Os árcades foram a principal forma de se jogar vídeo games durante boa parte dos anos 70 e 80. Cada empresa tinha suas franquias, assim como é hoje, no mercado atual de games. Mas o que diferenciava aquela época da de hoje é que cada produtora tinha seu próprio hardware.

Capcom, Nintendo, Konami, SNK, Namco e até a Atari, cada uma tinha suas placas processadas onde eram colocados seu games e instaladas nos gabinetes, o árcade propriamente dito.

O Jogos eram gravados em chips de memória conhecidos como ROM que é a abreviação, em inglês, de Memória Somente para Leitura (Read Only Memory). Esses chips podiam ser gravados apenas uma vez e não poderiam ser apagados.

Placa do árcade Tartarugas Ninja, da Konami

Com a constante evolução tecnológica, os hardwares eram sempre melhorados e Jogos Mais Modernos lançados. Os Jogos Mais Antigos iam fiando de lado. Muitos títulos antigos quase se perderam nesse processo.

Nicola Salmoria

Visando preservar a memória dessas primeiras décadas da história do entretenimento eletrônico, o programador italiano Nicola Salmoria começou a desenvolver vários emuladores desses hardwares. Com o tempo ele juntou tudo num único programa utilizando uma arquitetura de drives modulares. Sua primeira versão foi lançada em 1997 e ganhou o nome de MAME, sigla de Multiple Arcade Machine Emulator.

O MAME é hoje o principal emulador de máquinas árcade. Com uma biblioteca de jogos que chega aos 6000, ele é, certamente, o emulador com maior variedade de games disponível. Ele consegue emular desde as primeiras máquinas como Pong e Asteroids, da Atari, até Jogos Mais modernos como, Time Crisis da Namco.

Ele foi desenvolvido sob a licença de uso GPL que, além de manter o software free, permite que outras pessoas participem do seu desenvolvimento e até liberem versões específicas do emulador. Por esse motivo é que encontramos tantas versões e releases diferentes com o nome MAME. Sua versão mais recente é a 0.166.

Diferente da maioria dos emuladores de games, o MAME não dispõe de uma interface gráfica (GUI), o que dificulta seu uso por um usuário menos experiente (como a galera que nunca usou o DOS), pois tudo é feito pela linha de comando, o chamado prompt. Para contornar isso, foram criados os front end, que são programas que criam uma interface gráfica simples entre o usuário e a linha de comando do MAME. Há ainda compilações do emulador mais refinadas que dispõe de uma interface gráfica como o MAMEppk e o MAME Plus.

Entre as inúmeras versões dá pra destacar, além da oficial, três compilações.

Essa versão já vem com uma interface gráfica, idêntica ao MAME Plus, e conta com vários menus de configurações de teclado, joypads, filtros gráficos etc. O destaque dessa versão é que ele é focado no suporte à jogatina online através do Kaillera.

MAMEppk com o cliente Kaillera: basta escolher um servidor e entrar na jogatina on line.

O foco desse é na melhoria da qualidade gráfica dos jogos. Ele já vem com um front end bem simples. Não são todos os jogos que são compatíveis, notei certa dificuldade em emular os jogos mais antigos. É um projeto promissor mas precisa de algum desenvolvimento.

Além desses, tem várias outras versões. Apenas listei as que são de uso mais fácil para um usuário sem muita experiência.

O MAME é muito usado por usuários que querem ter, em casa, uma máquina árcade igual às encontradas nos antigos fliperamas. Afinal, qual foi o garoto dos anos 80 que nunca sonhou em ter sua própria máquina de fliperama em casa?

Front end Advance MAME, um dos mais populares.

Por ser um emulador leve não é necessário um hardware muito potente para rodar os jogos. Qualquer Celeron com 1Gb de RAM roda os jogos tranquilamente. Ao invés de usar uma versão com interface gráfica, usam a versão em linha de comando e um front end, que é uma interface que pode ser carregada no DOS ou Linux, o que alivia, em muito o carregamento da memória, já que não precisa carregar um sistema pesado como o Windows.

Aqui em baixo coloquei alguns exemplos dessas máquinas. Pra quem viveu essa época é um prato cheio.



Bom, vou ficando por aqui, senão, acabo escrevendo ama monografia completa sobre o assunto. Até a próxima!