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Ansiosos

Texto: Mateus 6.25-34.
Introdução: A Ansiedade é conceituada no dicionário como: "grande mal-estar físico e psíquico; aflição, agonia". Essa talvez seja uma das definições que mais se adéqua à realidade de nosso cotidiano. Do mesmo modo, a psicologia denomina ansiedade: "os sintomas incluem estresse desproporcional ao impacto do evento, incapacidade de superar uma preocupação e inquietação. O tratamento inclui terapia ou medicamentos como antidepressivos".
            A ansiedade é uma doença comum em nosso tempo. Não raramente encontramos pessoas que sofrem com o transtorno de ansiedade. Mas, também é comum nos comportamos como pessoas excessivamente ansiosas. Barclay afirma que as duas enfermidades típicas da vida moderna são a úlcera no estômago e a trombose coronária, em muitos casos ambas procedem da excessiva preocupação.
            Este tema nos últimos dias tem sido muito oportuno para mim, pois, sofri um acidente de moto a vinte dias. Após realizar a cirurgia para colagem da patella do joelho direito recebi uma notícia que disparou minha ansiedade: "você ficará 90 dias sem correr". Passaram-se 16 dias desde essa notícia e cada dia tem sido longo. Mas, assim como a vocês, o Senhor tem me ensinado a não ser ansioso com o dia de amanhã.
            Neste texto Jesus ensina que não devemos nos preocupar com o dia de amanhã porque a ansiedade em excesso é um pecado contra o Pai Provedor de tudo. Do mesmo modo, esse texto nos mostra que tanto a preocupação como a paz provêm, não das circunstâncias exteriores, mas sim do coração. Jesus apresenta pelo menos sete argumentos contra a ansiedade, argumentos esses que meditaremos hoje:

Contextualização: Antes de iniciar essa temática Jesus tratava do amor às riquezas, logo após Ele trata da ansiedade. Depreende-se que aqueles que não têm riquezas podem acabar sendo vítimas da preocupação por falta de fé. Daí a transição natural. Não andeis ansiosos. Não uma proibição de previdência ou planejamento, mas de ansiedade sobre necessidades diárias.
            Jesus indaga: não é a vida mais do que o alimento? Considerando que a própria vida e o corpo foram providenciados por Deus, não deveríamos confiar nele para providenciar aquilo que tem menos importância? Considerando que Deus fornece o sustento às aves que não têm capacidade de semear, colher e armazenar, quanto mais deveriam os homens, que foram equipados com essa capacidade, confiar em seu Pai celestial!
            De acordo com Barclay devemos começar nosso estudo nos assegurando de que entendemos o que é o que Jesus proíbe e o que autoriza. O que Jesus proíbe não é a prudência que prevê o futuro a fim de tomar medidas necessárias para responder, oportunamente, a suas demandas. Proíbe o afã, o angustiar-se pelo manhã antes de saber o que nos trará o manhã.
            Jesus não recomenda uma atitude displicente, que não faz provisão para o futuro nem reflete sobre o que o futuro pode significar concretamente em termos de exigências e possibilidades. Proíbe, sim, o temor ansioso, doentio, que é capaz de eliminar toda possibilidade de alegria da vida. O termo utilizado por Jesus neste texto é merimanan que se encaixa no seguinte exemplo: em uma carta que se encontrou escrita em um papiro, a esposa diz a seu marido, que está viajando: "não posso dormir nem de noite nem de dia, ansiosa (merimnan) como estou por seu bem-estar".
            Esse não era um ensinamento novo para os judeus. Sabe-se que o ensino dos grandes rabinos era que a atitude de todo crente para com a vida devia estar constituída principalmente por uma combinação de prudência e serenidade. Insistiam, por exemplo, em que todo homem devia ensinar um ofício a seus filhos homens, porque, conforme afirmavam, não lhes ensinar um ofício significava ensiná-los a roubar. Quer dizer, acreditavam que era necessário dar todos os passos recomendáveis para um desempenho prudente na vida. Mas, ao mesmo tempo, diziam: "Aquele que tem um pão em sua cesta e diz: 'O que comerei amanhã?' é um homem de pouca fé."

1oArgumento: A lição de Jesus era neste sentido: se alguém nos der um dom que não tem preço, podemos confiar que sua generosidade será sempre magnânima, que não será mesquinho nem surdo ante nossa necessidade. Portanto, o primeiro argumento é que se Deus nos deu a vida, podemos confiar em que nos dará todas as coisas que necessitamos para sustentá-la.

Ilustração: O Rabino Simeão disse: "Jamais em minha vida vi um cervo que tirasse figos, nem um leão que transportasse cargas, nem uma raposa que fosse comerciante, e entretanto todos eles se alimentam, sem afã algum. Se eles, que foram criados para me servir, vivem sem preocupações, quanto mais eu, que fui criado para servir a meu Criador, deveria viver sem trabalhar em excesso por meu alimento; mas eu corrompi minha vida, e desse modo, prejudiquei minha substância."

2o Argumento: Nunca armazenam o que podem chegar a necessitar em um futuro imprevisível.

3oArgumento: A preocupação é inútil: que por mais que nos preocupemos não podemos acrescentar nem um dia à nossa vida.

4o Argumento: Os lírios do campo a que faz referência são provavelmente as papoulas e as anêmonas. Floresciam silvestres, durante um só dia, nas serranias da Palestina. Quando se desejava elevar a temperatura desses fornos de modo rápido, adicionavam-se ao fogo molhos de ervas e flores silvestres secas e uma vez acesos eram postos dentro do forno. Se Deus outorgar tanta beleza a uma flor, que somente viverá umas poucas horas, quanto mais fará a favor do homem? Certamente uma generosidade que é tão pródiga com uma flor de um dia, não deve esquecer do homem, que é a coroa de toda a criação.

5oArgumento: A ansiedade é essencialmente desconfiança com respeito a Deus. Tal desconfiança é compreensível em um pagão, que acredita em deuses egoístas, caprichosos e imprevisíveis, porém não se pode aceitar nos que aprenderam a chamar a Deus com o nome de Pai. O cristão não pode trabalhar em excesso porque aprendeu a acreditar no amor de Deus.

6oArgumento: Tal amor pode ser capaz de inspirar o trabalho, intensificar o estudo, purificar a vida, dominar a totalidade do ser. A convicção de Jesus é que quando Deus se torna o poder dominante de nossas vidas desaparece toda ansiedade.

7o Argumento: Jesus afirma que a preocupação pode ser derrotada, aprendendo a arte de viver um dia de cada vez (V. 34). Os judeus tinham um dito que afirmava: "Não se preocupe com os males de amanhã, porque você não sabe o que lhe pode trazer no dia de hoje. Amanhã talvez você não esteja vivo, e então você terá ficado preocupado pelos males de um mundo que não lhe pertencerá." A recomendação de Jesus é que deveríamos enfrentar cada dia segundo suas próprias exigências, sem preocupar-se com um futuro que não somos capazes de prever e por coisas que provavelmente nem sequer aconteçam.

Considerações finais: O homem que alimenta seu coração com a história do que Deus tem feito no passado, nunca temerá pelo futuro. É possível que haja pecados piores que a ansiedade, mas certamente nenhum é tão prejudicial, nenhum tão paralisante. "Não pensem no manhã com ansiedade", é o mandamento de Jesus, e este é o caminho que há que nos levar não somente à paz, mas também ao poder.


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