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Depois de semanas de manobras, eleições para a DEN acontecem hoje…ou não.

Neste momento, o palco está preparado para reunião do CAN em que se elegerá a próxima Diretoria Executiva Nacional.

A esta altura, já é inegável que a instituição encontra-se colapsada. Em totalidade pelas manobras perpetradas por todo o conjunto do CAN, que deixou claro que o desenvolvimento do Escotismo, a adesão da juventude e o trabalho escotista são assuntos secundários se comparados à manutenção de cargos. A situação atual nos mostra que o CAN já não é capaz de atuar de forma imparcial e para o bem do escotismo brasileiro, e que a próxima gestão – escolhidas pelos próprios conselheiros – sofrerá da mesma ilegitimidade.

Há informações que apontam para um possível acordo entre todos eles (CAN, DEN e chapas), principalmente para colocar panos quentes nesta crise institucional; um acordo que passa por aliviar a imagem de cada um destes senhores como se não tivessem feito nada nestas últimas semanas ou como se não estivessem trabalhando incansavelmente a favor de seus próprios projetos.

Um acordo com o CAN, com a DEN, com tudo…

Infelizmente, contam com a pouca resistência de uma base que prefere (e com certa razão) limitar-se aos trabalhos no grupo. Para estes, é sempre bom lembrar que as instâncias superiores são responsáveis por tudo aquilo que afeta membros juvenis, chefes e grupos escoteiros: desde vestuários às taxas de participação em atividades. Eximir-se desta discussão, ou exilar-se nos grupos acabará por desfavorecer a todos nós, pais, mães, jovens e adultos.

Sem armadilhas

Há muitas páginas e perfis pessoais que aproveitam este momento para compartilhar alternativas à atual crise dos escoteiros, talvez até com boas intenções. Existem até aqueles que desejam trocar um grupo de dirigentes de carreira (DEN e CAN) por um único dirigente profissional – como se isso, de repente, nos iluminasse e deixássemos de ser políticos e deixássemos de ser espectadores de manobras. Além disso, nos indica um caminho perigoso em que já não votamos em programas, mas em pessoas.

Mas em todas as alternativas apresentadas há um ponto em comum: a direção nacional e toda a estrutura montada para escolhê-los já não conseguem representar ninguém.

O problema não é centralizar-se em alguém; o problema é ignorar que o poder decisório, de gestão e fiscalização deve ser dado ao conjunto, à juventude e à base escotista (chefes escoteiros) e que tudo fora disso não passa de fumaça. É ela, a maioria formada por jovens e chefes, que produz aquilo que há de melhor no escotismo.

No entanto, é bastante simples e cativador que apareçamos com soluções simplórias, que soem bem aos ouvidos, mas que não passam de truísmo para ganhar curtidas….e disso já estamos cheios: já há um cansaço que se evidencia no fato de que Lei, Promessa e boas palavras não são suficientes para solucionar as coisas.

Não existe fórmula concreta para resolver os problemas criados ano a ano pelo CAN e pela DEN, e nem para todo o mal e desprestígio institucional que virão a seguir. O que se pode fazer é amortizar a situação com uma boa dose de participação e descriminalização da discussão, mas que também vêm sendo travada por estes dois órgãos.

Caminho das pedras

Uma discussão onde todos possam convencer e ser convencidos teria que ser feita em uma assembleia extraordinária. Para que isto aconteça, são necessárias assinaturas de mais ou menos 20 mil associados, ou 9 regiões escoteiras, ou a Comissão de Ética ou a Comissão Fiscal.

O problema, como sempre foi avisado por aqui, é que muitos desses órgãos foram aparelhados pelos mesmos grupos que hoje são a causa desta crise ou, no mínimo, que preferem não se envolver porque pleiteiam a própria direção nacional ou cargos internacionais. A assinatura de 30 mil associados seria impossível sem que alguém dedicasse dinheiro e tempo para isso. Restaria recorrer às regiões, que teriam o poder para convocar uma assembleia, mas que se mostram inertes neste sentido.

Como podem ver, tudo foi pensado para que a maioria (jovens e adultos) fosse distanciada de qualquer probabilidade de tomar as rédeas da associação. E isto não é “modernismo” atual; isto vem sendo construído desde que o escotismo chegou ao Brasil, por mais livros que possam lançar na loja nacional cantando loas à “União”.

Neste fim de semana, deveríamos estar celebrando uma assembleia nacional estatuinte, com participação da base escotista, de jovens, para que dali saísse um encaminhamento de mudança estrutural. E dentro desta mudança, tenho a certeza que o conjunto de associados, formado por essa juventude e por todos aqueles chefes escoteiros, saberiam como se organizar para resolver a questão melhor do que 14 conselheiros e 3 diretores. A história, e não só a do escotismo, nos diz que isso é possível.

Mas o que veremos neste fim de semana é um conselho que perdeu a legitimidade, que perdeu a confiança do conjunto, que já não consegue disfarçar que a projeção pessoal e o vale-tudo por um cargo são uma nova forma de administrar o escotismo.



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