram que já sabíamos muitas das coisas e nem ficaram repetindo, o que eu achei bom (mais privacidade para nós).



A minha opinião final sobre ter tido midwife para o pre-natal e parto foi bem positiva, apesar que minhas experiências prévias, com obstetra, também tinham sido legais. A principal diferença foi na hora do parto mesmo, da privacidade de ter somente nós e elas duas (as midwives) durante todo o processo e todo o trabalho de parto ter se desenrolado bem no meu ritmo (e do Arthur), sem estresses e pressão. Ela não ficava contando/me pressionando na hora de empurrar e dizia para o fazer na hora que eu sentisse vontade. Enfim, achei mais relax o atendimento (ainda extremamente intenso, claro).

Comida do hospital era bem variada e eu não tive do que reclamar...
Vestindo Arthur para ir pra casa... Diana veio nos acompanhar...

Depois da nossa saída do hospital, a minha midwife nos visitou por 3 vezes em casa e tivemos visitas na clínica até 6 semanas, quando fomos "liberados" e seguimos o acompanhamento com o pediatra (ou médico de família).
E o acompanhamento com midwife é coberto pelo plano de saúde provincial (gratuito), assim como o todos os exames do pre-natal, o parto, e a estadia no hospital. O único custo nosso foi o valor do quarto privativo (pós-parto) que requisitamos, já que o incluso no OHIP (cartão de saúde) é o quarto compartilhado e optamos por ter um pouco mais de privacidade.

Bem, espero que vocês tenham gostado de saber um pouco da minha experiência aqui e se ficar alguma dúvida, avisem aí pelos comentários!

Beijos e até!



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