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O falar da minha fala

Tava cistindo televisão, e vi uns rapazim com as cara pintada, umas fantasia de palhaço, tocando umas viola elétrica, e batendo num atabaque, além duns malabarista fazendo munganga. Era um tá Teatro Mágico. Na musiquinha que eles cantava, uma tá de Zazulejo, as letrinha que no rodapé passava dizia assim: "Mas quando alguém te disser tá errado ou errada / Que não vai S na cebola e não vai S em feliz / Que o X Pode Ter Som de Z e o CH pode ter som de X / Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz..."

Hômi, na hora lembrei de Pedro Balaieiro, um sujeito revirado e escondido na gaveta das bugiganda de seu Jessier, e revelado nas proeza de seu Berro Novo, que assim dizia numa tá Breviação: "O cabôco beradeiro desacerta nas palavras, mas acerta nas idéias.
Sou mais Pedro Balaieiro com seu balaio de verbos sem nunca ser dado a ler do que o cabra estudado, aprendido e letrejado, diplomado em nunseiquê, com cabeça de minhoca, dos que abrevia Pipoca parando na letra 'C'."

Sendo desse jeito mermo, pensei:

Apois nem pense em caçoar
Do falar da minha fala
Que ele de mim faz germinar
Fruto que não brota em quem se entala
Com caminhão de rodeio,
Com esse mói de alegoria
De um discurso tão vazio
Que se por acaso um dia
Desse passarinhar sem gorjeio
For discosturando a costura
Tirando dele um poquim
Da sobra da cobertura
Na alvura do papé
Só vai restá no sopé
O djabo da assinatura.
E assim tá dizido, tá escrito e acabousse.

(Raimundo Cajazeira)



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